Integrante da chamada “tropa de choque de Temer”, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) foi confirmado nesta terça-feira (12) como relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS. O parlamentar também foi fiel escudeiro do ex-deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Instalada na semana passada, a CPMI foi criada com o apoio do Palácio do Planalto como contraofensiva às gravações de Joesley Batista.
O nome foi escolhido pelo senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), presidente da CPI, que deu preferência ao PMDB, devido a legenda formar as maiores bancadas na Câmara e no Senado. O deputado delegado Francischini (SD-PR) ficou com a sub-relatoria de contratos da JBS. Já o deputado Hugo Leal (PSB-RJ) assumirá a sub-relatoria de assuntos fiscais, previdenciários e agropecuários.
A comissão foi desengavetada na semana passada, três meses após ter sido criada, e já reúne cerca de 100 requerimentos de informações, convocações e convites de autoridades e investigados. A decisão de dar andamento aos trabalhos foi tomada logo após as recentes revelações da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre suspeitas de omissões e ilegalidades no acordo de colaboração da JBS.
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Deputados e senadores pretendem aprovar, já na reunião marcada para a tarde desta terça-feira (12), a convocação dos empresários Joesley e Wesley Batista, do diretor de Relações Institucionais da J&F, controladora da JBS, Ricardo Saud, do ex-procurador Marcello Miller e do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Os pedidos de convocação apresentados por governistas e oposicionistas também miram, entre outros, os ex-presidentes Lula e Dilma (PT), os ex-ministros da Fazenda Guido Mantega e Antonio Palocci, o operador financeiro Lúcio Funaro, o ex-assessor especial da Presidência Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), o ex-presidente do BNDES, Ricardo Coutinho, além do próprio Cunha. O atual ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que trabalhou para o grupo, também é alvo da oposição.
Inicialmente, a CPI focaria nos empréstimos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) à J&F nos governos Lula e Dilma. Com a reviravolta nas delações, a comissão deve ser utilizada pelos governistas para atacar o acordo de colaboração premiada fechado com o grupo empresarial.
<<CPI da JBS quer convocar Joesley, Saud, Miller e Janot para atacar delações