O ESTADO DE S.PAULO
Pelo menos um a cada três deputados do PMDB quer romper com o PT
Presidente convoca o vice, Michel Temer e o presidente do PMDB, Valdir Raupp, para reunião neste domingo, no Alvorada, a fim de conter grupo de deputados insatisfeitos com o governo
A presidente Dilma Rousseff convocou uma reunião para este domingo, 9, a fim de definir parte dos palanques regionais e, assim, tentar aplacar a crise com o PMDB. A presidente deve encontrar um partido rachado. Ao menos um terço dos deputados peemedebistas considera a relação com o governo insustentável e prefere um desfecho radical: romper a aliança com o Planalto.
O Estado ouviu 54 dos 74 deputados do PMDB em atividade – um está de licença médica. A opção pela ruptura imediata foi de 23 parlamentares. Outros 25 deputados disseram ser a favor da aliança, embora haja nesse grupo peemedebistas críticos à condução política do governo.
Apenas um não quis opinar e cinco afirmaram que votarão com o líder da bancada, deputado Eduardo Cunha (RJ), que na terça-feira postou no Twitter que o PMDB deveria “repensar a aliança” com Dilma e o PT. As entrevistas foram realizadas entre quarta-feira, um dia após a reação de Cunha, e sexta.
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É este o tamanho da batalha que o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), enfrentará para convencer os deputados do partido a baixarem o tom para que ele e o vice-presidente da República, Michel Temer, consigam negociar melhor tratamento à legenda com Dilma e com o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante (PT), no encontro marcado pela presidente para amanhã, no Palácio da Alvorada. O governo tenta deixar Cunha isolado, mas a tarefa não se mostra tão simples.
Política para mulheres avança pouco com Dilma
A chegada da primeira mulher aocargo mais alto da Repúbli- ca obrigou a troca do “presi- dente” por “presidenta” nas placas oficiais, mas os avançosnas políticas de gênerodes- de então ainda são tímidos.
Principal programa da gestão Dilma Rousseff na área,apolítica de enfrentamento à violência contra mulheres foi aprovado pe- ló Congresso,mas não saiu do pa- pel até agora. A proposta prevê R$305milhõesparaaconstrução de casas que abrigariam vítimas deviolência. A Secretaria de Polí- ticas para as Mulheres, que tem status de ministério e é vinculada à Presidência, diz que as casas co- meçarão a ficar prontas só neste ano, pois o processo “é demora- do”. Isso porque os Estados têm de aderir ao programa e as prefeituras devem oferecer os terrenos para a construção das casas. Por ora, 13 capitais fizeram contra-tos.A próxima etapa é a licitação
FOLHA DE S.PAULO
Putin ameaça cortar gás e amplia cerco à Ucrânia
Moscou apoia referendo na Crimeia e rejeita plano de diálogo do Ocidente
Ministro levou a mulher em jato da FAB para Carnaval
Com um mês à frente do Ministério da Saúde, o ministro Arthur Chioro levou sua mulher, Roseli Regis dos Reis, para o Carnaval de três capitais utilizando avião da Força Aérea Brasileira.
O ministro se deslocou de São Paulo para Recife, Salvador e Rio de Janeiro nesta semana para participar de ações do ministério de mobilização e promoção do uso da camisinha durante as festas.
“Fiz uma maratona de quatro dias a serviço do ministério em prol da prevenção da Aids, percorrendo os quatro maiores Carnavais do país. Fiz questão de ter minha esposa ao meu lado para evitar qualquer situação de exposição indevida”, disse o ministro.
O decreto 4.244/2002, que disciplina o uso de aviões da FAB por autoridades, diz que os jatos podem ser requisitados quando houver “motivo de segurança e emergência médica, em viagens a serviço e deslocamentos para o local de residência permanente”.
O decreto não diz quem pode ou não viajar acompanhando as autoridades.
Na capital baiana, o casal foi ao badalado camarote Expresso 2222, comandado pelo ex-ministro da Cultura Gilberto Gil e sua mulher, Flora Gil. A assessoria da pasta diz que o Expresso 2222 foi parceiro do ministério na campanha, “para a qual contribuiu com apoio à distribuição de preservativos e veiculação de peças e depoimentos da campanha publicitária”.
