FOLHA DE S.PAULO
Dá para fazer muito mais que Dilma, diz Campos (coluna Monica Bergamo)
“Dá para fazer muito mais” que a presidente Dilma Rousseff. Com esse, digamos, slogan, o governador Eduardo Campos (PSB-PE), de Pernambuco, passou seu recado a um grupo de 60 empresários que se reuniram anteontem em SP, num jantar, para conhecê-lo melhor – e descobrir se ele é, mesmo, candidato à presidência. Boa parte saiu de lá com a certeza de que Campos vai, sim, se lançar contra Dilma em 2014.
O encontro foi na casa do empresário Flávio Rocha, da Riachuelo. E Campos soltou o verbo.
Começou dizendo que o Brasil teve grandes conquistas nas últimas décadas – e logo engatou crítica que a oposição sempre fez a Lula, a Dilma e ao PT: “O Brasil não começou ontem. Não começou com o partido A, B ou C”.
Na sequência, engrossou o coro dos que dizem que as coisas no país vão bem -mas podem piorar. “Não há grande incômodo nas grandes massas. Não há na classe média esse sentimento, nem de forma generalizada no empresariado. Mas há, nesse instante, nas elites, grande preocupação com o futuro. Há o sentimento de que as coisas podem piorar.”
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“Dá para ser melhor. E não é uma ofensa para quem está aí você dizer que dá para ser melhor. Nós queremos mais. E que bom que queremos mais, né? Isso deveria desafiar as pessoas a fazer, a quebrar o velho costume e afirmar novos valores.”
“Dá pra fazer muito mais”, repete Campos. Para, então, disparar o torpedo: “E isso não vai ser feito se a gente não renovar a política. O pacto político que hoje está no centro do governo que eu defendo, que ajudei a eleger, a meu ver, não terá a condição de fazer esse passo adiante. Não vai fazer. As últimas eleições no parlamento brasileiro [em que Renan Calheiros foi eleito presidente do Senado com o apoio de Dilma e do PT] são uma indicação. É ficar de costas para tudo isso.”
BC revê dado de 2012 e prevê alta da atividade em janeiro
Depois de um 2012 de atividade fraca e um crescimento do PIB inferior a 1%, a economia iniciou o ano com sinais positivos, avançando 1,29% em janeiro na comparação com dezembro, segundo indicador divulgado ontem pelo Banco Central. A alta do IBC-Br, considerando uma prévia do PIB, veio acima do esperado por economistas, mas foi influenciada pelo fato de o BC ter revisado os números da série, o que, em vez de revelar o crescimento estimado em dezembro, resultou em contração e, portanto, diminuiu a base de comparação.
O BC refez as contas e o crescimento do índice no ano passado caiu do 1,64% inicialmente divulgado para 0,65% – abaixo até do 0,9% do PIB oficial, divulgado pelo IBGE. Já o crescimento de dezembro foi revisado de uma alta de 0,26% para queda de 0,45%. O Banco Central informou que fez uma “revisão de praxe” no IBC-Br, com a intenção de incorporar revisões nos indicadores coletados por outras instituições. A revisão também substitui dados que foram estimados por valores efetivos. O índice havia sido revisado pela última vez em dezembro de 2011.
Dilma troca três ministros para ter apoio à reeleição
Após negociações que se arrastaram por mais de três meses, a presidente Dilma Rousseff promoveu ontem três mudanças ministeriais visando garantir apoio de partidos aliados à campanha por sua reeleição em 2014. A primeira etapa da reforma ministerial contempla o PMDB e o PDT. Numa segunda etapa devem ser atendidos o PR e o PSD, como parte da estratégia eleitoral do governo Dilma de evitar a perda de aliados para os potenciais adversários na campanha de 2014: o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o governador Eduardo Campos (PSB-PE).
