O ESTADO DE S. PAULO
Dilma reconquista só parte de popularidade após protestos
Apesar de ter intensificado sua atuação política nos últimos quatro meses, a presidente Dilma Rousseff não concretizou a previsão do marqueteiro João Santana de que até novembro recuperaria a popularidade perdida na onda de protestos iniciada em junho, informa o repórter Daniel Bramatti. A recuperação foi parcial e está parada há dois meses. Diferentes segmentos da sociedade – em especial os mais jovens, os mais escolarizados, os de renda mais alta e os moradores de municípios médios e grandes – nunca tiveram tantas divergências em relação à atuação da presidente.
Nos últimos quatro meses, a presidente Dilma Rousseff lançou novos programas, viajou mais pelo País, denunciou a espionagem dos Estados Unidos em discurso na ONU, distribuiu máquinas a centenas de prefeitos e fez três pronunciamentos em rede nacional de televisão – mas nem assim concretizou a previsão de seu marqueteiro, João Santana, de que até novembro recuperaria a popularidade perdida na onda de protestos de junho.
A recuperação de Dilma foi parcial e está empacada há dois meses – depois que a avaliação positiva do governo desabou, entre junho e julho, houve uma leve melhora, em agosto, mas desde então nada mudou. Além disso, houve um acirramento de posições: diferentes segmentos da sociedade – jovens e velhos, ricos e pobres – nunca divergiram tanto sobre a gestão da presidente.
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Pesquisa lbope feita na primeira quinzena de junho, antes que os protestos contra aumentos nas tarifas de ônibus ganhassem caráter nacional, mostrou que 55% dos brasileiros consideravam o governo bom ou ótimo. Um mês depois, a taxa caiu para 31%. Em termos absolutos, o número de eleitores satisfeitos com a gestão passou de 77 milhões para 43,5 milhões – uma queda de 33,5 milhões em 30 dias.
Em agosto, depois de Dilma responder à pressão das ruas com o lançamento de “cinco pactos afavor do Brasil”, a avaliação positiva do governo subiu sete pontos porcentuais – é como se 10 milhões de brasileiros recuassem de sua postura de animosidade.Mas 23,5 milhões não voltaram para o ninho governista -nem em agosto, nem em setembro, nem em outubro.
Nesse contingente que não se deixou convencer pelas políticas de Dilma e pelo marketing de João Santana, há eleitores de todos os tipos, mas alguns segmentos se destacam: os maisjo-vens, os mais escolarizados, os de renda mais alta e os moradores de municípios médios e grandes.
‘Fez, faz, fará’: slogan deve ser adotado por Dilma
PT molda discurso para briga com Aécio (PSDB) e Campos (PSB). A campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição tentará vender a ideia de que o governo do PT “fez, faz e fará” o Brasil avançar. O mote apareceu no programa petista de TV, que foi ao ar há dez dias, e tem sido “esmiuçado” em reuniões promovidas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em São Paulo.
Nos bastidores do partido, o plano está sendo chamado de “Mais Lula”, numa referência ao lançamento do programa Mais Médicos. Sob encomenda do ex-presidente, economistas da confiança dele e de Dilma avaliam, por exemplo, como retomar e acelerarocrescimento sem esti-mularaaltadainflação e criando empregos de qualidade.
A plataforma da reeleição está sendo preparada para construir a narrativa de “uma nova etapa”. O novo papel do Estado e dos serviços públicos, a reforma urbana pós-protestos de junho e metas concretas para investir o dinheiro do pré-sal do campo de Libra em educação e saúde são temas que terão destaque no programa de Dilma para um eventual segundo mandato, além da questão econômica.
Estado, para dizer que precisa de mais coisas, porque ele aprendeu a comer contrafilé e não quer voltar a comer acém. Quer comer agora filé de verdade. Ele quer o emprego, mas não quer mais um emprego qualquer. Ele quer estudar, mas em escolas de qualidade”, afirmou o ex-presidente na terça-feira, em Brasília.
Escuta revela que máfia pediria ajuda a secretário
Homem forte da gestão Fernando Haddad, o secretário de Governo Antonio Donato (PT), é citado em interceptações telefônicas do suspeito de chefiar esquema de arrecadação de propina na Secretaria Municipal de Finanças, Ronilson Bezerra Rodrigues. Ao saber que estava sendo investigado, Rodrigues diz que marcaria reunião com Donato e com o vereador Paulo Fiorilo (PT) para falar sobre o caso.
