O ESTADO DE S.PAULO
Petrobrás ignorou ‘lucros indevidos’ e ‘dados fraudulentos’ antes de litígio
Sócia da estatal brasileira na refinaria de Pasadena, Astra Oil foi acusada de realizar operações suspeitas, mas só após o início do processo de arbitragem, em 2008; problemas acabaram deixados de lado justamente por não terem sido apontados antes
Documentos relacionados ao processo de compra pela Petrobrás da refinaria de Pasadena, nos EUA, revelam que a estatal manteve dois tipos de relação com a sócia Astra Oil. Uma antes de 19 de junho de 2008. Outra depois disso. Foi nessa data que a Petrobrás iniciou o litígio com a sócia. Além de questionar cláusulas contratuais que vinham sendo ignoradas até então, passou a fazer acusações sérias quanto à conduta dos belgas no negócio.´
No processo de arbitragem nos EUA, a estatal brasileira chegou a afirmar que a Astra recebeu lucros indevidos na venda de petróleo para a trading que fornecia o produto à refinaria, o que representaria uma quebra de confiança na parceria. Também sustentou que a sócia deu informações fraudulentas para exigir da Petrobrás o ressarcimento pelo pagamento de um empréstimo de US$ 156 milhões que o banco BNP havia feito à refinaria.
Leia também
As duas alegações acabaram, no fim, descartadas porque os juízes entenderam que a Petrobrás estava ciente dos problemas quando eles teriam ocorrido. Ou seja, mesmo sabendo de que havia suspeitas de lucros e ressarcimento indevidos, a Petrobrás nada fez até 2008 e foi cobrar as supostas irregularidades quando já se tratava de um caso em litígio.
PublicidadeA Petrobrás comprou 50% da refinaria em 2006, num processo conduzido pelo então presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, pelo então diretor da área internacional, Nestor Cerveró, e pelo então diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa.
Conforme revelou o Estado na semana passada, o negócio foi aprovado pelo Conselho de Administração da Petrobrás, então comandado por Dilma Rousseff, que chefiava a Casa Civil do governo Lula. Ao justificar a decisão, Dilma afirmou que só aprovou a compra porque se baseou num resumo técnico “falho”, que omitia cláusulas consideradas prejudiciais à estatal. O parecer havia sido escrito por Cerveró.
Petrobrás demorou 21 meses para abrir investigação sobre compra de Pasadena
Em julho de 2012 a atual presidente da estatal, Graça Foster, participou de reunião que discutiu falhas no acordo com a sócia Astra Oil, mas só autorizou a apuração interna nesta segunda, 24
O Conselho de Administração da Petrobrás tratou pelo menos cinco vezes da compra da refinaria de Pasadena (EUA), conforme mostram atas de reunião entre 2006 e 2012, mas levou pelo menos 21 meses entre tomar conhecimento sobre supostos problemas no contrato e a abertura de uma investigação interna para apurar o caso.
As atas de números 1.268, 1.301, 1.303, 1.320 e 1.368 mostram que a presidente Dilma Rousseff – ministra da Casa Civil no período em que foi conselheira da Petrobrás – participou das quatro primeiras reuniões da lista, sempre como chefe do colegiado. A última foi em 2009. Dilma deixou a presidência do conselho em 2010, quando disputou a eleição ao Planalto.
A atual presidente da Petrobrás, Graça Foster, participou da quinta reunião, em 13 de junho de 2012, três meses após assumir o comando da empresa. Nesse dia, foi discutida a omissão de falhas no acordo de compra da primeira metade da refinaria, como a cláusula que assegurava rentabilidade de 6,9% à belga Astra Oil em condições especiais. A afirmação é do conselheiro Silvio Sinedino, que estava presente na reunião.
“Pedi que fosse apurado quem tinha enganado o conselho. Mas nada foi feito na época, mesmo porque não era ano eleitoral”, disse. “Nessa reunião, veio à tona a existência da cláusula de rentabilidade e que ela não havia sido apresentada anteriormente ao conselho.”
