Eduardo Militão e Edson Sardinha
Investigado por homicídio qualificado, como revelou o Congresso em Foco, o deputado Júlio Campos (DEM-MT) reafirmou nesta quinta-feira ser natural que os políticos enfrentem apurações policiais e processos. O deputado disse ter a ?consciência tranquila? e não ter dúvidas de que o Inquérito 3162, a que responde, será arquivado.
“Não chegam a passar de denúncias infundadas cujo propósito consiste tão somente em manchar a reputação de pessoas em evidência política”, disse ele, por meio de nota de seu chefe de gabinete, Mário Thadeu, intitulada ?Notícias em geral têm o condão de provocar emoções?.
O texto não aponta nenhum erro na reportagem “STF investiga deputado por dois assassinatos”, publicada ontem (4) pelo Congresso em Foco. Diz que a notícia a seu respeito pode ?provocar emoções? nos leitores, como comoção ou repugnância.
De acordo com a nota, “trâmites processuais” na Justiça de São Paulo e no Superior Tribunal de Justiça mostram que “eventualmente a participação do congressista não existiu” como mandante do crime. Na terça-feira (3), o site pediu documentos para comprovar essas afirmações. Até agora, não recebeu os documentos.
Leia a íntegra da nota:
?Notícias em geral têm o condão de provocar emoções
Deputado Júlio Campos
Coloco dois pontos de reflexão:
1º – Notícia divulgada pelo Congresso em Foco em 13 de outubro de 2010 possuía como manchete a afirmação de que ?um quarto dos parlamentares reeleitos respondem a processo no STF – dos 320 parlamentares que renovaram o mandato no Congresso, 76 são alvos de inquérito ou ação penal no Supremo Tribunal Federal?.
2º – O mesmo jornal ? Congresso em Foco – hoje em 04 de maio, ponderou por identificar o deputado Júlio Campos (DEM-MT) com o inusitado fato do Excelentíssimo ministro Joaquim Barbosa, questão superada e tendenciosamente distorcida para uma conotação racista totalmente inexistente no contexto do pronunciamento.
A atenção da mídia desta vez é o suposto envolvimento do deputado Júlio Campos em crimes ocorridos em São Paulo, motivados por disputa de terras no estado de Mato Grosso e submetido à apreciação pelo STF.
Quanto ao tema, o fato é que o Estado Democrático de Direito pressupõe investigações policiais e que a matéria, por questão de competência, chegou à Suprema Corte. Contudo, conforme trâmites processuais que tramitaram na Justiça Estadual de São Paulo, como no Superior Tribunal de Justiça (STJ), eventualmente a participação do congressista não existiu.
Os responsáveis pela investigação ponderaram por não mais formular pedidos de diligências, de modo que o deputado pode dizer hoje que: ?Tenho a consciência tranqüila e creio que o Ministério Público Federal acatará o pedido de arquivamento do inquérito?.
A matéria divulgada pelo Congresso em Foco pode provocar emoções, as mais distintas possíveis, tanto comover o leitor como despertar-lhe repugnância sobre a forma inconsistente que as informações foram colocadas.
Importante, portanto, ponderar os fatos antes de formar sua convicção. Para não sermos conduzidos, portanto, como navio sem direção que se move ao ímpeto da maré, indispensável melhor conhecimento de causa.
Voltando aos dois pontos de reflexão – o ?alto número? de deputados que respondem a processos perante o STF, e o ?grave? envolvimento do Deputado Júlio Campos, têm em comum a parcialidade da notícia, a aparência do absurdo, quando na verdade apenas refletem o procedimento comum de apuração, que no mais das vezes, como o haverá de ser ao longo da verificação dos fatos, não chegam a passar de denúncias infundadas cujo propósito consiste tão somente em manchar a reputação de pessoas em evidência política que estão na verdade atentos à ética e à boa condução da coisa pública, como o é o respeitável congressista Júlio Campos.
Att,
Mário Thadeu
Chefe de Gabinete
Dep. Júlio Campos.”
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