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Lewandowski iniciou seu voto nesta quinta-feira (18) logo após o intervalo da sessão. Antes, Joaquim votou pela condenação do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e do ex-presidente do PT José Genoino e mais outros nove réus por quadrilha. O revisor, no entanto, disse que, ao rever os votos dados pelas ministras Rosa Weber e Cármen Lúcia no item 6, quando os integrantes analisaram a tese central do caso, a compra de votos na base aliada, mudou a sua convicção.
Ele fez seus os argumentos das duas ministras, em especial Rosa Weber. Para a ministra, só pode ser condenado por quadrilha quem sobrevive à base dos produtos de ações criminosas. “A convivência da quadrilha com a coautoria de crimes não é automática”, disse. Na visão do revisor, o enquadramento em quadrilha é um “problema teórico que a corte terá que enfrentar e superar”.
Por isso, ele decidiu votar pela absolvição de todos os 13 acusados. São eles: José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares, Marcos Valério, Ramon Hollerbach, Cristiano Paz, Rogério Tolentino, Simone Vasconcelos, Geiza Dias, Kátia Rabello, José Roberto Salgado, Ayanna Tenório e Vinícius Samarane. Ainda usou parte de seu voto para criticar o trabalho do Ministério Público. “Nós, que trabalhamos na área penal, verificamos que ultimamente o MP uando apresenta uma denúncia de um crime praticado por mais de quatro agentes, já imputa a formação de quadrilha”, disse.
Como os resultados são proclamados apenas de forma provisória, e o julgamento realizado em fatias, os ministros podem mudar seus votos até momentos antes da declaração final do processo. A mudança de posição de Lewandowski não foi a primeira. Ontem, o ministro Gilmar Mendes e o relator modificaram seus votos para condenar o publicitário Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes, por evasão de divisas.
Mudança e empate
Além de votar pela absolvição dos 13 réus do item 2, Lewandowski também mudou sua posição com relação aos acusados no capítulo 6. Este é o trecho da denúncia que trata da tese central do mensalão, a compra de apoio político. Na oportunidade, ele tinha se posicionado pela inocência do deputado Pedro Henry (PP-MT), do ex-sócio da corretora Bônus-Banval Breno Fischberg e do ex-assessor do PL Antonio Lamas.
Ele mudou o voto nos outros casos que tinha votado pela condenação. Na oportunidade, ele votou pela culpa do deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), do ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE), do sócio da Bônus-Banval Enivaldo Quadrado, do ex-tesoureiro do PP Jacinto Lamas e do ex-assessor do PL João Cláudio Genu. Nos casos de Enivaldo, Corrêa e Genu o placar muda de 7 a 3 para 6 a 4, abrindo a possibilidade de apresentação de embargos infringentes.
Em dois deles – Valdemar e Lamas – a situação é outra. Antes, o placar pela condenação deles era apertado. Seis ministros votaram pela culpa, enquanto os outros quatro pela inocência. Com a mudança, o resultado ficou empatado. Já ocorreram outras quatro situações de igualdade no processo, todas na acusação de lavagem de dinheiro. O resultado prático só deve ser definido na próxima semana, quando os ministros se reuniram para decidir a dosimetria das penas.
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