Tropa de choque na CPI
Novo ministro das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini tem a missão de criar tropa de choque para a CPI da Petrobras. Ele substitui Ideli Salvatti.
FOLHA DE S.PAULO
Obama e Putin negociam saída para crise da Ucrânia
Presidentes de Rússia e EUA têm o primeiro contato desde anexação da Crimeia
Para belgas, Petrobras fazia muita ‘besteira’ em refinaria
Emails e documentos obtidos pela Folha mostram a difícil relação entre Petrobras e Astra Oil, sócios na refinaria de Pasadena (EUA). Os executivos da Petrobras faziam muita “besteira”, eram “extravagantes” nos gastos e qualquer decisão levava “10 vezes mais tempo que o necessário”. Era assim que os belgas da Astra se referiam aos seus sócios brasileiros na refinaria de Pasadena, no Texas (EUA).
Os comentários pejorativos de Mike Winget, presidente da Astra, e seu diretor de operações, Terry Hammer, aparecem numa troca de e-mails com outras cinco pessoas da equipe, datada de 2 de novembro de 2007 e obtida pela Folha na Justiça do Texas.
Os diretores da Petrobras também não estavam nem um pouco satisfeitos com os colegas da Astra. Achavam que os belgas tinham “visão de curto prazo”, demoravam a “reagir” aos problemas, e pensavam muito diferente da Petrobras, conforme documentos internos da empresa também dessa época.
Na ocasião, as duas companhias discutiam o próximo passo de um negócio que começou no ano anterior, quando a Petrobras comprou da Astra 50% da refinaria texana.
Essa operação é hoje uma das principais dores de cabeça da estatal, que acabou pagando US$ 1,18 bilhão por uma refinaria que anos antes os belgas tinham comprado por US$ 42 milhões.
Diretor escolheu maior preço ao fazer oferta
O ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró escolheu a avaliação mais alta para sustentar a decisão de oferecer US$ 700 milhões na tentativa frustrada de comprar os 50% restantes na refinaria Pasadena, nos EUA, em dezembro de 2007.
A avaliação havia sido realizada, por encomenda da Petrobras, pela empresa Muse Stancil, que disse ter elaborado o estudo em menos de duas semanas, como antecipou o jornal “Valor Econômico” nesta semana.
A análise contemplava três cenários, com cinco situações em cada, nas condições em que se apresentava a refinaria na época. A mais conservadora estabelecia que Pasadena inteira custava US$ 582 milhões. A mais otimista atingia US$ 1,54 bilhão.
Petista ligado a ‘caso aloprados’ será o articulador de Dilma
A presidente Dilma anunciou o deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) como o novo ministro de Relações Institucionais. Ex-ministro de Lula, Berzoini esteve envolvido no escândalo dos aloprados, dossiê encomendado contra José Serra (PSDB)
Delator indica que CPTM ajudou cartel
Um dos delatores do cartel dos trens e documentos examinados pelo Ministério Público de São Paulo oferecem indícios de que diretores da CPTM colaboraram para que empresas do setor fraudassem a licitação da atual linha 5-lilás do Metrô.
A Promotoria diz que a CPTM passou por cima de regra do edital e permitiu que seis empresas antes divididas em três consórcios compusessem um consórcio único, o Sistrem, para concluir a concorrência com “injustificável rapidez” em 2000.
Unidas após a fase de pré-qualificação, as seis empresas venceram a licitação, após disputa com o consórcio Metrô Cinco. O preço dos trens e sistemas é de R$ 1,6 bilhão, em valores correntes.
Em depoimento sigiloso à Promotoria em outubro de 2013, o ex-diretor de sistemas de transportes da Siemens Jan Hochen Orthmann afirmou que, em 2000, procurou o diretor de Operações da CPTM para pedir que ele ajudasse a incluir a multinacional espanhola CAF no “grande consórcio” Sistrem, que viria a ganhar a concorrência.