Ontem, o Palácio do Planalto fechou duas mudanças que atendem o PMDB: a nomeação de Antônio Andrade (PMDB-MG) para o Ministério da Agricultura e a transferência de Moreira Franco (Assuntos Estratégicos) para a Secretaria de Aviação Civil. A terceira mudança contempla a cúpula do PDT, que ameaçava deixar a base aliada do governo para se aliar ao PSDB ou ao PSB. Deixa o Ministério do Trabalho o pedetista Brizola Neto e entra o secretário-geral do PDT, Manoel Dias, aliado do presidente da sigla, Carlos Lupi.
Kassab nega buscar acordo com PSB de Campos para 2014
O ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (PSD) negou ontem que pretenda manter conversas para uma composição com o PSB em torno da candidatura presidencial do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Em evento do PSD em Londrina (PR), Kassab disse que a tendência de apoiar a reeleição de Dilma Rousseff é “praticamente unanimidade” na sigla.
“Muito possivelmente nós vamos apoiá-la. Algumas direções estaduais já se manifestaram por isso, inclusive São Paulo”, afirmou. “Meu sentimento e a minha convicção indicam que o partido vai apoiar a presidente Dilma.”
Após fala de Gerdau, presidente diz que sabe conviver com críticas
Após o empresário Jorge Gerdau dizer que a “burrice” de criar mais ministérios está no limite, a presidente Dilma Rousseff disse ontem que sabe conviver com críticas. “Todas as pessoas têm o direito de criticar este governo”, disse a presidente.
Para Gerdau, que é chefe da Câmara de Gestão da Presidência, o Brasil precisa “trabalhar com meia dúzia de ministérios ou coisa desse tipo” e não com as 39 pastas da administração Dilma. Em entrevista ao programa Poder e Política, parceria entre a Folha e o UOL, o empresário disse: “Quando a burrice, ou a loucura, ou a irresponsabilidade vai muito longe, de repente, sai um saneamento. Nós provavelmente estamos no limite desse período”.
STF recebe ações contra mudança nos royalties
Os governos do Rio, do Espírito Santo e de São Paulo iniciaram ontem a batalha judicial no Supremo Tribunal Federal contra a redistribuição dos royalties do petróleo. Os Estados pedem que o STF declare inconstitucional o modelo que estabelece divisão mais igualitária das receitas e que conceda liminar para impedir que a nova lei vigore antes da decisão final.
As regras foram fixadas na semana passada com a derrubada pelo Congresso do veto da presidente Dilma à lei. Os Estados produtores afirmam nas ações que esses recursos são compensações pelos impactos socioambientais causados pela indústria do petróleo e que a verba repara a excepcionalidade da cobrança do ICMS do petróleo, que incide no destino e não na origem do produto, como nas demais atividades.
Família recebe novo atestado de Herzog
A família de Vladimir Herzog recebeu ontem uma versão corrigida do atestado de óbito do jornalista, morto em 1975, na ditadura militar. A certidão, revisada após determinação da Justiça, diz agora que a morte decorreu de “lesões e maus-tratos sofridos durante o interrogatório em dependência do 2º Exército (DOI-Codi)”.
Ela substituiu formalmente a versão de que Herzog foi vítima de “asfixia mecânica por enforcamento” – divulgada para indicar suicídio. “É um resgate das histórias de pessoas que construíram um país mais democrático. A família foi humilhada com o documento mentiroso”, disse Ivo, filho do jornalista. Ele, a viúva de Herzog, Clarice, e o neto do jornalista, Lucas, receberam o documento das mãos de Rosa Cardoso, integrante da Comissão Nacional da Verdade.
Procuradores federais definem os quatro candidatos a chefiar órgão
As mulheres serão maioria na tentativa de compor a lista tríplice que definirá o novo comandante da Procuradoria-Geral da República. Dos quatro candidatos que serão votados por aproximadamente 1,2 mil procuradores em 17 de abril para compor a lista tríplice, três são mulheres. O voto é secreto.
