O Ministério da Defesa entregou nesta terça-feira (23) à CPI dos Grampos da Câmara o laudo que o Exército realizou nos equipamentos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O objetivo desse laudo é apontar se os equipamentos da Abin possuem ou não capacidade de realizar escutas telefônicas. A conclusão do documento é mantida em sigilo.
O colegiado também recebeu hoje a lista de equipamentos que a Abin adquiriu por meio de Exército. Todos os documentos estão guardados em um cofre e serão entregues amanhã ao presidente da CPI, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ).
A CPI ouvirá nesta quarta-feira (24) o ex-agente do Serviço Nacional de Inteligência (SNI) Francisco Ambrósio do Nascimento, que atuou na Operação Satiagraha, da Polícia Federal. Essa operação culminou com a prisão do banqueiro Daniel Dantas, acusado de comandar um bilionário esquema de crimes financeiros.
Ao Congresso em Foco, o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), destacou que Ambrósio será questionado a respeito do papel que desempenhava nas operações da PF. (leia mais)
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Na semana passada, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, admitiu que foi alertado de que os equipamentos da Abin poderiam realizar escutas telefônicas clandestinas.
No entanto, um laudo produzido pela Polícia Federal, e divulgado um dia depois do depoimento de Jobim, afirma que os equipamentos da agência de inteligência não são capazes grampear telefones.
Corroboram com o laudo da Polícia Federal os depoimentos do ministro Jorge Félix (Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República), e do diretor-geral afastado da Abin, Paulo Lacerda.
Ausência
Félix cancelou o depoimento que faria nesta quarta-feira (24) à CPI dos Grampos. O motivo alegado, segundo a própria secretaria da CPI, é que o ministro acompanhará perícias, além de comparar laudos. Conforme ressalta a secretaria da CPI, Félix não detalhou quais são as perícias e os laudos em questão. (Rodolfo Torres)
Atualizada às 18h34
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