Marina será anunciada como vice de Campos dia 14
Seis meses após protagonizar a maior reviravolta na corrida eleitoral até agora, o governador Eduardo Campos (PSB-PE) acertou anunciar, no dia 14 de abril, a ex-senadora Marina Silva como sua vice na chapa para a Presidência da República.
A ideia é que o anúncio ocorra em Brasília, mas os detalhes ainda estão sendo acertados entre o PSB e a Rede, grupo político de Marina. Com isso, os socialistas esperam tornar Campos mais conhecido nacionalmente e se beneficiar da parcela de intenção de votos que hoje é direcionada a Marina.
Interlocutores da Rede confirmaram à Folha que já há um acerto para o lançamento da candidatura no dia 14, mas disseram que ainda discutem questões de agenda e logística para o evento.
Entrevista – Daniel Aarão Reis: A luta armada se esqueceu de fazer consulta ao povo
Falar em ditadura militar esconde a participação de civis no golpe e no regime instalado em 1964, afirma o historiador Daniel Aarão Reis.
Aos 24 anos, ele integrava o comando da Dissidência Universitária da Guanabara, que idealizou o sequestro do embaixador americano Charles Burke Elbrick para libertar presos políticos.
Aos 68 anos, considera que a luta armada fracassou por falta de apoio popular. O professor da UFF (Universidade Federal Fluminense) acaba de lançar “Ditadura e Democracia no Brasil” (Zahar).
Governo federal revê custo de obra viária de Campos
Após assumir uma obra da gestão Eduardo Campos (PSB-PE), o governo federal refez parte do projeto enviado pelo Estado de Pernambuco e tornou seu custo R$ 700 milhões mais barato.
Trata-se do Arco Viário, estrada duplicada na região metropolitana do Recife. Com dificuldades para bancar a obra, a gestão Campos recorreu ao governo Dilma Rousseff, que se comprometeu com a duplicação em março do ano passado, época em que Campos ainda era aliado do Palácio do Planalto.
A obra virou alvo de disputa política, já que Campos rompeu com Dilma seis meses depois do acerto e é, hoje, um de seus adversários na corrida presidencial.
Voo com 49 pessoas faz pouso de barriga no aeroporto do DF
As 49 pessoas a bordo foram retiradas por escorregadeiras.
Esqueleto-robô da Copa vai usar técnica criticada por cientista
O neurocientista Miguel Nicolelis usará técnica antiga, que antes criticava, para fazer uma criança com lesão medular, usando exoesqueleto, dar o pontapé inicial da Copa
Marcelo Leite
Se for capaz de fazer menino andar, o método importa?
Saúde
Medicina brasileira chegou ao limite da ineficiência, aponta fórum promovido pela Folha
O GLOBO
Novo ministro da articulação diz que governo vai para a ofensiva na CPI da Petrobras
Anunciado nesta sexta-feira como o novo ministro de Relações Institucionais, responsável pela articulação política, Ricardo Berzoini disse que o governo vai para a ofensiva na CPI da Petrobras.
— Não há motivo para ficarmos na defensiva. Vamos para a ofensiva, vamos mostrar o que foi a Petrobras no governo Fernando Henrique (Cardoso) e o que é a Petrobras nos governos Lula e Dilma. Está claro que o interesse é eleitoral, não há qualquer interesse de investigação sério e o caso (Pasadena) já está sendo investigado pelas autoridades competentes, que são menos sujeitas à contaminação política.
O novo ministro também minimizou a pesquisa CNI/Ibope, divulgada nesta quinta-feira, que apontou queda de sete pontos percentuais na popularidade do governo Dilma:
— Pelo que vejo, essa pesquisa está fora da curva, não tem sintonia com as demais pesquisas feitas recentemente. Mas sem desmerecer a pesquisa, é trabalhar com tranquilidade, sem se preocupar demasiadamente com pesquisas esporádicas.
Berzoini afirmou que quem aposta na volta do ex-presidente Lula nas eleições deste ano, no lugar de Dilma, está “perdendo tempo”:
— Quem perder seu tempo com isso vai gastar energia sem produzir nada, é dispersão gratuita de energia. A presidenta Dilma é a nossa candidata e vai vencer as eleições.
