Pelo menos mais nove acusados de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras desarticulado pela Operação Lava Jato pretendem fazer acordo de delação premiada, conforme informações do jornal O Estado de S. Paulo desta segunda-feira (10).
Entre aqueles que pretendem prestar informações à Justiça em troca de uma eventual redução de pena estão executivos da OAS, Mendes Júnior e Galvão Engenharia. Atualmente, das 112 pessoas presas na Lava Jato desde março do ano passado, pelo menos 23 assinaram acordo de delação premiada.
Ainda segundo o Estadão, “a mudança de estratégia também tem sido influenciada pela decisão do ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque de iniciar um acordo de delação premiada. A expectativa de envolvidos nas investigações e de advogados de empreiteiras é de que ele fará uma das mais duras delações da Lava Jato e tornará mais difícil qualquer tentativa de reverter as acusações contra as empreiteiras”, afirma o jornal.
As chamadas delações premiadas, no entanto, são vistas com ressalvas por advogados. O atual advogado dos senadores Edison Lobão (PMDB-MA), Ciro Nogueira (PP-PI) e Romero Jucá (PMDB-RR) e da ex-governadora (PMDB-MA) Roseana Sarney, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, por exemplo, desistiu de defender uma das peças-chaves da operação, o doleiro Alberto Youssef, quando ele optou por fazer o acordo de delação premiada.
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De acordo com o criminalista, as colaborações estão sendo acordadas sem “nenhuma voluntariedade” e com diversos “abusos”. “Temos o caso de um procurador da República que admitiu que a prisão era usada para forçar a delação. Só isso daí já leva a anulação”, disse Kakay em entrevista ao Congresso em Foco.
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