Em tom de campanha eleitoral, o deputado Josias Gomes (PT-BA) utilizou o tempo a que tem direito em seu julgamento no plenário da Câmara, mais para exaltar sua atuação parlamentar do que para se defender do parecer do Conselho de Ética que sugere a sua cassação.
Acusado de receber R$ 100 mil do valerioduto, Gomes exaltou que seu mandato foi concedido pelo povo da Bahia e, por isso, cabe aos eleitores o papel de julgá-lo. O parlamentar criticou o parecer do deputado Antônio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), afirmando que as provas atentam contra sua cassação.
“Não sou corrupto, jamais o serei. Sei que não existem provas para me condenar à perda do mandato que me foi concedido pelo povo baiano”, afirmou. O parlamentar sustentou ainda que nunca enfrentou processo por desvio de dinheiro e disse que só soube da existência do empresário Marcos Valério de Souza pela imprensa.
Josias Gomes argumentou nunca ter recebido dinheiro para dar apoio ao governo no Congresso, o chamado mensalão. Segundo ele, os recursos sacado nas contas de Valério foram para saldar dívidas de candidatos baianos não eleitos em 2002. Na época do saque, o parlamentar era presidente do partido na Bahia.
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“Depois de insistir com o Diretório Nacional, fui orientado a buscar os recursos junto ao Banco Rural”, justificou. O parlamentar disse que jamais poderia imaginar que os recursos tinham origem ilícita e afirmou ter agido de boa fé.
“Eu próprio fui ao Banco Rural e apresentei minha carteira de parlamentar. Esse seria o procedimento de quem recebe importância ilícita?”, indagou em plenário. O parlamentar afirmou ainda que, ao longo do processo, nunca negou ter sacado os R$ 100 mil e disse que testemunhas provam que o dinheiro foi usado para saldar dívidas de outros candidatos.
No fim do discurso, Gomes aproveitou para exaltar mais uma vez seu mandato na Câmara e ressaltou a origem humilde. Disse que mora até hoje em Itabuna – cidade próxima ao litoral baiano – numa casa financiada e possui dois carros também financiados. “Se há dúvidas quanto ao destino do recurso, não é no meu patrimônio em que esses recursos se encontram”, defendeu-se.
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