O montante, observa o jornal, daria para bancar 31,2 milhões de benefícios do Bolsa Família pelo valor mais baixo pago aos beneficiários. De acordo com o Globo, apenas a Setal, a Camargo Corrêa e a holandesa SBM, empresas que já assinaram os acordos de leniência, devolveram R$ 1,64 bilhão.
Entre os delatores, a maior devolução ficou por conta do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, que entregou US$ 97 milhões, o equivalente a R$ 381,1 milhões. A segunda maior restituição aos cofres públicos foi feita pelo ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa: cerca de R$ 101,3 milhões.
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O dinheiro devolvido fica, inicialmente, à disposição da Justiça. Segundo o Globo, o juiz Sérgio Moro tem determinado que os valores confiscados retornem aos órgãos lesados. Até agora, a Petrobras já recebeu de volta R$ 296 milhões que estavam em contas de Paulo Roberto e Barusco no exterior.
Um dos integrantes da força-tarefa, o procurador da República Deltan Dallagnol disse em entrevista ao “Programa do Jô”, que a Lava Jato quebrou todos os recordes de devolução de recursos para o país. “Para se ter ideia, antes do caso Lava Jato, tudo que foi recuperado no país e entrou nos cofres públicos, em todos os outros casos (de corrupção) juntos, somam menos de R$ 45 milhões”, declarou o procurador, na semana passada.
Ainda de acordo com a reportagem, dados da Secretaria de Cooperação Internacional do Ministério Público mostram que ainda estão bloqueados no exterior US$ 433 milhões (R$ 1,7 bilhão) em dinheiro supostamente desviado da Petrobras ou de outros órgãos públicos. Desse total, US$ 129 milhões (R$ 506,8 milhões) foram repatriados. O restante, o equivalente a R$ 1,1 bilhão, segue bloqueado em bancos de Suíça, Luxemburgo e Mônaco, à espera de decisão judicial, explica o jornal.
As devoluções foram aceleradas nos casos em que houve acordo, como o de Barusco e Paulo Roberto. O ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, que não fez acordo de delação premiada, teve R$ 90 milhões bloqueados no exterior. Desse valor, apenas metade voltou ao país. O restante espera decisões judiciais.
De acordo com o Globo, os valores recuperados tendem a aumentar. Pelo menos dez réus e empresas negociam algum tipo de acordo com o Ministério Público. Os investigadores estimam que o rombo produzido pelo petrolão aos cofres públicos possa chegar a R$ 15 bilhões.
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