Justiça condena Valério por envio de dinheiro ao exterior
O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, juntamente com seus ex-sócios na SMPB, foi mais uma vez condenado, agora pela Justiça Federal em Minas Gerais, pelo envio de dinheiro ilegalmente para o exterior.
Parte do dinheiro remetido ao exterior, segundo a Justiça, é oriunda do chamado esquema do mensalão tucano, cuja denúncia contida na ação que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal) fala em desvio de recursos públicos do governo de Minas em 1998, na gestão do PSDB.
Valério, Cristiano Paz e Ramon Rollerbach foram condenados a nove anos e dois meses de prisão, cada um, pelos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. A condenação, ocorrida em janeiro, só agora foi divulgada.
A denúncia fala em envio ilegal ao exterior, entre 1998 e 2000, de “montante superior a US$ 628 mil (cerca de R$ 1,5 milhão)”. Foram 23 remessas, no total.
Valério e seus ex-sócios, que negam a acusação, foram condenados também no mensalão petista e cumprem pena em presídio em Brasília.
No mês passado, Valério e Rogério Tolentino (ex-advogado e ex-sócio de Valério também preso pelo mensalão do PT) foram condenados em primeira instância por corrupção em um processo derivado do mensalão tucano.
Critério para dividir verba publicitária não mudará, diz ministro
O ministro Thomas Traumann (Comunicação Social) disse ontem que o governo não irá mudar o critério de distribuição de verbas de publicidade –um bolo com cerca de R$ 2 bilhões anuais do Executivo e estatais.
Sua antecessora, Helena Chagas, havia sido bombardeada pelo PT por defender parâmetros como a audiência para definir a divisão das verbas. O partido queria priorizar veículos menores de mídia regional, além de sites e blogs alinhados ao Planalto.
Traumann fez o comentário ao divulgar uma pesquisa sobre hábitos de consumo de mídia do brasileiro, encomendada pela Secretaria de Comunicação por R$ 2,4 milhões ao Ibope Inteligência.
“Os critérios são os que já existem e já estão sendo adotados desde 2008. São critérios técnicos, baseados em pesquisa de agências, de veiculação de rádio, de circulação, no caso de jornais e revistas”, disse o ministro, que assumiu o cargo em fevereiro.
Auditoria aponta gasto irregular de R$ 6,5 milhões com saúde indígena
O Ministério da Saúde gastou irregularmente R$ 6,5 milhões destinados a comunidades indígenas entre 2010 e 2012, segundo a CGU (Controladoria-Geral da União).
A maior parte dos gastos considerados indevidos foi registrada em 2011 e 2012, período em que o ministério era comandado por Alexandre Padilha (PT), que deixou o cargo em fevereiro deste ano para concorrer ao governo do Estado de São Paulo.
Por meio da assessoria, o ministério informou que as auditorias foram feitas a pedido da própria pasta.
Entre os problemas apontados estão o pagamento de diárias por viagens que não ocorreram, gastos com locação de veículos sem a comprovação do serviço e o pagamento em duplicidade de equipes de saúde indígena.
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CORREIO BRAZILIENSE
Agnelo eleva tom sobre regalias a mensaleiros
“Mesmo ele (juiz Bruno Ribeiro) não tendo prerrogativa de se dirigir a mim, eu vou responder porque o presídio está em absoluta normalidade e tem comando”, disse o governador
“Vamos cobrar responsabilidade de quem fizer provocações políticas”, afirmou o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, em referência à cobrança da Vara de Execuções Penais (VEP) por esclarecimentos sobre supostas regalias a presos do mensalão na Papuda. Diferente do documento preliminar ao qual o Correio teve acesso, em que a Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe) acusa a VEP e o Ministério Público (MP) de ingerência e diz ter condições de abrigar até traficantes perigosos, Agnelo, apesar de subir o tom em entrevista, optou por responder à Justiça de forma menos agressiva – embora com alfinetadas -, em ofício encaminhado nesta sexta-feira (7/3) a VEP.
