Eduardo Militão
O líder do governo do Distrito Federal na Câmara Legislativa, deputado Leonardo Prudente (DEM), rebate a crítica de que o governo de José Roberto Arruda reprisa os problemas da gestão de Joaquim Roriz. Para o distrital, a atual administração diminuiu os problemas com o setor de tecnologia.
“Eu acho que não. O orçamento de informática era de R$ 400 milhões, R$ 500 milhões por ano antes. Hoje, é apenas 30% disso”, avalia o parlamentar. Para ele, toda a discussão a respeito da falta de licitação e dos desvios de dinheiro no setor de informática deve se concentrar na polícia e no Ministério Público.
Prudente diz não saber explicar por que o governador Arruda decidiu manter Durval Barbosa Rodrigues como seu secretário de Relações Institucionais, mesmo sendo processo em 23 ações na Justiça brasiliense por problemas na contratação sem licitação de empresas de tecnologia. “Tem que perguntar para ele”, despista.
Da mesma forma, o deputado distrital entende que uma CPI do BRB com base na Operação Aquarela não deve prosperar na Câmara Legislativa. “Não tem clima. Seria um retrocesso. Não tem por que desgastar o banco”, afirmou ele. Ele entende que o governo não seria tão desgastado quanto o BRB.
200 processos
O advogado de Durval, Everardo Alves Ribeiro, desqualificou o fato de seu cliente responder a 23 ações e ter sido condenado em primeira instância este ano. Segundo ele, alguns promotores do Ministério Público têm uma “questão pessoal” contra o integrante do secretariado de José Roberto Arruda.
“Se depender de alguns representantes do Ministério Público, vai para 200 processos”, criticou o advogado e juiz aposentado. Ele disse que a condenação de Durval a perder o cargo e pagar R$ 2,6 milhões aos cofres públicos por contratação de serviços de informática sem licitação pelo extinto Instituto Candango de Solidariedade vai ser revista pelo Tribunal de Justiça. “Tenho convicção disso.”
Alves Ribeiro disse que as acusações recentes – fruto da Operação Megabyte – não têm relação com a realidade. “A lei determina hipóteses que prevêem dispensa de licitação. E tudo é um único contrato que vem sendo prorrogado”, afirmou o advogado.
Segundo ele, serviços essenciais ao funcionamento da administração poderiam ser paralisados se as contratações não fossem feitas.
O deputado distrital Milton Barbosa (PSDB), irmão de Durval, não quis comentar qual é o apoio político que o secretário de Relações Institucionais tem para se manter no cargo. “Isso eu não falo. É privado. É meu irmão. Eu não quero saber os fatos que estão na Justiça”, afirmou o parlamentar.
A assessoria de Arruda não retornou os contatos do Congresso em Foco, feitos desde quinta-feira passada (4). Na última sexta-feira, os auxiliares do governador afirmaram que só poderiam comentar o assunto esta semana.
A “turma da infomática” do governo Arruda
Deixe um comentário