Os concorrentes foram definidos ontem, após o fim do prazo de inscrição. São eles: Deborah Duprat, Ela Wiecko, Sandra Cureau e Rodrigo Janot. Todos são sub-procuradores-gerais da República, último nível de carreira do Ministério Público Federal. Os três mais votados formarão a lista que será enviada à presidente Dilma Rousseff após a eleição. Ela poderá definir o nome até agosto, quando o atual procurador-geral, Roberto Gurgel, deixará o cargo em definitivo.
O GLOBO
Para Lula, candidatura de Eduardo Campos é reversível
Os sinais dados pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, de que disputará a sucessão presidencial em 2014 ainda não convenceram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para quem o lançamento da candidatura do dirigente do PSB ainda pode ser revertido. Em conversas recentes, com petistas e aliados, o líder do PT avaliou que, no cenário atual, seria muito arriscado para o socialista entrar numa disputa eleitoral, uma vez que, segundo ele, não há espaço no campo da esquerda para mais uma candidatura presidencial.
Caso o socialista queira se viabilizar como candidato, Lula avalia que Campos terá de se aproximar da direita e, assim, abrir mão de bandeiras eleitorais do atual governo federal, como o combate à miséria e a ascensão da população à classe média. O líder do PT ainda considera cedo debater a sucessão ao Planalto com o dirigente do PSB, o que deve ser feito apenas no segundo semestre, quando pretende chamar o socialista para uma conversa em São Paulo, na qual irá alegar que o lançamento da candidatura do PSB poderá dividir e enfraquecer a esquerda.
Frota de chapa branca em encontro do PT
Apesar de ser um evento partidário, o Encontro Nacional de Mulheres Eleitas do PT teve um festival de carros oficiais transportando autoridades. No intervalo de 30 minutos, uma ministra, uma assessora especial do governo federal, uma senadora e uma prefeita chegaram ou foram embora em veículos custeados pelo poder público.
O evento transcorreu durante todo o dia de ontem, em um hotel de Brasília, e prosseguirá hoje. Um dos objetivos é orientar prefeitas, vice-prefeitas e vereadoras petistas, eleitas no ano passado, a desenvolver programas federais nos municípios.
Uma das que compareceram ao evento a bordo de um carro oficial foi a ministra Luiza Bairros (Igualdade Racial). Para o encontro, fechado à imprensa e organizado pelo PT, só foram convidados ministros do partido, e as participantes eram exclusivamente petistas.— Fui convidada como ministra, então estou cumprindo a minha função. Podia ser qualquer partido — disse a ministra.
Oposição critica mudanças e diz que reforma já mira reeleição
A oposição acusou ontem a presidente Dilma Rousseff de fazer uma reforma ministerial pautada por sua campanha à reeleição, e não por preocupações com a qualidade técnica de sua equipe. Parlamentares do PSDB, DEM e PPS também afirmaram que Dilma jogou fora a faxina ética promovida em seu governo, em 2011, ao nomear Manoel Dias para o Ministério do Trabalho. Ele foi uma indicação do presidente do PDT, Carlos Lupi, que deixou a mesma pasta sob acusações de corrupção.
Pré-candidato do PSDB à Presidência da República, o senador Aécio Neves (MG) criticou o que chamou de inchaço da máquina federal e afirmou que a busca pela eficiência foi substituída pela “lógica da reeleição”:
— Nas democracias, as reformas ministeriais costumam ter como objetivo corrigir rumos, melhorar a eficiência da administração e, quando possível, diminuir o peso da máquina pública. No governo da presidente Dilma ocorre o contrário. A máquina só faz inchar e a busca pela eficiência foi substituída pela lógica da reeleição.
Pedetista chega ao governo para pacificar apoio da sigla a Dilma
O novo ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, não é apenas secretário-geral do PDT. É um aliado de primeira hora do ex-ministro Carlos Lupi, presidente da legenda. O nome de Dias já havia sido apresentado por Lupi para substituí-lo, no ano passado, mas a presidente Dilma Rousseff decidiu apostar em Brizola Neto (RJ), que não resistiu ao fogo amigo. O advogado catarinense Manoel Dias, de 72 anos, é classificado pelos próprios colegas do PDT como aliado, fiel escudeiro e a sombra de Lupi.
