A força-tarefa da Operação Lava Jato denunciou também mais 16 pessoas, como o publicitário Marcos Valério, condenado no mensalão, e o empresário Ronan Maria Pinto, dono do jornal Diário do Grande ABC.
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De acordo com o Ministério Público, os acusados cometeram crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e obstrução à investigação.
Os procuradores pedem o confisco de R$ 7,5 milhões e 200 mil euros, além da aplicação de multa de R$ 70 milhões, correspondente ao dobro do total de propina. Segundo o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa, o valor envolvido na corrupção das duas acusações de hoje é R$ 30 milhões.
Petrobras
A denúncia contra Gim Argello, Marcelo Odebrecht, Ricardo Pessoa e Léo Pinheiro aponta que o ex-senador, em parceria com dirigentes das empreiteiras envolvidas no esquema corrupção na Petrobras, acertaram vantagens indevidas.
Entre os meses de abril e dezembro de 2014, houve pagamento de propina para obstruir os trabalhos das comissões parlamentares de inquérito instauradas (CPIs) no Senado e na Câmara dos Deputados.
As CPIs foram abertas para apurar atos ilícitos cometidos contra a petroleira e, conforme se constatou, houve o acerto de pagamento de propina para evitar a convocação de empreiteiros para prestarem depoimento.
Argello era membro da CPI do Senado e vice-presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, formada por deputados e senadores. A ideia era cobrar R$ 5 milhões de cada uma das empreiteiras envolvidas.
As investigações apontaram o acerto com quatro empreiteiras: UTC, OAS, Toyo Setal e Odebrecht. Argello pediu propina também às empresas Andrade Gutierrez, Engevix e Camargo Côrrea, que não aceitaram o pedido.
A denúncia envolve Gim Argello e seu filho Jorge Afonso Argello Junior; Paulo Cesar Roxo Ramos, Valério Neves Campos e José Adelmário Pinheiro Filho (Léo Pinheiro); Roberto Zardi Ferreira, Dilson Cerqueira de Paiva Filho e Ricardo Ribeiro Pessoa; Walmir Pinheiro Santana, Marcelo Bahia Odebrecht e Claudio Melo Filho.
Diário do Grande ABC
O dono do jornal Diário do Grande ABC, Ronan Maria Pinto, responderá por lavagem de dinheiro. A denúncia envolve R$ 6 milhões, provenientes de um empréstimo fraudulento no Banco Schahin.
O valor representa a metade do total de R$ 12 milhões repassados pela instituição financeira a José Carlos Bumlai, que seria o interlocutor do Partido dos Trabalhadores (PT), em outubro de 2004.
O empréstimo foi alvo de acusação feita pelo MPF em dezembro do ano passado. A denúncia apresentada agora é um desdobramento dos fatos apurados naquela época.
De acordo com as investigações, foi constatado que os R$ 6 milhões foram destinados a Ronan Maria Pinto. Para entregar o dinheiro, foi estruturado um esquema criminoso que, entre os meses de outubro e novembro de 2004, contou com a participação de pessoas ligadas ao PT e terceiros envolvidos na operação de lavagem do dinheiro.
Além de Ronan Maria Pinto, estão na segunda denúncia Sandro Tordin, Marcos Valério Fernandes de Souza e Enivaldo Quadrado; Luiz Carlos Casante, Breno Altman e Natalino Bertin; Oswaldo Rodrigues Vieira Filho e Delúbio Soares de Castro.