A Justiça Federal no Mato Grosso autorizou hoje a quebra de sigilo bancário do ex-assessor da Presidência da República Freud Godoy e de Hamilton Lacerda, ex-assessor da campanha de Aloizio Mercadante (PT) ao governo de São Paulo. Ambos são acusados de participação na tentativa de compra de um dossiê contra políticos do PSDB.
A quebra do sigilo foi solicitada ontem pelo procurador da República Mário Lúcio Avelar, que também pediu os dados bancários da esposa de Freud, Simone Messeguer Godoy, e da empresa dela, Caso Sistemas de Segurança. A Justiça, porém, negou os pedidos.
Com os dados em mãos, os procuradores vão tentar descobrir qual a origem dos R$ 1,7 milhão que seriam usados por pessoas ligadas ao PT para comprar os documentos. O dinheiro foi apreendido no dia 15 de setembro pela Polícia Federal com Valdebran Padilha e o advogado Gedimar Passos num hotel da capital paulista. Ontem, a PF afirmou que parte dos recursos pode ter saído do jogo do bicho.
Gedimar, em depoimento à PF, afirmou ter recebido o dinheiro de um tal de "Froud ou Freud". Com a declaração, as suspeitas recaíram diretamente sobre o ex-assessor da Presidência. Mas, na semana passada, o advogado voltou atrás e disse que mencionou o Freud aleatoriamente, após ser informado que seria liberado caso colaborasse com as investigações.
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O advogado de Freud, Augusto Botelho, classificou como “saudável e tranqüila” a decisão da Justiça Federal. Segundo ele, a quebra do sigilo vai permitir verificar que o ex-assessor da Presidência não teve envolvimento no esquema. “É importante comprovar que as acusações, que não passam de boatos eleitorais, não têm fundamento.”
O advogado de Lacerda, Alberto Zacharias Toron, sustentou que a transferência dos dados bancários não vai acrescentar novas informações às investigações. Ele preferiu, porém, não fazer comentários por enquanto. “Vou aguardar o resultado das diligências para me pronunciar sobre o assunto”, disse Toron.