Investigadores da Operação Lava Jato rastreiam documentos sobre contas secretas supostamente mantidas no exterior pelo ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró e por Fernando Soares – apontados como operadores do PMDB em negociatas na estatal – para encontrar provas sobre o envolvimento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no esquema de corrupção. A linha de apuração nesse caso são as revelações do lobista Julio Camargo, sob regime de delação premiada à Justiça Federal, sobre um repasse de US$ 5 milhões que teria sido feito para o peemedebista a título de propina. Segundo Camargo, em 2011 Cunha recebeu o suborno para que fossem mantidos dois contratos de navios-sonda firmados com a empresa coreana Samsung em parceria com japonesa Mitsui. As informações estão em manchete do jornal O Estado de S.Paulo deste sábado (19).
Como lembra a reportagem, esse foi o primeiro depoimento de Camargo que identifica Cunha como receptor de propina. A acusação irritou o deputado a ponto de ele anunciar o rompimento pessoal com o governo e, ato contínuo, tomar decisões que comprometem o governo Dilma Rousseff – como o despacho de 11 ofícios de atualização de pedidos de impeachment, revelado em primeira mão pelo Congresso em Foco, e a criação de CPIs para investigar denúncias de irregularidade no BNDES e em fundos de pensão de estatais.
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Na última sexta-feira (17), o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Lava Jato em primeira instância, anexou extratos bancários com movimentações das contas secretas aos autos da ação penal contra Camargo em que Cunha é citado. A documentação foi enviada para a análise de autoridades suíças, e se referem às contas das empresas Three Lions Energy Inc; Pentagram Energy Corp; Falcon Equity; Marbury Investment & Finance; e Russel Advisors e Forbal – segundo a investigação, todas elas offshores formalizadas no exterior por Baiano e Cerveró para movimentar dinheiro em paraísos fiscais.
Nessa ação penal, que corre em Curitiba, Camargo, Baiano e Cerveró, entre outros, são réus sob acusação de lavagem de dinheiro e corrupção, e nas próximas semanas devem ter sentença condenatória proferida por Moro. “A documentação relativa às contas secretas na Suiça, da Three Lions Energy Inc, no Banco Clariden Leu Ltd., supostamente controlada pelo acusado Fernando Antônio Falcão Soares, da Russel Advisors SA, no Banco UBP (Union Bancaire Privée), de Genebra, supostamente controlada pelo acusado Nestor Cuñat Cerveró, da Forbal Investment Inc, no Banco Heritage, de Genebra, supostamente controlada pelo acusado Nestor Cuñat Cerveró, encontra-se em arquivo eletrônico, na Secretaria deste Juízo”, registra Moro em despacho anexado sexta-feira (17) aos autos da Lava Jato.
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