FOLHA DE S.PAULO
Políticos e donos de carros de luxo ganham verba antisseca
Donos de veículos de luxo, vereadores e até um prefeito receberam verbas de um programa federal criado para socorrer pequenos agricultores prejudicados pela seca no semiárido nordestino.
Essas são algumas das irregularidades apontadas pelo TCU (Tribunal de Contas da União) no Garantia-Safra, programa gerido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário que distribuiu R$ 1 bilhão em 2013.
Trata-se de uma espécie de bolsa paga pelo governo quando há problemas climáticos que impedem a colheita na região mais seca do Nordeste. No ano passado, cerca de 1,2 milhão de famílias de pequenos agricultores receberam R$ 850 cada, segundo o ministério.
Governo Alckmin reduz captação de água de reservatório
Gestão estadual acata ordem de agência reguladora federal e corta em 10% retirada do sistema Cantareira. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou ontem que vai acatar a determinação de reduzir em 10% a quantidade de água captada do sistema Cantareira.
A retirada de água desse reservatório vai diminuir já a partir da próxima segunda, para atenuar a seca que pode resultar em racionamento.
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A represa está com só 16% de sua capacidade, mais baixo volume já registrado.
Isso não significa prejuízo imediato no fornecimento de água para casas atendidas pelo Cantareira –15 milhões de pessoas na Grande SP e interior. Mas, na prática, é um sintoma da gravidade da crise.
Timing é tudo
Em meio à crise de abastecimento de água no Estado, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) inaugura obra antienchente na marginal Tietê; ao se aproximar de jato d’água, ele se molhou
Dilma tenta isolar líder do PMDB para conter rebelião
Com o recrudescimento da troca de acusações públicas entre os aliados PT e PMDB, o governo decidiu que é preciso isolar Eduardo Cunha (RJ), líder peemedebista na Câmara e principal protagonista das críticas contra o Planalto, e tentar fortalecer outros setores do PMDB, sobretudo o representado pelo vice Michel Temer (SP).
Em reunião anteontem à noite no Palácio da Alvorada, a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula orientaram aliados a não aceitar “ultimatos” de Cunha.
A fórmula do governo para tentar debelar a crise passa ainda por um receituário que até hoje foi incapaz de tirar o PMDB da lista dos principais problemas do governo no Congresso: liberação de emendas, cessão de cargos federais e aproximação com outros caciques do partido.
Campos acusa Dilma de esconder problemas
Pré-candidato à Presidência da República, o governador Eduardo Campos (PSB-PE), disse ontem que o governo Dilma Rousseff não pode “esconder” os problemas que o país enfrenta para só mostrá-los depois das eleições.
Em evento no Recife, ele voltou a criticar o desempenho da economia e o aumento da concentração de renda nas regiões mais pobres.
“Esses problemas não podem estar sendo negligenciados nem escondidos da sociedade para estourarem depois da eleição. Não se pode estar deixando para amanhã, para depois de amanhã ou para depois da eleição o que tem que ser feito imediatamente”, afirmou, após inaugurar um centro que concentrará os flagrantes de delegacias.
Parlamento da Crimeia marca referendo sobre adesão à Rússia
O Parlamento da Crimeia, região autônoma ligada à Ucrânia, aprovou proposta para fazer parte da Rússia e convocou referendo sobre o assunto para o dia 16, relata o enviado Leandro Colon
Maduro pede ação de milícias contra protestos na Venezuela
Horas após o presidente Nicolás Maduro (Venezuela) ter pedido que milícias combatessem manifestações da oposição, duas pessoas morreram baleadas durante protesto em Caracas
Papa revela que furtou crucifixo de amigo no caixão
Em audiência com párocos de Roma, o papa Francisco revelou que, nos anos 1990, furtou do caixão de um padre amigo argentino a cruz do rosário que ele tinha nas mãos
Mercado Aberto
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Ressaca
André Oliveira da Paz limpa pichação na fachada de loja de amigo na praça Benedito Calixto, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo, que teve bancos e grades de canteiros arrancados na passagem de blocos no Carnaval
O ESTADO DE S.PAULO
Governo corteja aliados para anular formação de ‘blocão’
Dilma promete atender partidos na reforma ministerial para tentar desidratar articulação de peemedebistas
Orientada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente Dilma Rousseff adotou como estratégia afagar as cúpulas partidárias da base aliada com o objetivo de anular o movimento liderado pelos rebeldes do PMDB e esvaziar o bloco formado na Câmara cujo objetivo é ter atuação independente do Palácio do Planalto.
Ao PP, por exemplo, Dilma prometeu resolver a sucessão no Ministério das Cidades nos próximos dias. O gesto fez com que o presidente do partido, senador Ciro Nogueira (PI), anunciasse ao Estado que não vai avalizar o “blocão” idealizado pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e pelo líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ).