Dias foi funcionário da Câmara. Lotado na liderança do PDT, tinha um cargo de natureza especial (CNE), mas dava expediente na sede do partido em Brasília. O PDT providenciou sua demissão quando Carlos Lupi pretendia fazê-lo ministro há mais de um ano.
No partido, o novo ministro do Trabalho é conhecido como Maneca. Na juventude, foi líder estudantil e cassado duas vezes — a primeira, em 1964, quando era vereador, e em 1969, pelo AI-5, quando era deputado estadual por Santa Catarina.
Lupi: amor finalmente correspondido por Dilma
A declaração de amor do pedetista Carlos Lupi, feita publicamente à presidente Dilma Rousseff, em novembro de 2011, finalmente balançou o coração da petista. A nomeação de Manoel Dias para o Ministério do Trabalho, no lugar de seu desafeto Brizola Neto, é uma vitória e tanto para o presidente do partido, que já tem integrantes do partido flertando com o governador Eduardo Campos, provável candidato do PSB à Presidência em 2014.
Entre outubro e novembro de 2011, em meio às denúncias de desvios e irregularidades de todo tipo nos convênios de ONGs com o Ministério do Trabalho, então sob seu comando, Lupi fez de tudo para se segurar no cargo — foi da arrogância à humildade, mas não escapou da demissão. Primeiro, disse, em audiência numa comissão da Câmara, que só sairia “abatido a bala”.
Dilma, claro, não gostou e mandou dizer que quem mandava era ela. No dia seguinte, 11 de novembro, Lupi, também de público, se desculpava: — Presidente, desculpe se eu fui agressivo, não foi a minha intenção, eu te amo!
Petrobras pretende investir US$ 236,7 bilhões até 2017
A Petrobras divulgou Nesta sexta-feira seu Plano de Negócios para os anos 2013 a 2017. A companhia pretende investir US$ 236,7 bilhões no período, praticamente o mesmo valor do plano anterior (US$ 236,5 bilhões), que considerava o horizonte de investimentos de 2012 a 2016. Para executar os projetos prioritários, a estatal elevou o montante direcionado à área de exploração e produção e cortou recursos para as demais áreas: abastecimento, gás e energia, biocombustíveis e internacional. Não foram incluídos novos projetos.
Do total projetado até 2017, a companhia vai destinar 62% para o setor de exploração e produção (E&P) ou US$ 147,5 bilhões. Isso representa um acréscimo de US$ 15,9 bilhões em relação à quantia prevista para a área no plano anterior. Os investimentos no pré-sal e a cessão onerosa correspondem a 68% do valor investido em desenvolvimento da produção.
Caso Herzog: Maria do Rosário defende apuração contra presidente da CBF
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, defendeu nesta sexta-feira que seja apurado o eventual envolvimento do atual presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, na morte do jornalista Vladimir Herzog, assassinado quando estava preso, em 1975.
A família de Herzog lançou na internet um abaixo-assinado pedindo a saída do dirigente por entender que ele teria contribuído com a prisão e morte do jornalista quando defendeu, na condição de deputado da Assembleia Legislativa de São Paulo, a repressão à presença de comunistas na TV Cultura. Poucos dias depois Herzog foi preso e morto. Marin admite ter feito o discurso, mas nega a relação deste fato com a morte do jornalista.
O ESTADO DE S. PAULO
Eduardo Campos diz que já conversou com Dilma sobre eleições de 2014
O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), revelou nesta sexta-feira, 15, que conversou com a presidente Dilma Rousseff há cerca de 15 dias sobre o destino dele e do PSB em 2014. “Eu falei com a presidente Dilma e acho que é o suficiente falar com a presidente Dilma sobre o que o PSB acha sobre o futuro. Estou falando com quem deve liderar o processo”, respondeu o governador, sem deixar claro se vai manter a aliança em torno da candidatura à reeleição da presidente ou se vai lançar seu nome para essa disputa.
