Eduardo Militão
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Ricardo Lewandowski, lamentou o fato de a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) não ter aceitado concluir o julgamento sobre a validade da Lei da Ficha Limpa nestas eleições, deixando de confirmar interpretação do próprio TSE.
Lewandowski afirmou que não é possível prever o que vai acontecer com os candidatos atualmente barrados pela lei porque o Supremo ainda vai se manifestar sobre isso. “São situações futuras para as quais não podemos fazer previsão.” Ele acredita que somente com a chegada do 11º ministro do Supremo será possível resolver o impasse.
Contra o “voto boboca”
A mesma opinião tem o ministro Marco Aurélio Mello, que tanto no TSE quanto no STF se posicionou contrariamente à interpretação de Lewandowski, manifestando-se pela inconstitucionalidade da Lei da Ficha Limpa. “Nós tivemos um grande treino sem gol”, disse o ministro, para quem é necessária a presença do 11º ‘jogador’ para completar o time.
Marco Aurélio também lamentou o impasse criado pelo STF para o eleitor. “Foi realmente uma página triste na história do Supremo”, disse o ministro. “Em relação ao candidato, ele sangra perante a sociedade. Em relação ao eleitor, causa uma insegurança”.
O ministro acrescentou que os eleitores não devem utilizar o voto útil, que ele chama de “voto boboca”, escolhendo os candidatos mais bem avaliados nas pesquisas ou que não estejam sub judice. Marco Aurélio diz que o eleitor deve votar, de forma consciente, naqueles que ele considera mais bem preparados para exercer o mandato.