O juiz implacável, o juiz que se apresenta todo-poderoso à face do réu, o juiz que sacia a sede de vingança das multidões, este juiz recebe apoio quase unânime, principalmente quando sua conduta é exaltada pelos meios de comunicação.
O papel de acusar, de buscar provas incriminadoras, cabe ao Ministério Público. Este órgão merece aplausos quando desvenda a verdade para encontrar a prova condenatória. Mas, mesmo o Ministério Público, que é parte, que representa uma face da moeda, tem o dever de pedir a absolvição do acusado quando se revela clara a inocência.
Outro papel, muito diferente do papel do Ministério Público e da defesa, é o do juiz no processo. O juiz tem o dever ético de ser imparcial, pois é o fiel da balança. O juiz que trai a imparcialidade para obter a homenagem dos holofotes e as manchetes do jornais é um impostor. Merece repúdio de todos aqueles que conhecem os papéis da acusação (Ministério Público), da defesa (advogado de defesa) e do juiz de Direito (julgamento imparcial).
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Os juízes que hoje estão na mídia, se fabricados por interesses escusos, amanhã serão esquecidos.
* Juiz de Direito aposentado no Espírito Santo, palestrante e escritor. E-mail: jbpherkenhoff@gmail.com
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