Após almoço com empresários do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), em São Paulo, Campos disse que conversou com Dilma sobre as preocupações dele para 2013 e sobre os problemas causados pelas disputas eleitorais em 2012 entre PT e PSB. Ele ressaltou que seu partido, do qual é presidente, não decidiu sobre uma candidatura em 2014.
Criminoso da ditadura não pode ter cargo público, diz ministra
A ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário, disse nesta sexta-feira, 15, em São Paulo que pessoas envolvidas em situação de morte, tortura e desaparecimento forçado no período da ditadura militar não devem ocupar funções públicas. Ela fez a afirmação ao responder a uma pergunta sobre as denúncias de que o atual presidente da Confederação Brasileira de Futebol, José Maria Marin, teria contribuído para a morte do jornalista Vladimir Herzog.
“Eu penso que todas as pessoas que comprovadamente estiveram envolvidas em situação de morte, tortura e desaparecimentos forçados não devem ocupar funções públicas no País”, afirmou. “Porque os que cometeram – e se cometeram comprovadamente estes atos -, traíram qualquer princípio ético de dignidade humana e não devem ocupar funções de representação.”
A ministra não citou o nome de Marin e fez questão de enfatizar que as denúncias precisam ser comprovadas. Ela esteve em São Paulo para participar da cerimônia realizada na USP para homenagear o estudante Alexandre Vannuchi Leme, morto sob tortura em 1973, e também para entregar oficialmente à família do jornalista Vladimir Herzog, também morto sob tortura, em 1975, o novo atestado de óbito.
Após 37 anos, família de Herzog recebe novo atestado de óbito do jornalista
Após 37 anos de espera, a família do jornalista Vladimir Herzog recebeu nesta sexta-feira, 15, uma nova certidão de óbito com a causa correta da morte dele, ocorrida em 1975, após sessões de tortura nas dependências do 2.º Exército, em São Paulo. O novo documento substitui a definição anterior, “asfixia mecânica por enforcamento”, por “lesões e maus tratos”.
A família comemorou o reconhecimento do Estado, perante toda a sociedade, do assassinato do jornalista. Mas, na avaliação da viúva, Clarice Herzog, o documento não significa um ponto final em sua luta. “Ainda queremos saber quem o matou”, disse ela ontem, logo após a cerimônia em que recebeu o documento. “Todos aqueles que estavam envolvidos com a ditadura têm que ser desmascarados.”
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou em setembro do ano passado a emissão de um novo atestado de óbito, com base numa decisão tomada pela Comissão da Verdade. Colegiado foi criado para esclarecer as violações dos direitos humanos na época da ditadura militar.
Ministério Público investiga uso da apostila de Paes em escolas do Rio
O Ministério Público do Rio instaurou nesta sexta-feira, 15, um inquérito civil para apurar o uso indevido de material didático pela rede pública de ensino para promoção pessoal do prefeito Eduardo Paes (PMDB) e de seus aliados políticos. A investigação se deve ao uso de uma apostila de matemática que faz referência ao resultado da última eleição para prefeito e ao jogo “Banco Imobiliário – edição Cidade Olímpica”, que usa o logotipo da prefeitura e cita projetos da gestão atual, como a Transcarioca, o Museu do Amanhã e o Parque Olímpico.
A Secretaria Municipal de Educação tem 15 dias para encaminhar à 1ª Promotoria de Tutela Coletiva da Educação um exemplar da apostila de matemática usada por alunos do 6º ano do Ensino Fundamental. O Ministério Público também solicitou o nome de quem criou o material e o projeto político-pedagógico usado como fundamento para a criação dessas apostilas. Sobre o jogo “Banco Imobiliário”, a Secretaria Municipal de Educação e a fabricante de brinquedos Estrela têm 15 dias para encaminhar explicações ao Ministério Público.