Assumindo uma das áreas mais problemáticas do governo, o petista afirmou que sua tarefa será “conversar muito, localizar as questões que precisam ser tratadas no curto prazo para a gente melhorar o ambiente de trabalho”.
Cinco horas após leilão da usina de Três Irmãos, TCU suspende efeitos do processo de licitação
O ministro José Jorge, do Tribunal de Contas da União (TCU), adotou medida cautelar solicitada pelo governo de São Paulo para suspender os efeitos do leilão da usina hidrelétrica de Três Irmãos, que ocorreu na manhã desta sexta-feira, na qual grupo composto pela Eletrobras Furnas foi vencedor e único a oferecer proposta. A medida determina que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) “se abstenha de celebrar o contrato de concessão”.
O Ministério de Minas e Energia informou nesta sexta-feira que aguarda notificação da decisão do TCU para analisá-la e, a partir daí, decidir que providências adotará em defesa do leilão.
Depois de ter tentado suspender o leilão administrativamente na Aneel e por meio da Justiça Comum, o governo de São Paulo conseguiu que o TCU suspendesse o processo. A usina de Três Irmãos é controlada atualmente pela Cesp, empresa do estado de São Paulo. Com capacidade instalada de 807 MW, a hidrelétrica está localizada no rio Tietê, entre as cidades de Andradina e Pereira Barreto, no interior paulista.
O governo paulista argumentou ao TCU, principalmente, que faziam parte do seu contrato a operação e manutenção de eclusas e do canal Pereira Barreto, que liga o reservatório de Três Irmãos ao da usina da Ilha Solteira. Essas instalações não entraram no escopo do leilão que ocorreu na manhã desta sexta-feira.
Protesto na internet mobiliza mulheres contra resultado de pesquisa sobre estupro
Um protesto virtual batizado como “Eu não mereço ser estuprada” movimentou ontem à noite o Facebook. A manifestação aconteceu um dia depois da divulgação do levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que indicou que 65% dos 3.810 entrevistados concordam, total ou parcialmente, com a ideia de que mulheres que deixam o corpo à mostra merecem ser atacadas. Indignadas com o dado, muitas delas aderiram ao protesto online e postaram fotos seminuas.
Convocada pela manhã, a campanha pedia que mulheres tirassem a roupa, se fotografarem da cintura para cima, com um cartaz que dissesse: “Eu também não mereço ser estuprada”. A princípio, a campanha começaria às 20h, mas, antes do horário, muitas já haviam postado seus registros com o hashtag #EuNãoMereçoSerEstuprada. (Veja mais fotos postadas no protesto virtual)
“Todos sabem que a sociedade está cada vez mais banalizada, mais ‘fácil’, mais ‘atrevida’ e com ‘menos’ roupas, mas isso não quer dizer que algum ser humano, seja homem, mulher ou homossexual, mereça de alguma forma passar pela humilhação, trauma e constrangimento de ser abusado sexualmente”, escreveu San Melo, uma das internautas.
Avião faz pouso de emergência no aeroporto de Brasília
Um Fokker 100 MK-28, da companhia aérea Avianca, fez um pouso de emergência, às 17h53, no aeroporto de Brasília. Segundo a FAB, o avião teve problemas no trem de pouso dianteiro. O voo, de número 6393, fazia o trajeto Petrolina (Pernambuco) a Brasília. Segundo a FAB, o avião levava 49 passageiros e não há registro de feridos.
A aeronave aterrissou apenas com o trem de pouso traseiro e depois deslizou com o nariz pela pista, que já estava preparada para receber o avião. Peritos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) já estão no aeroporto iniciando as investigações para apurar o que pode ter ocorrido com a aeronave.
