O jornalista esportivo Juca Kfouri não se surpreendeu com o fato de o ministro do Esporte, Orlando Silva, admitir que as bebidas alcoólicas podem ser liberadas nos estádios durante a Copa, apesar da proibição no Estatuto do Torcedor, como noticiou o Congresso em Foco. A Fifa fez o pedido ao governo, que vai procurar o Ministério Público para rever acordos feitos no passado. A cerveja Budweiser é uma das patrocinadoras do Copa de 2014.
“Durante a Copa ao menos, a Bud será consumida nos estádios…”, disse Kfouri ao Congresso em Foco, em mensagem eletrônica neste fim de semana. “Certo como dois mais dois são quatro”, continuou o comentarista.
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Na Copa da África do Sul, no ano passado, a venda de bebidas foi liberada e, pelas regras da Fifa, a federação e seus parceiros foram os fornecedores exclusivos de produtos comercializados dentro dos estádios. A Budweiser era a única cerveja à venda.
Até na Copa da Alemanha, em 2006, a Bud, da multinacional Inbev, era a cerveja exclusiva nos estádios. Nem mesmo as tradicionais marcas alemãs puderam ser vendidas naquela Copa apesar da chiadeira dos anfitriões do Mundial. Em congresso de jornalismo neste mês, Kfouri diz que os alemães consideraram a marca norte-americana Budweiser uma espécie de “xixi” em relação às bebidas consumidas por eles.
Modificações
A liberação das bebidas alcoólicas nos estádios é apenas uma das discussões da futura Lei Geral da Copa, reveladas nos últimos dias pelo Congresso em Foco. Por acordo com a Fifa e o COL, o Ministério do Esporte liberou as entidades para “discutir” o fim da meia-entrada para estudantes durante o Mundial, quer fazer mudanças nas exigências de segurança previstas no Estatuto do Torcedor e se comprometer a pagar uma indenização misteriosa aos organizadores do torneio.
Mas o assunto não está definido. A Casa Civil e a presidente Dilma Rousseff ainda acertam como ficará o texto. Depois disso, o projeto de lei ou Medida Provisória será enviado ao Congresso.
Crítico ácido
Crítico ácido do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador Local (COL) da Copa, Juca Kfouri, em seus sites e perfis na internet, o jornalista apóia campanhas como o “Fora, Ricardo Teixeira” e republica artigos do chefe da CBF em que ele afirmava que a Copa seria paga essencialmente com dinheiro privado. Ao contrário, mais de R$ 20 bilhões sairão dos cofres públicos, segundo dados ainda incompletos da Controladoria Geral da União (CGU).