A decisão de Moro faz com que Dirceu, um dos condenados no processo do mensalão e na própria Lava Jato, volte à condição de réu na Justiça Federal de Curitiba. O ex-ministro foi condenado em maio pelo próprio juiz a 23 anos e três meses de prisão, em regime inicialmente fechado, pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e pertinência a organização criminosa.
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Moro também aceitou em seu despacho a denúncia contra o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, considerado o operador do PT no esquema de corrupção na Petrobras, contra o irmão de Dirceu, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, e mais quatro acusados de participação de desvios e pagamentos de propina. Segundo o juiz, indícios levantados pelo MPF demonstram que um dos delatores da Lava Jato, o empresário Júlio Camargo, fez repasses à empresa de Dirceu na ordem de R$ 1,4 milhão, a título de “custeio dissimulado de despesas” sob responsabilidade do ex-ministro.
Tal simulação de movimentação financeira, diz a denúncia do MPF, era operada por intermédio de viagens em um jatinho particular do empresário Júlio Camargo. Ainda de acordo com os investigadores da força-tarefa, a propina foi viabilizada a partir do contrato firmado entre a petrolífera e a empresa Apolo Tubulars.