A Avianca informou, em nota, que a aeronave “pousou de forma segura” no aeroporto. “Todos os passageiros foram desembarcados e transportados, em ônibus, até o terminal de passageiros. Após o desembarque, alguns passageiros optaram por seguir em suas conexões. Durante toda a ocorrência, priorizamos a assistência aos passageiros”, afirmou. Dos 44 passageiros, 20 seguiram viagem em voos da própria companhia; 14 com destino a Brasília seguiram para suas residências e nove adultos e uma criança foram acomodados em hotel.
No Twitter, o passo a passo do golpe de 64
Na cobertura especial dos 50 anos do golpe militar que instaurou por 21 anos a ditadura no Brasil, O GLOBO leva aos seus leitores a partir deste domingo uma ação inovadora em parceria com o Twitter. As primeiras horas e os principais eventos que antecederam a deflagração do movimento golpista serão narrados em ‘tempo real’ na conta @OGloboPolítica da editoria País no microblog, por meio da série #1964AoVivo. Os tweets trarão passo a passo os bastidores da ação dos militares e suas consequências do período mais sombrio da História recente do país, marcado por torturas, desaparecimentos e mortes.
Toda a ação será narrada em imagens, vídeos, análises, artigos e reportagens exclusivas. O resgate da História inclui também desdobramentos que culminaram com a chegada das tropas do general Olímpio Mourão Filho ao Rio, vindas de Juiz de Fora (MG), ao exílio do presidente João Goulart no Uruguai, e as primeiras notícias que apontavam para o reconhecimento do novo regime pelos Estados Unidos, no dia 2 de abril.
– O Twitter é sinônimo de criatividade e inovação. Quando aliamos isso a um conteúdo do nível do que foi preparado pelo GLOBO na cobertura dos 50 anos do golpe, os resultados são sempre excelentes. Os leitores querem mais do que o conteúdo, eles querem uma experiência. Vamos oferecer justamente isso nessa parceria – diz Leonardo Stamillo, diretor de jornalismo e política da empresa no Brasil.
A narração entrará madrugada adentro pela segunda-feira e pela terça-feira. Às 10h do dia 31 a jornalista e colunista Míriam Leitão, presa e torturada durante a ditadura, será entrevistada por internautas por meio de sua conta no Twitter. O leitor poderá enviar perguntas para @MiriamLeitaoCom, usando a hashtag oficial da cobertura #50anosDoGolpe.
No mesmo horário, outro evento interativo marcará a efeméride. Direto das redações do Rio e São Paulo, os historiadores Carlos Fico, da UFRJ, e Daniel Aarão Reis, da UFF, junto ao ex-deputado Plínio de Arruda Sampaio e o diretor do documentário “O dia que durou 21 anos”, Camilo Tavares, participarão de um debate on-line na redação. Às 17h, na Casa do Saber O GLOBO, ocorre o terceiro evento da série encontros “Ditadura militar, 50 anos”.
VALOR ECONÔMICO
Cargill se une à Copersucar em trading global
A americana Cargill e a brasileira Copersucar, tradicionais rivais, chegaram a um acordo para criar uma trading que unirá suas atividades de comercialização do produto bruto e refinado
Concorrência
Jaime Ardila, presidente da GM na América do Sul, quer acelerar investimentos na Argentina. Ele acha que a situação econômica argentina está mais fácil de resolver que a do Brasil
CVM suspende oferta da Oi por declarações de seu presidente
A Comissão de Valores Mobiliários suspendeu ontem, no início da noite, a oferta pública da Oi por até 30 dias. A decisão foi tomada por conta de declarações à imprensa relacionadas à oferta feitas pelo presidente da Oi, Zeinal Bava, na quarta-feira, violando, na visão da CVM, a Instrução 400
Argentina caminha para recessão
Embora o recente ajuste no câmbio tenha acalmado o mercado financeiro, a Argentina está entrando num período de queda dos salários e do consumo
Captações caem 20% em cenário adverso
Depois de anos de dinheiro farto e barato, 2013 representou um desafio para as captações de recursos internacionais por bancos e empresas. Os investidores ficaram mais seletivos e os custos de captação subiram, atingindo sobretudo operações de países emergentes
Avaliação do governo piora e dá ânimo ao ‘Volta, Lula’
A pior notícia para Dilma da pesquisa CNI/Ibope divulgada ontem é o reaquecimento do movimento “Volta, Lula”, uma espécie de gripe mal curada que ameaça se transformar em pneumonia
Infraero passa de lucro a prejuízo de R$ 1,2 bi
No primeiro ano completo após as privatizações de três dos maiores aeroportos do país, a Infraero teve prejuízo de R$ 1,224 bilhão no ano passado, antes dos investimentos, que normalmente são excluídos do balanço porque os ativos aeroportuários pertencem à União
CORREIO BRAZILIENSE
Perícia de piloto evita tragédia em Brasília
Fokker 100 da Avianca com 44 passageiros e cinco tripulantes vinha de Petrolina (PE) quando sofreu pane hidráulica. O comandante relatou o problema à torre de controle, pediu ajuda e fez pouso de emergência às 17h42 no Aeroporto JK. Ninguém ficou ferido.