“Nós vamos sair do blocão. Não vejo vantagem em participar de um bloco maior do que o nosso partido. Isso faz com que os líderes acabem por receber maior pressão de suas bases”, afirmou Ciro. Ele disse já ter conversado com o líder do partido na Câmara, Eduardo da Fonte (PE), um dos maiores entusiastas da formação do blocão. “Posso dizer que o Eduardo (da Fonte) não faz nada sem que eu saiba. Nós estamos juntos e não vamos entrar nessa não”, afirmou o presidente do PP.
PT e PMDB trocam acusações enquanto Planalto tenta isolar ala rebelde da base
Falcão diz que o PMDB precisa definir se é oposição ou situação; para auxiliares de Dilma, o líder peemedebista Eduardo Cunha faz chantagem, mas não tem poder de romper aliança
Menos de 24 horas após uma reunião no Palácio da Alvorada para medir o esgarçamento da relação com o PMDB, a temperatura dos ataques entre os dois principais partidos que sustentam o governo Dilma Rousseff voltou a subir. O presidente do PT, Rui Falcão, disse que o PMDB precisa definir se é oposição ou situação e avisou que não aceitará “ultimatos”. Para o presidente do PMDB, Valdir Raupp, o encontro no Alvorada só serviu para transmitir o recado de que o ex-presidente Lula não será candidato no lugar de Dilma.
“Até agora esperamos um sinal do governo. Um partido do tamanho do PMDB, que sempre foi o avalista da democracia, não pode ser medido apenas pelo tempo de rádio e TV na propaganda eleitoral”, disse o senador Raupp. Na reunião da Quarta-Feira de Cinzas com Dilma, Lula, o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e integrantes da coordenação da campanha petista, Falcão disse que não bateria boca com o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), mas informou que responderia às críticas.
“Tenho divergência política com o líder do PMDB, nosso principal aliado, porque ele não pode estar no governo e fazer oposição ao mesmo tempo. É preciso se definir”, afirmou Falcão ao Estado. “Não aceito que Eduardo Cunha dê ultimatos a nós. O que vai prosperar mesmo, na nossa expectativa, é a posição do setor do PMDB que defende a aliança com Dilma.”
Dirigente do PMDB do Rio diz que vai trabalhar por Aécio
Principal articulador do apoio do PMDB a Aécio Neves, o presidente estadual do partido no Rio, Jorge Picciani, disse ontem que já mobiliza correligionários para a campanha do tucano ao Planalto. O peemedebista previu que, no plano nacional, a legenda do vice-presidente Michel Temer vai chegar dividida às eleições e lembrou que o confronto com o PT não se restringe ao Rio.
“Ao contrário de 2010, quando estivemos unidos na eleição da presidente Dilma, agora essa unidade não vai ser possível. A convenção nacional será dura. Calculo que vai se dividir com 55% de um lado e 45% de outro, só não sei se vai ganhar a aprovação ou a rejeição à reeleição da Dilma”, disse Picciani. “Há insatisfação em vários Estados. De minha parte, já estou trabalhando na campanha do Aécio. Chegou a hora da alternância de poder.”
Procuradoria apura saques em conta de suspeito
A Procuradoria da República pediu que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) informe se o empresário Sabino Indelicato resgatou ou fez transferências de valores de suas contas no período entre a apresentação da denúncia do caso Alstom e a decisão judicial que decretou sequestro de R$ 32,5 milhões de cinco acusados.
Indelicato é apontado como importante personagem do esquema de pagamento de propinas da multinacional francesa que teria predominado em setores da área de energia do Estado entre 1998 e 2003 – governos Covas e Geraldo Alckmin.
À Justiça Federal, a Procuradoria pediu que seja oficiado ao Coaf para que informe se houve Comunicação de Operação Suspeita da rede bancária em relação ao empresário, denunciado no caso Alstom por corrupção ativa e lavagem de dinheiro. O rastreamento vai de 31 de janeiro, quando a denúncia chegou à Justiça, a 17 de fevereiro, data do bloqueio. A Justiça mandou sequestrar R$ 2,47 milhões de Indelicato, mas em suas contas só foram encontrados R$ 70,5 mil.
CORREIO BRAZILIENSE
Papuda ironiza Judiciário sobre regalia a mensaleiros
Em memorando ao qual o Correio teve acesso, a cúpula do sistema penitenciário local nega haver regalias na Papuda e usa tom irônico ao responder a questionamento de juiz da Vara de Execuções Penais sobre se o Distrito Federal tem capacidade para custodiar os condenados do mensalão sem que haja tratamento privilegiado a determinados presos. “Não só temos condições de custodiar os aludidos sentenciados, como também qualquer outro preso da nossa Federação, seja ‘Fernandinho Beira Mar’, ‘Marcola do Primeiro Comando da Capital’, ‘Professor do Comando Vermelho’, ‘Matemático do Amigo dos Amigos’, etc.”, diz o documento. Termina hoje o prazo para que o governador responda à indagação do magistrado, que levantou a hipótese de transferir os mensaleiros para presídio federal.