Depois do olho grego, pulseira abençoada
A presidente Dilma Rousseff conta agora com proteção dupla contra mau-olhado. Na campanha presidencial de 2010 ela já exibia seu primeiro amuleto antiazar, uma pulseira com o olho grego que ganhou da mulher do governador da Bahia, o petista Jaques Wagner. O talismã é conhecido por espantar a inveja. Na Turquia e na Grécia, chega a ser colocado na porta de entrada das casas.
“É um amuleto muito especial. Sou supersticiosa na medida certa, como todo brasileiro”, declarou Dilma, ainda na pré-campanha, quando questionada sobre o simbolismo do acessório que usava no braço esquerdo.
Como o olho grego parece ter trazido sorte a Dilma, que conquistou o mais alto posto da República meses depois, a presidente continua a usá-lo no pulso, mas agora desfila também com uma segunda pulseira – de ouro amarelo cravejado com 143 brilhantes bem pequenos. Nela está escrito Senhor do Bonfim.
CORREIO BRAZILIENSE
Minirreforma ministerial deixa rastro de ressentimento na base
Embora sem ganhos políticos concretos para o governo federal, a minirreforma ministerial iniciada ontem pela presidente Dilma Rousseff deixou um rastro de ressentimentos em Brasília. Um dos nomes cotados para assumir um ministério, mas que acabou preterido ao término do processo, o deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG) não escondeu ontem sua irritação. “Respeito a decisão, uma vez que quem escolhe ministro é a presidente, mas o acordo tinha sido comigo”, disse ele ao Correio, sem esconder sua disposição futura: “Agora, estou bastante confortável para o futuro. Com menos compromisso”, referindo-se à campanha reeleitoral de Dilma Rousseff.
Quintão reclama que foi ele, e não Antonio Andrade, que abriu mão da candidatura para apoiar o petista Patrus Ananias na corrida pela prefeitura de Belo Horizonte em 2012. Ele acabou envolvendo-se em outra disputa frustrada. Quintão tentou até o último momento forçar a entrega do Ministério dos Transportes para o PMDB, mas a presidente não cedeu.
Especialistas dizem que alta rotatividade de ministros é ruim para a gestão
A dança das cadeiras na Esplanada dos Ministérios anunciada ontem pela presidente Dilma Rousseff está longe de ser a opção ideal para dar seguimento ao jogo político de alianças no Congresso e para as próximas eleições — e mais distante ainda de resolver os problemas de gestão das pastas. Além disso, cientistas políticos ouvidos pelo Correio também criticam o pouco tempo que alguns ministros ficam à frente das pastas, como é o caso de Brizola Neto (PDT), no Trabalho, e Mendes Ribeiro (PMDB), na Agricultura. Os dois foram substituídos com menos de um ano e meio de trabalho. Eles têm mandato de deputado federal até 2014.
“Infelizmente, a última coisa que se pensa quando se faz uma reforma ministerial é a função do ministério em termos de serviços para a cidadania. A alta rotatividade é ruim porque as pessoas não têm tempo sequer de conhecer os procedimentos internos, as técnicas e a equipe”, afirma o professor de ética e filosofia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Roberto Romano. Segundo ele, a permanência de um ministro deveria ser equivalente ao mandato de quatro anos da presidente da República. “As mudanças deveriam ocorrer apenas em casos de corrupção, morte ou doença. Caso contrário, o ideal é que ficasse durante a gestão do chefe do Executivo”, acredita.
Banco Cental acredita que Brasil cresceu 1,29% em janeiro
O Brasil começou 2013 em ritmo de retomada. Segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) — indicador que tenta antecipar a variação do Produto Interno Bruto (PIB) —, o país teria crescido 1,29% no primeiro mês do ano, em relação a dezembro. Foi o maior avanço desde junho de 2008, quando havia sido registrada uma expansão de 3,17%. Para o Itaú Unibanco, que também faz projeções sobre o comportamento da economia, a alta de janeiro teria sido de apenas 0,6%. As duas previsões, no entanto, são consideradas positivas pelo mercado por serem indicações de que este ano será melhor do que 2012.