O voo 6393 partiu da cidade pernambucana às 15h02. Às 17h07, o piloto informou sobre o problema. Disse que teria de sobrevoar a capital do país para gastar combustível — como forma de reduzir o risco de explosão no caso de forte impacto com o solo — e pediu que bombeiros e ambulâncias ficassem de prontidão no terminal. Em seguida, ele procurou tranquilizar as pessoas a bordo, avisando que teria de usar procedimento especial na descida. Trinta e cinco minutos depois, com o trem de pouso dianteiro sem funcionar, o Fokker 100 aterrissaria em Brasília. Primeiro, apoiado nas rodas traseiras e, em ato contínuo, deslizando o nariz sobre espumas colocadas na pista. Passado o susto, passageiros o aplaudiram e, sem tumulto, deixaram a aeronave por escorregadeiras infláveis.
Pista fecha, atrasa voos e provoca reclamações.
Passageira relata medo no momento do pouso
Maldição do Fokker 100 volta á assombrar o país
Governo já fala em economizar luz até a Copa
A sinalização, feita pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, de que o governo está disposto a recorrer a uma campanha nacional de redução voluntária do consumo de eletricidade para evitar apagões na Copa do Mundo surpreendeu empresários e analistas do setor. Dada a resistência do Planalto em anunciar, durante período eleitoral, qualquer medida para enfrentar a crise elétrica que pudesse ser ligada ao racionamento de 2001, a declaração do ministro, em entrevista ao The Wall Street Journal, soou como ato falho ou gesto de independência em relação às demais autoridades envolvidas.
Ao propor uma medida razoável, defendida publicamente há meses pelos próprios agentes e especialistas, mas tida como politicamente sensível, o ministro expôs o risco iminente de um desabastecimento no segundo semestre. Os níveis dos reservatórios das hidrelétricas do Sudeste e do Centro-Oeste continuam os piores em 13 anos. “Fica cada vez mais real a chance de racionamento, caso as chuvas até 20 de abril sejam insuficientes”, comentou o consultor Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).
Mesmo com o pacote de R$ 12 bilhões anunciado no começo do mês para socorrer o caixa das distribuidoras, a certeza é de que o consumidor já começará a pagar mais caro pela energia este ano. Na última quinta-feira, o Banco Central (BC) divulgou estimativa de um reajuste médio de 9,5% para a tarifa residencial ante 7,5% do trimestre anterior.
Ditadura militar: anos de terror no câmpus da UnB
A visita à instituição de ensino onde não pôde concluir a graduação emociona o engenheiro agrônomo e ex-militante estudantil Ramaiana Ribeiro. Desligado da Universidade de Brasília (UnB) em 1977, ano da greve de alunos e de professores, ele considera uma injustiça de 37 anos a decisão do então reitor e capitão-de-mar-e-guerra da Marinha, José Carlos de Almeida e Azevedo, de expulsá-lo sumariamente da graduação, com outros 29 colegas, por envolvimento na greve geral daquele ano. Ele e a jornalista Tereza Cruvinel, colunista do Correio, narraram as violações sofridas no período à Comissão Anísio Teixeira de Verdade e Memória da UnB, ontem, em audiência na instituição.
