O GLOBO
Integrantes da CPI se reuniram em segredo com dono da Delta
Dois dos integrantes da CPI do Cachoeira estiveram em um restaurante em Paris, na Semana Santa, com Fernando Cavendish, então presidente da Delta. O encontro reuniu o senador Ciro Nogueira (PP-PI) e o deputado Maurício Quintella Lessa (PR-AL). Estava com os dois o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), que não faz parte da comissão de inquérito. Ontem, por 16 votos a 13, a CPI barrou a convocação de Cavendish numa sessão tumultuada. Ciro Nogueira fez discurso e votou contra a convocação. Maurício Quintella Lessa não estava presente.
O encontro do empreiteiro com parlamentares foi denunciado pelo deputado Miro Teixeira (PDT-RJ). Indignado com o adiamento da convocação do ex-presidente da Delta, Miro, sem citar nomes, pediu que a CPI investigasse se algum parlamentar tinha se encontrado com Cavendish na França. E alertou que poderia haver uma “tropa do cheque” em ação.
O encontro em Paris ocorreu na volta dos três parlamentares da 126 Assembleia Geral da União Interparlamentar, realizada entre 30 de março e 5 de abril, em Kampala, Uganda. Hugo Napoleão (PSD-PI), Átila Lins (PSD-AM) e Alexandre Santos (PMDB-RJ) também integravam a comitiva para a África. A viagem foi uma missão oficial, e cada um dos parlamentares recebeu US$ 350 de diária, para cinco dias, num total de US$ 1.750 cada. O dinheiro serve para refeições e pagamento de hotel. A despesa aérea, em classe executiva, foi paga à parte pelo Congresso.
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Depois da Assembleia, Ciro Nogueira, Maurício Lessa e Eduardo da Fonte voaram para Paris para passar a Semana Santa. As suas mulheres já os aguardavam lá. À época, a CPI não havia sido criada, mas o escândalo envolvendo o bicheiro Carlinhos Cachoeira e a Delta já tinha vindo à tona.
Ao GLOBO, Nogueira confirmou o encontro, mas disse que foi casual:
– Conheço Cavendish, tenho relação com ele há uns cinco anos. Mas nada que envolva doação de campanha. (Em Paris) Nós só o cumprimentamos. Foi um encontro totalmente casual.
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A decisão, às vésperas do segundo turno da eleição presidencial, piorou o clima entre islamitas e apoiadores do antigo regime. Revoltados, manifestantes entraram em confronto com forças de segurança.
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O ESTADO DE S. PAULO
Base aliada ‘freia’ CPI e veta convocação do dono da Delta
Os partidos da base aliada frearam a CPI do Cachoeira e impediram a convocação do empresário Fernando Cavendish, proprietário da Delta Construções. A empreiteira, declarada inidônea há dois dias pela Controladoria-Geral da União, tem grande participação no PAC, e Cavendish é amigo do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB). Para o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) existe uma “tropa de cheque” na CPI pronta para defender Cavendish. Os governistas também rejeitaram a convocação do ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes Luiz Antônio Pagot, que diz ter informações sobre a relação entre a Delta e agentes públicos.
Dora Kramer: Choque da tropa
A CPI deu margem à suspeita de que teme os depoimentos de Pagot e de Cavendish.
Sigilo quebrado
A CPI do Cachoeira aprovou a quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico, de mensagens de celular e de e-mail dos governadores Marconi Perillo (PSDB-GO) e Agnelo Queiroz (PT-DF) desde 2002.
Governo altera medida cambial e facilita crédito
A falta de crédito no exterior para empresas e bancos levou o governo a rever uma medida adotada há pouco mais de três meses para enfrentar o que a presidente Dilma Rousseff chamou de “tsunami monetário”. O prazo desses empréstimos que pagam IOF de 6% foi reduzido – agora, vai incidir sobre financiamentos de até dois anos. Até então, o imposto era cobrado para operações de até cinco anos.
Crise trava debate sobre fundo para ações na Rio+20
A crise econômica continuou a assombrar as negociações diplomáticas da Rio+20. As discussões sobre ajuda financeira de países ricos para apoiar o desenvolvimento sustentável de países pobres – tema considerado crucial para garantir a viabilidade do que vier a ser decidido – continuavam travadas no início da noite de ontem.
Globalização
Índia caiapó carrega garrafa PET de refrigerante na Aldeia Kari-Oca, na Rio+20.
Justiça dissolve Legislativo no Egito
Garoto protesta no Cairo: a dois dias do segundo turno da eleição presidencial, a Suprema Corte determinou a dissolução do Parlamento, alegando que a eleição de um terço dos deputados foi “irregular”. Uma junta militar assumirá o Legislativo. A oposição diz que a decisão é golpe de Estado.
Vereador é suspeito de usar CPI para achacar shoppings
O Ministério Público investiga suposto esquema de achaques praticados pelo vereador Aurélio Miguel (PR) durante CPI que apurava irregularidades com IPTU. Ele foi acusado de ter tomado R$ 200 mil de cada shopping para não denunciá-los no relatório final da CPI. Miguel nega.
Petrobras eleva investimento em 5,2%
Washington Novaes: Complexidade e urgência
O cenário de dificuldades não implica que sejam irrelevantes na Rio+20 as discussões da sociedade. Elas farão avançar a consciência – e as ações.
Tutty Vasques: Probos da corte!
Se o Brasil fosse um país sério, o próximo passo da CPI do Cachoeira seria uma acareação entre Perillo e Agnelo para ver quem é mais honesto.
CORREIO BRAZILIENSE
“Tropa do cheque” abre guerra na CPI
Em sessão tumultuada, a comissão que investiga as ligações criminosas do bicheiro Cachoeira acabou dividida e deu margem até à criação de uma CPI paralela. Primeiro, foi provada a quebra dos sigilos de Agnelo e de Perillo. E decidida a convocação de Andressa Mendonça, a mulher do contraventor. Mas, por 17 votos a 13, a CPI recusou-se a ouvir Fernando Cavendish, dono da Delta, e Luiz Antonio Pagot, ex-diretor-geral do Dnit. Foi aí que o clima esquentou. Mesmo sendo da base governista, o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) denunciou uma suposta “tropa do cheque” que atuaria para impedir a CPI de interrogar pessoas capazes de causar embaraços ao Planalto e aliados. Alguns componentes desse grupo, disse Miro, teriam almoçado com Cavendish, em Paris. Irritado, Cândido Vacarezza (PT-SP) reagiu: “Eu não sou da bancada do cheque”. Segundo Miro, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) vai presidir CPI extraoficial que ouvirá Pagot, candidato a homem-bomba do escândalo.
Clima de Copa: Falta um ano para a bola rolar
O adversário da Seleção Brasileira ainda é uma incógnita. O preço dos ingressos, também. Mas, a 365 dias da partida de abertura da Copa das Confederações, os torcedores brasilienses já fazem planos para o jogo. Curiosos, eles conferem até o andamento das obras do estádio Mané Garrincha.
Haja recesso: São-joão e Rio+20 vão esvaziar o Congresso
Na semana que vem, dificilmente haverá quorum para votações na Câmara e no Senado. Privilégio de parlamentares, como o 14º e o 15º salários denunciados pelo Correio, é destaque na revista britânica The Economist, em artigo sobre a remuneração de servidores públicos no Brasil.
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A delegação brasileira presidirá as discussões sobre as metas da Rio+20. O prazo final para um acordo termina hoje, mas o consenso está distante.
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