Interpelado por jornalistas, o governador disse que “o sistema prisional é uma situação delicada e você não pode nunca deixar de politizar isso. Mesmo ele (juiz Bruno Ribeiro) não tendo prerrogativa de se dirigir a mim, eu vou responder porque o presídio está em absoluta normalidade e tem comando”. Além disso, o governador falou que tem fiscalizado toda a situação e garantido a segurança do sistema prisional do DF. “Querer fazer provocação política para tentar mudar esse curso, aí vamos cobrar responsabilidade de quem fizer provocações políticas”, concluiu.
Ministro alerta para situação carcerária
Marco Aurélio acredita que as cadeias do DF têm condições de abrigar mensaleiros, mas diz que o debate é positivo porque chama a atenção sobre as condições subumanas dos detentos
A tensão crescente entre o sistema prisional do Distrito Federal e a Vara de Execuções Penais (VEP), desde que os condenados no processo do mensalão começaram a cumprir pena em Brasília, serve para chamar a atenção da sociedade e dos governos para as condições precárias das unidades carcerárias em todo o país, na avaliação do ministro Marco Aurélio de Mello. Embora admita desconhecer as supostas regalias que os sentenciados da Ação Penal 470 estariam recebendo nos presídios do DF, o magistrado avalia que eles merecem receber tratamento digno, assim como os demais detentos. “O que acontece é que os outros não são tratados como humanos. Estamos acostumados a tratar o reeducando como se fosse subumano. A situação dos condenados da Ação Penal 470 tem um lado positivo, que é alertar para a situação dos presos no Brasil.”
Quanto à dúvida levantada pela VEP, que questionou o Governo do Distrito Federal se os presídios de Brasília estão em condições de manter os condenados do mensalão em situação isonômica, Marco Aurélio observou que o Complexo Penitenciário da Papuda é reconhecido por sua eficiência. “A Papuda é uma das penitenciárias mais bem organizadas do Brasil. Se uma penitenciária não consegue manter um custodiado, ela deve fechar, porque aí seria a falência do Estado”, frisou o ministro.
Brasil deve tomar dos EUA o posto de maior produtor de soja
A única barreira até o topo do pódio é o prolongamento das chuvas no cerrado
Os eventos climáticos extremos dos últimos meses — como chuvas torrenciais e secas prolongadas — ameaçam adiar, novamente, a conquista pelo Brasil da liderança mundial na produção de soja. Os sojicultores nacionais apostaram alto na safra 2013-2014, ampliando a área de plantio em mais um milhão de hectares, a maior parte no Mato Grosso. Mas a meta de colher a marca histórica de 90 milhões de toneladas está sendo desafiada há meses pelo mau tempo. “O clima já derrubou os ganhos de produtividade na temporada atual, sem falar da escassez de infraestrutura para escoar os grãos”, lamentou Glauber Silveira, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja).
Segundo ele, esse cenário já está deixando operadores do mercado da commodity nervosos. Enquanto as estatísticas continuam sendo revisadas e os especuladores interferem nas cotações, o movimento das colheitadeiras se intensifica no campo para evitar novas surpresas que resultem em quebras na safra e, ainda, garantir um novo recorde, entre 86 milhões e 87 milhões de toneladas. Para isso, continua valendo a expectativa de um ganho de eficiência em relação à última safra, de três para 3,15 toneladas por hectare. “Isso garantia mais 3 milhões de toneladas apenas do Mato Grosso”, observou.
A nova previsão permitiria, em tese, o país ultrapassar, enfim, a safra norte-americana da oleaginosa, estimada em 83 milhões de toneladas. Na safra 2012/2013, encerrada em julho do ano passado, o Brasil quase tornou-se o maior produtor mundial. Mas as perdas provocadas pela seca no Nordeste e pelo excesso de chuvas no Sul acabaram derrubando a produção nacional para 81,4 milhões de toneladas — apenas 0,7% menor que a dos Estados Unidos.