No trimestre encerrado em janeiro de 2013, o avanço do IBC-BR foi de 0,65%, pouco melhor que o 0,5% registrado no trimestre imediatamente anterior. Para fevereiro, porém, segundo dados preliminares do Itaú Unibanco, o desempenho pode ser mais fraco. “Esses indicadores sugerem que a economia está se expandindo em um ritmo mais intenso, mas esperamos moderação nos trimestres seguintes”, observou Aurélio Bicalho, economista do banco.
Problemas fazem Minha Casa, Minha Vida ser suspenso em municípios de GO
O Ministério das Cidades suspendeu novas contratações de financiamentos imobiliários dentro do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, menina dos olhos da presidente Dilma Rousseff, nos municípios goianos de Águas Lindas, Novo Gama, Valparaíso, Cidade Ocidental e Luziânia. Dessa forma, as prefeituras, o governo de Goiás e empreiteiras ficam impedidas de negociar com o Banco do Brasil e com a Caixa Econômica Federal empréstimos para construir novos empreendimentos nessas cidades. A assessoria de imprensa da pasta informou que os contratos em vigência serão mantidos.
Até 28 de fevereiro deste ano, foram aprovadas operações do Minha Casa, Minha Vida no valor de R$ 4,134 bilhões em todo o país. A interrupção foi decidida porque técnicos do ministério constataram a existência de problemas no fornecimento de água nas habitações entregues e nas construções em andamento nas cinco cidades de Goiás. A deliberação do Executivo não será estendida a outros locais, assegurou a assessoria, mas preocupa a população da região, que espera a conclusão das casas ou o lançamento de novas fases do programa para realizarem o sonho da casa própria, lema do programa do governo.
Ministros da Agricultura, Aviação Civil e Trabalho tomam posse hoje
A presidente Dilma Rousseff empossa, nesta manhã de sábado (16/3), três novos ministros de Estado. Em reforma ministerial anunciada nesta sexta-feira (15/3), Dilma trocou os chefes dos Ministérios da Agricultura, da Aviação Civil e do Trabalho. A cerimônia foi marcada para hoje em virtude da viagem que a presidente Dilma fará ao Vaticano para participar de uma audiência com o papa Francisco.
Em nota publicada ontem, ela agradeceu a todos os ex e futuros colaboradores de governo. “A presidente deseja bom trabalho a Antônio Andrade, Manoel Dias e Moreira Franco nas importantes missões que passarão a desempenhar e agradece a dedicação, o empenho e os inestimáveis serviços prestados pelos ministros Mendes Ribeiro, Brizola Neto e Wagner Bittencourt em suas áreas. Eles continuarão contando com seu apoio e confiança”, diz o comunicado.
A presidente Dilma Rousseff iniciou ontem a minirreforma ministerial prometida tão logo encerrou-se a campanha municipal de 2012. Depois de cinco meses de consultas, Dilma conseguiu resolver apenas as demandas do PMDB e do PDT. Foram nomeados o deputado federal Antônio Andrade (PMDB-MG) para o Ministério da Agricultura, no lugar de Mendes Ribeiro (PMDB-RS), que reassume o mandato na Câmara dos Deputados; Moreira Franco vai para a Secretaria Nacional de Aviação Civil, que era ocupada por Wagner Bittencourt; e Manoel Dias, do PDT, que substitui Brizola Neto no Ministério do Trabalho. As posses estão marcadas para hoje.
Mendes Ribeiro recebeu o convite para assumir a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), mas preferiu retornar à Câmara. Com isso, a SAE será comandada, interinamente, pelo atual secretário executivo da pasta, Roger Leal. O cotado para substituir Moreira é Ricardo Paes de Barros. Já Wagner Bittencourt, ex-ministro da Aviação Civil, pode substituir Beto Vasconcelos — que deixa o governo no meio do ano para fazer um curso no exterior — na secretaria executiva da Casa Civil.
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