PT restringe interlocutores para as discussões com peemedebistas
Ideia é evitar novos desgastes na aliança nacional
Para tentar ganhar tempo e não aumentar ainda mais a crise política com o PMDB, o PT e o governo definiram os níveis hierárquicos de interlocução na batalha verbal que vem sendo travada com os peemedebistas nos últimos dias. O presidente do PT do Rio de Janeiro, Washington Quaquá, foi escalado para responder aos ataques proferidos pelo líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ). Na noite de ontem, estava prevista uma reunião entre o presidente do PMDB, Valdir Raupp (RO), e o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante. Bastante criticado nos últimos dias, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, está sendo blindado por seus pares. Ele disse ontem que não vai mais bater boca com Cunha, mas acrescentou que “ele precisa definir se é situação ou oposição”.
Já a presidente Dilma Rousseff fará a interlocução direta com o vice-presidente da República, Michel Temer, que está de férias nos Estados Unidos e só retorna ao Brasil na semana que vem. A percepção conjunta é que tanto Dilma quanto o PMDB estão esticando a corda ao máximo — por características próprias de cada um dos lados —, mas que, em um determinado momento, as relações entre as partes terão de ser retomadas. “Não existe amor nessa relação, existe pragmatismo. Por enquanto, o PMDB não tem opções alternativas de poder e terá de recompor com Dilma”, disse um interlocutor em comum de petistas e peemedebistas.
Um dos petistas mais próximos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o deputado Devanir Ribeiro (SP) atribui as queixas de Cunha à dificuldade da presidente Dilma em concluir a reforma ministerial. “Eles podem reclamar que têm menos espaço do que queriam, mas o PMDB não é base aliada, o PMDB é governo. O Michel Temer foi eleito com a presidente Dilma”, completou Devanir. O petista acha uma bobagem as críticas feitas, inclusive por correligionários, de que as coisas eram melhores com Lula do que com Dilma.
Lideranças políticas de todo o país estarão no velório de Sérgio Guerra
Está marcado para as 11h de hoje, no plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco, o velório do deputado federal Sérgio Guerra (PSDB-PE). O parlamentar faleceu ontem, aos 66 anos, vítima de infecção pulmonar. A despedida ao tucano deve reunir nomes de peso da política nacional e local, muitos dos quais, adversários. “As relações de Sérgio Guerra transbordavam o PSDB. Independentemente de afinidades políticas, esperamos uma homenagem suprapartidária a alguém que transcendeu as relações do partido”, comentou o vice-presidente nacional da sigla, Bruno Araújo.
Entre os tucanos que confirmaram presença estão o senador e presidenciável Aécio Neves, que chega ao Recife pela manhã; os líderes do PSDB no Senado, Aloysio Nunes, e na Câmara, Antônio Imbassahy; o governador de Roraima, José Anchieta; e diversos deputados federais e senadores da legenda que virão de outros estados. No campo socialista, vão ao velório o governador de Pernambuco e também presidenciável, Eduardo Campos, o pré-candidato ao governo do estado, Paulo Câmara, e o prefeito do Recife, Geraldo Julio.
Petistas e petebistas também comparecerão. O senador e líder do PT no Senado, Humberto Costa, confirmou presença, bem como o também senador Armando Monteiro (PTB). O senador Jarbas Vasconcelos não irá. Ele está de férias em Lisboa e só retorna no domingo. O encontro multipartidário às portas do Legislativo estadual será inevitável.
Brasileiros procuram formas de fugir dos preços altos durante viagens
Hospedar-se na casa de parentes ou amigos, usar albergues, viajar de ônibus ou de carro, evitar os quiosques localizados à beira-mar e preparar lanches para consumir na praia. Esses são alguns dos hábitos adotados por turistas para economizar em viagens de lazer. A tendência ficou evidente neste carnaval, quando muitos brasileiros mudaram a rotina para evitar gastos excessivos. Como o Correio mostrou ontem, os consumidores se surpreenderam com os preços abusivos cobrados durante os feriados por lanchonetes, restaurantes, companhias aéreas, hotéis e até mesmo vendedores ambulantes.
O economista da Confederação Nacional do Comércio, Bens, Serviços e Turismo (CNC) Fabio Bentes explicou que, com o aumento da renda e o baixo nível de desemprego nos últimos anos, os brasileiros passaram a gastar mais com passagens, hospedagem e alimentos. “O aumento da demanda inflou os preços e levou ao encarecimento geral dos serviços. Agora, o brasileiro sentiu no bolso o aumento dos custos e assumiu comportamentos defensivos, como abrir mão de se alimentar em restaurantes durante as viagens”, comentou.
Dados do Índice de Preços ao consumidor Amplo 15 (IPCA-15) — prévia da inflação oficial apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) — mostram que, entre março de 2013 e fevereiro de 2014, o aumento médio do custo de hospedagem chegou a 10,62%, e o de se alimentar fora de casa, a 9,96%. Os percentuais ficaram bem acima dos 5,65% acumulados pelo indicador geral no período.
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