A paralisação de professores e de alunos, de maio a dezembro de 1977, foi um protesto contra a decisão às violências que os integrantes da comunidade acadêmica sofriam dentro do câmpus, inclusive a mando de Azevedo. Escutas e olheiros eram plantados em todos os locais da universidade para acompanhar as atividades da resistência. A expressão cultural também era vetada. “O clima era terrível, aqui reinava a paz dos cemitérios, onde ninguém podia falar nada. Até para tocar violão, a gente tinha que pedir autorização”, lembra Ribeiro.
Para combater essa situação, a universidade parou, e os estudantes mais engajados levaram o debate contra a ditadura à tona. “Nós questionávamos o reitor, pedíamos explicação sobre os inúmeros casos de perseguição que sofríamos”, relata Tereza. “Nosso movimento começou com a eleição para a representação estudantil (espécie de centro acadêmico) e acabamos expulsos porque, de acordo com o reitor, nós tínhamos transformado o processo eleitoral estudantil em debate contra a ditadura”, completa Ribeiro.
Fraude em diárias e cartões corporativos
Uma ação da Polícia Federal contra fraude no sistema de pagamento de diárias de servidores e desvio de dinheiro público no uso de cartões corporativos resultou na prisão de 14 pessoas em Rondônia. Entre os detidos, estão a superintendente Regional do Ministério do Trabalho e Emprego no estado, Ludimar Oliveira Correa Lima, e a superintendente substituta, Maria Ausinete de Jesus e Silva.
Os investigadores da PF apontam que os servidores presos organizavam viagens inexistentes para embolsar os recursos referentes às diárias, mas nem sequer deixavam Porto Velho. Em três anos, seis servidores desviaram R$ 172 mil. Em outra frente, foram verificados gastos de R$ 500 mil em cartões corporativos entre 2010 e 2013, valor cinco vezes superior à média nacional.
A conta do Congresso é cada vez mais salgada
Orçamento somado da Câmara e do Senado é R$ 209 milhões maior do que o de 2013. Especialistas criticam gastos dos parlamentares
O clima de pessimismo em relação à economia passa longe do Congresso, pelo menos no que tange ao corte de gastos. É o que mostra um levantamento feito pelo Correio com base em dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) por meio do portal Siga Brasil. Em conjunto, o orçamento da Câmara e do Senado saltou de R$ 8,51 bilhões em 2013 para R$ 8,72 bilhões em 2014 — um aumento de pouco mais de R$ 209 milhões. Nem mesmo o corte anunciado pela presidente Dilma em fevereiro conseguiu ajustar as contas do parlamento à realidade do país. Mesmo após o contingenciamento, o aumento será pouco mais de R$ 79 milhões. Esse valor, entretanto, costuma crescer ao longo do ano, com a abertura dos chamados créditos suplementares.
A montanha de dinheiro gasta pelo Congresso salta aos olhos mesmo se comparada à de outros órgãos da administração pública federal. Somados, os orçamentos autorizados para as duas Casas superam o da maioria dos ministérios. Em 2014, o parlamento poderá gastar 2,6 vezes a mais que o investido no Ministério da Cultura, ou 3,7 vezes mais que o aportado no Ministério do Esporte. O orçamento autorizado para o Congresso é ainda quase seis vezes maior que o do Ministério do Turismo, por exemplo. “Nós fizemos um levantamento recentemente mostrando que o Congresso brasileiro é o mais caro do mundo, em custo per capita. E o problema nem é só custar muito, é que a produção é muito ruim. A fiscalização sobre o Executivo, por exemplo, é pífia”, comenta o economista e diretor da ONG Transparência Brasil, Cláudio Abramo.
Estupro: mulheres vão a redes sociais pedir respeito
A campanha Eu não mereço ser estuprada invade a web: protesto contra a tolerância dos brasileiros à violência sexual