Dois jovens envolvidos na depredação do Palácio Itamaraty durante as manifestações de junho do ano passado foram denunciados à Justiça pelo Ministério Público. O pedido de condenação foi encaminhado à 12ª Vara Federal de Brasília nesta quarta-feira (19). Os jovens são acusados de incendiar a sede do Ministério das Relações Exteriores (MRE), colocando em risco a vida e a integridade física das pessoas que estavam no local e causando danos ao patrimônio da União. A pena para o crime varia de três a seis anos de prisão, podendo ser aumentada em um terço por se tratar de prédio público.
De acordo com a denúncia, durante protestos realizados na noite de 20 de junho de 2013, Cláudio Roberto Borges de Souza e Samuel Ferreira Souza se aproximaram do Palácio do Itamaraty, onde havia um tumulto formado por manifestantes que pretendiam invadir o prédio. Os teriam arremessado uma bomba caseira na entrada principal do edifício. A investigação do Ministério Público Federal não conseguiu identificar, no entanto, quem distribuiu os coquetéis molotov para os manifestantes.
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Ao todo, 13 ambientes do Itamaraty foram atingidos pelos atos de vandalismo. O procurador da República no Distrito Federal Valtan Furtado afirma que o fogo só não assumiu maiores proporções porque integrantes da segurança e da brigada de incêndio agiram rapidamente. Ainda assim, laudo da Polícia Federal constatou vários danos à União, como vidros quebrados, pichações e esquadrias de janelas destruídas ou amassadas.
Os atos praticados pelos denunciados e demais manifestantes que agiram junto com eles resultaram em danos a oito ambientes do primeiro andar, três do segundo e dois do terceiro. Laudos constataram danos a 58 vidraças, sete vidros, uma parede e um portão pichados, esquadrias metálicas de janelas destruídas ou amassadas e marcas de fogo nas persianas internas da janela do corredor de acesso à sala do Cerimonial. Cálculos preliminares do MRE apontavam que o reparo dos danos causados pelos denunciados e demais manifestantes ao Palácio Itamaraty custaria cerca de R$ 31 mil.
A reportagem não localizou Cláudio Borges e Samuel Ferreira.