Os requerimentos de quebra de sigilo chegaram ao Supremo no dia 7 de maio, e foram distribuídos para o julgamento do ministro Teori Zavascki, relator dos processos da Lava Jato. A PF também solicitou autorização para empreender diligências contra os deputados federais Aníbal Gomes (PMDB-CE) e Eduardo da Fonte (PP-PE), líder do partido na Câmara, além do senador Valdir Raupp (PMDB-RO), todos no âmbito da investigação da Lava Jato no STF.
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As complicações de Collor com a Lava Jato são reportadas pelo Congresso em Foco desde agosto do ano passado – em 6 de março deste ano, ele passou a integrar a lista de investigados no Supremo, por recomendação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Como este site adiantou naquele mês de 2014, a suspeita sobre o ex-presidente foi remetida ao STF pelo juiz Sérgio Moro depois de a Polícia Federal identificar comprovantes bancários com depósitos feitos pelo doleiro Alberto Youssef, um dos operadores do esquema de corrupção na Petrobras, no valor de R$ 50 mil, na conta do senador. Segundo a PF, o repasse foi dividido em oito depósitos em espécie: R$ 1.500, R$ 9 mil, R$ 1.500, R$ 9 mil, R$ 8 mil, R$ 9 mil, R$ 8 mil e R$ 4 mil.
Além dessa acusação, o senador é suspeito de ter recebido R$ 3 milhões em propina por negócio firmado com uma subsidiária da Petrobras. Na noite de terça-feira (12), Collor ajuizou quatro representações contra Janot, por crime de responsabilidade, com pedido de impeachment do procurador. Nas representações, Collor acusa Janot de selecionar “como bem entende” os políticos a serem investigados, de abuso de poder, autopromoção e desperdício de dinheiro público.
Bois de Alagoas
Já Renan não deve se preocupar só com a Lava Jato. Como este site mostrou um mês antes de o senador virar investigado nesse inquérito, ele ainda convive com os fantasmas que o fizeram deixar a presidência da Casa pela porta dos fundos e que quase lhe custaram o mandato parlamentar. Renan é alvo de outras duas investigações no STF, denunciado por improbidade administrativa na Justiça do Distrito Federal no ano passado. Mas ainda não há decisão da Justiça sobre esses processos.
A acusação mais grave contra Renan remonta a 2007, ano em que renunciou à presidência para preservar o mandato e escapou duas vezes, em votação secreta no plenário, da cassação. No Inquérito 2593, ele é acusado pelo Ministério Público Federal de ter cometido os crimes de peculato (desvio de verba ou bem público por funcionário público), falsidade ideológica e uso de documento falso no chamado caso dos “bois de Alagoas”.