O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) afirmou hoje (8) que as candidaturas de Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e Arlindo Chinaglia (PT-SP) à presidência da Câmara são “farinha do mesmo saco”.
"Temos respeito pelo Aldo e pelo Arlindo, mas os dois são farinha do mesmo saco no que diz respeito a não romper com este estado de coisas."
De acordo com Jungmann, a vitória de Chinaglia representaria o retorno do deputado cassado José Dirceu à Câmara.
"O presidente Aldo se comportou como um auxiliar do presidente Lula. E o Chinaglia é resultado de uma aliança entre Zé Dirceu e Marta Suplicy", disse Jungmann. "[Chinaglia] Representa o retorno de mensaleiros e sanguessugas. Representa colocar na cadeira de presidente da Câmara o senhor José Dirceu e a abertura da anistia para quem foi condenado", complementou.
O deputado pernambucano também afirmou que a vitória de Chinaglia significaria uma derrota para o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, e para o presidente Lula. "Como é que o presidente Lula vai negociar com Arlindo Chinaglia querendo recolocar o aparelho [PT] lá dentro [na Câmara], querendo fazer a indicação de mensaleiros, sanguessugas, disputando cada espaço de ministério", disse.
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"Olha, se o Chinaglia chegar ao poder, Tarso, você não vai mandar nada. O instrumento de poder PT fica com o José Dirceu e volta exatamente o lado negro da força", declarou o deputado, em recado ao ministro Tarso Genro.
A reunião
Os deputados que estão reunidos neste momento em São Paulo, para decidir sobre um terceiro nome para a disputa da presidência da Câmara, ainda não chegaram a um consenso sobre quem vai entrar na briga com os dois candidatos da base aliada: Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e Arlindo Chinaglia (PT-SP).
Os deputados Fernando Gabeira (PV-RJ), Luiza Erundina (PSB-SP) e Raul Jungmann (PPS-PE) não quiseram se apresentar como possíveis candidatos à vaga na Câmara. "Nós queremos alguém e se for de um partido que dê viabilidade eleitoral, muito melhor", disse Erundina. E acrescentou: "Se o PT quiser vir realmente ao encontro desta proposta [do grupo suprapartidário] não tem porque não. Desde que não seja um destes nomes que faltaram com a ética."
O deputado Paulo Renato (SP), representante do PSDB no grupo, disse que vai levar à direção tucana a idéia de aderir a uma terceira candidatura e também defendeu um nome do PMDB ou do PT. "Nós achamos, inclusive, que devemos buscar o que é a tradição da Câmara: os maiores partidos [indicarem um nome]."
Integrantes do grupo insistem que a candidatura alternativa não significa um nome para fazer oposição ao governo, mas apenas de afirmação da Câmara. "Aldo e Arlindo, que são meus amigos pessoais, estão se rendendo ao fisiologismo", afirmou o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ).
Entre as várias medidas, eles defendem a "moderação na edição de medidas provisórias, a garantia do direito das minorias" na Casa, a "melhora na produtividade da Câmara, a extinção do voto secreto e o estabelecimento de uma pauta para o primeiro semestre para a votação de projetos emergenciais", com ênfase para a reforma política.