Kassab teve audiência com Dilma depois da decisão dos deputados da bancada de desembarcar do governo. Ainda não se sabe se o PSD vai continuar com os cargos ocupados por indicados pela legenda nos ministérios e no segundo escalão de diversos órgãos federais. Constrangido, Kassab ouviu de Dilma, segundo o deputado Átila Lins, que poderia continuar na pasta, mesmo com o apoio da quase totalidade dos parlamentares do PSD ao impeachment.
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Kassab foi para o Ministério das Cidades em janeiro do ano passado na partilha de poder definida pela presidente Dilma para garantir o apoio do PSD ao Palácio do Planalto. Antes de Kassab, em 2013 o vice-governador de São Paulo, Guilherme Affif Domingos, mesmo com estreitas ligações com o governador tucano Geraldo Alckmin, aceitou ser secretário especial da Pequena e Média Empresa, também na cota do PSD, e passou a ser o 39º ministro.
Em outubro do ano passado, a reforma ministerial feita pela presidente tirou de Affif o status de ministro. Ele terminou transferido para a presidência do Sebrae Nacional e continuou no governo, assim como a bancada do PSD. O líder do partido na Câmara, Rogério Rosso (DF), com quem o governo contava para conter o impeachment, foi escolhido para presidir a comissão processante e fez questão de votar pela admissibilidade do pedido.
No domingo, durante a votação em plenário do pedido de abertura de processo contra a presidente, Rosso vai encaminhar o voto a favor, mas vai informar que o partido não punirá os deputados que votarem a favor. A assessoria do ministro confirma que ele comunicou à presidente a decisão da bancada a favor do impeachment e informou que ele continuará na pasta.