O parecer pela cassação, apresentado pelo deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), foi aprovado por unanimidade pela Mesa da Casa. O conselho agora decidirá se pede a cassação do mandato de Leréia. “Eu encaminhei já considerando a necessidade da cassação em razão das relações que estão muito acima de uma relação de amizade ou política, e sim, uma relação comercial com ganhos dentro dos interesses que não são compatíveis com o mandato parlamentar”, afirmou Goergen após a reunião da Mesa.
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Dos quatro deputados envolvidos nas investigações sobre o esquema de Cachoeira, o caso de Leréia é o único que teve prosseguimento na Câmara. Em julho, uma comissão de sindicância formada na Casa arquivou por unanimidade dois processos, contra os deputados Sandes Júnior (PP-GO) e Rubens Otoni (PT-GO). Nesta quarta, a Mesa da Câmara arquivou os processos contra os dois e também contra o deputado Stepan Nercessian (PPS-RJ).
Depois do resultado da CPI do Cachoeira, que acabou ontem (18) sem pedir o indiciamento de nenhum envolvido no caso, Goergen acredita que o Conselho de Ética pode agir de modo diferente. “Essa CPI nasceu e foi construída para não dar em nada. O Congresso está apostando que o STF fará aquilo que nós deveríamos ter feito. Fico pelo menos honrado de ter sido o relator do único caso desse episódio que avançou por aqui”, disse.
Já sobre a possibilidade de absolvição de Leréia pelos demais deputados, caso o processo chegue ao plenário da Casa, Goergen não quis fazer nenhuma previsão. “Enquanto existir o voto secreto eu temo por qualquer ação. Ele é um grande erro nosso. Se tivéssemos mais transparência, especialmente em horas como essa, não penalizaráamos a classe política como um todo, mas aqueles que merecem”, disse. Em agosto de 2011, a Câmara absolveu a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), acusada de quebra de decoro após a divulgação de vídeo em que apareceu recebendo dinheiro ilícito.
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