O executivo se recusou a responder perguntas relativas às acusações contra a empresa sobre pagamento de propina e formação de cartel em contratos com a Petrobras.
“Gostaria de ter oportunidade, nessa CPI, de falar tudo o que sei, mas infelizmente estou engessado porque estou amarrado pela questão do processo penal que corre paralelamente, inclusive com depoimentos de testemunhas de acusação”, explicou.
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Ele disse ter esperanças de que a empresa saia do processo da Operação Lava Jato fortalecida, apesar das acusações.
Calado, mas nem tanto
Apesar da negativa em falar sobre as acusações, Odebrecht respondeu a algumas perguntas. Ao ser questionado pelo deputado Delegado Waldir (PSDB-GO) sobre uma informação publicada na imprensa a respeito da existência de um plano de fuga do país em função das investigações da Operação Lava Jato, ele negou. “Jamais pensei nisso”, afirmou.
PublicidadeO deputado goiano perguntou ainda sobre a veracidade de outra informação publicada na imprensa. “É verdade que seu pai, Emilio Odebrecht, disse que se o senhor fosse preso seria preciso construir uma cela para a presidente Dilma e para o ex-presidente Lula?”, perguntou.
“Senhor deputado, é muito perigoso falar em suposições. Eu tenho muito orgulho dos princípios morais que meu pai me transmitiu”, rebateu o empresário.
Depoentes unidos
Outros quatro executivos da empresa convocados para depor fizeram o mesmo. Márcio Faria da Silva, Rogério Santos de Araújo, César Ramos Rocha e Alexandrino de Alencar também usaram o direito constitucional de permanecer calados diante das perguntas dos deputados.
Todos os cinco conseguiram no Supremo Tribunal Federal (STF) habeas corpus que lhes garante o direito de não responder aos questionamentos. O advogado deles, Nabor Bulhões, disse que a defesa será feita na Justiça. “O STF garantiu o direito de o teor da defesa não ser antecipada à CPI”, explicou.
Ao todo, a Polícia Federal prendeu oito executivos da Odebrecht, suspeita de pagar propinas de mais de R$ 500 milhões a diretores da Petrobras e agentes políticos em troca de contratos com a estatal. A empresa nega as acusações.
(Com informações da Agência Câmara)