O suíço Joseph Blatter, 79 anos, renunciou nesta terça-feira (2) à presidência da Federação Internacional de Futebol (Fifa). Desde o último dia 27, quando as autoridades de Justiça dos Estados Unidos e da Suíça deflagaram uma grande operação internacional contra a corrupção no futebol, a entidade tem sido obrigada a explicar as denúncias de que seus principais dirigentes cobravam propina para negociar contratos de marketing, transmissão de jogos e a escolha dos países-sede da Copa do Mundo.
A renúncia foi anunciada há pouco, pelo próprio Blatter, durante entrevista coletiva concedida em Zurique, na Suíça. Uma nova eleição para escolher o sucessor do suíço será agendada. Até lá, Blatter continuará no comando da entidade.
Ainda durante o anúncio, Blatter anunciou um programa de reformas significativas na entidade. As mudanças serão conduzidas pelo presidente independente do Comitê de Auditoria da Fifa, Domenico Scala.
Blatter tinha sido reeleito presidente da Fifa na última sexta-feira (29), depois que seu adversário na disputa, o príncipe jordaniano Ali bin Al Hussein, 30 anos, desistiu da candidatura sem maiores explicações. Seria o quinto mandato de Blatter à frente da entidade, que ele comanda desde 1998.
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Na manhã da última quarta-feira (27), policiais suíços prenderam, em Zurique, o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) José Maria Marin, e mais seis dirigentes esportivos: Jeffrey Webb, Eduardo Li, Julio Rocha, Costas Takkas, Eugenio Figueredo e Rafael Esquivel. No final da tarde do mesmo dia, o ex-vice-presidente da Fifa Jack Warner entregou-se às autoridades de Trinidad e Tobago, na América Central, mas foi liberado após pagar fiança de US$ 400 mil.
Nove dirigentes da Fifa e cinco empresários esportivos de várias nacionalidades – entre eles os sete já presos – foram denunciados à Justiça norte-americana devido às denúncias da Promotoria de Nova York. As autoridades norte-americanas também investigam indícios de fraude na escolha dos países-sede das duas próximas copas do Mundo (Rússia, 2018, e Catar, 2022). Segundo a Promotoria de Justiça de Nova York e o FBI (Polícia Federal dos Estados Unidos), o esquema pode ter movimentado mais de US$ 150 milhões em mais de duas décadas.
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