A Justiça recebeu denúncia criminal do Ministério Público Federal em São Paulo contra o ex-controlador do Banco Santos Edemar Cid Ferreira, mulher dele, Márcia de Maria Costa Cid Ferreira, e seu filho, Eduardo Costa Cid Ferreira. Os três são acusados de lavagem de dinheiro por terem ocultado, entre novembro de 2004 e dezembro de 2008, a origem, localização e propriedade de bens e valores provenientes da prática de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional.
Entre os bens ocultados estavam obras de arte, como pinturas e esculturas, que, para a Procuradoria, foram adquiridas por Edemar com capital desviado do Banco. Depois disso, as obras foram incorporadas ao patrimônio da Cid Ferreira Collection Empreendimento S.A., que tinha como sócio majoritário a Wailea Corporation, empresa offshore nas ilhas Virgens Britânicas.
Em 2005, foram apreendidos na então residência do ex-banqueiro computadores com documentos e emails que indicam a remessa para o exterior de diversas obras de arte. Para o Ministério Público, foram encontradas evidências segundo as quais essas obras eram remetidas para fora do país e negociadas com compradores estrangeiros. Os valores recebidos eram transferidos, por determinação do próprio Edemar, para contas correntes de terceiros mantidas no exterior em bancos estrangeiros.
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Segundo a denúncia da Procuradoria da República em São Paulo, as movimentações são típicas compensações de créditos relacionadas a operações realizadas por Edemar no mercado nacional clandestino de câmbio. “Os doleiros que compraram a moeda estrangeira do ex-banqueiro lhe indicavam em quais contas o valor correspondente deveria ser creditado”, escreve o procurador da República Sílvio Luís Martins na denúncia, apresentada em abril, recebida em maio, mas divulgada apenas nesta terça-feira (17). “Em contrapartida, lhe entregavam moeda nacional em espécie para que pudesse custear o luxuoso estilo de vida mantido por ele e seus familiares, mesmo após ter levado o Banco Santos S.A. à falência.”
Acompanhamento
De acordo com o MPF, Edemar, além de ser o principal beneficiário dos desvios no Banco Santos, é o destinatário ou remetente de emails relacionados ao envio ao exterior das obras de arte. “Ele sempre acompanhava as remessas e determinava as formas como seriam realizados os pagamentos relacionados às vendas das obras”, afirma comunicado da Procuradoria da República em São Paulo.
Enquanto isso, a Procuradora sustenta que Márcia participou de acordos com agentes estrangeiros sobre a movimentação das obras no exterior para vendê-las. “Já o filho Eduardo era responsável por tratar dos preparativos para o envio das obras para fora do país”, diz o comunicado à imprensa. (com informações do Ministério Público)
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