Reportagem especial: a muralha europeia
Pressionada pelo fluxo de imigrantes e os discursos xenofóbicos de partidos de extrema direita, a Europa está aos poucos se transformando em um bunker, relata Andrei Netto. No Marrocos, imigrantes arriscam a vida por um futuro melhor.
País tem 50 mil assassinatos em um ano
Os homicídios no País cresceram 7,6% no ano passado em relação a 2011, revela Bruno Paes Manso. Segundo estudo, foram 50.108 casos – o maior número desde 2008. Estados do Norte e Nordeste lideram o ranking.
Embraer é investigada por suspeita de propina
Autoridades americanas e brasileiras estariam investigando a Embraer por possível pagamento de propina a um membro do governo da República Dominicana em troca de um contrato de US$ 90 milhões, segundo o jornal “Wall Street Journal”.
De acordo com a reportagem, a empresa brasileira teria pago US$ 3,4 milhões para subornar uma autoridade do país caribenho. Com isso, teria ganhado uma concorrência para a venda de oito Super Tucanos às forças aéreas dominicanas.
Europeus espionam em conjunto, diz jornal
Agências de espionagem da Europa Ocidental estão trabalhando em conjunto na vigilância da internet e da telefonia de uma forma semelhante aos programas conduzidos pelos Estados Unidos e denunciados por governos europeus, informou ontem o jornal britânico The Guardian.
Citando documentos repassados pelo ex-analista da Agência de Segurança Nacional (NSA) Edward Snowden, o diário informou que os métodos incluem a intervenção de cabos de fibra ótica e o trabalho encoberto com companhias privadas de telecomunicações. O Guardian citou Alemanha, França, Espanha, Suécia e Holanda como os países onde as agências de inteligência estão desenvolvendo esse tipo de cooperação com aliados como a agência de vigilância britânica GCHQ.
A informação pode ser embaraçosa para os governos, principalmente para Alemanha e França, que foram os que mais protestaram pela espionagem dos EUA nas redes de comunicação europeias reveladas por Snowden desde junho.
‘Se eu não der resultado, me demite’
Graça Foster, presidente da Petrobrás, explica, em entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, que a proposta de nova metodologia para reajuste da gasolina e do diesel afasta do desempenho da empresa o peso de fatores fora de seu controle. Livre da figura da ingerência, a estatal poderia crescer ao ritmo que seu plano de investimentos exige. O mecanismo aplicará o conceito de médias móveis para evitar o repasse da volatilidade aos consumidores.
Dora Kramer: cheios de dedos
Solto para dizer o que quiser, Lula ataca com mãos de aço e adversários reagem com punhos de renda. Isso não o paralisa nem o sensibiliza.
Aliás: um outro olhar
Paradoxo das ruas. Explicações emergem para os protestos, iniciados sem uma diretriz política por revoltados com uma vida bloqueada.
Fernando Henrique Cardoso: sem complacência
Black blocs expressam explosões de violência anárquica desconectada de valores democráticos , uma espécie de magma de direita.
João Ubando Ribeiro: sob nova orientação
Esse negócio de falar no Brasil, me aborrecer à toa, é passado. Vi que não tem mais Brasil, a gente acha que tem porque se viciou.
O GLOBO
Na contramão da economia verde: bicicleta paga mais imposto do que carro
Em meio a novos estudos da equipe econômica para estender até 2014 o IPI baixo de carros, levantamento mostra que o governo tributa menos os veículos do que as bicicletas, informam Henrique Gomes Batista, Nice de Paula e Martha Beck. Apesar das vantagens para o meio ambiente, a saúde e o trânsito, o imposto sobre o transporte de duas rodas é de 40,5%, em média, contra 32% para os carros. No caso do IPI, a alíquota dos automóveis populares é de apenas 3,5%, enquanto a das bicicletas chega a 10%.
Luís Roberto Barroso: ‘E preciso uma revolução no modo como o Supremo atua’
Após três meses como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso chegou a uma conclusão: o volume de trabalho é irracional. Ele propõe a transferência do foro especial para autoridades para duas varas especializadas em Brasília
Barroso defende o direito das mulheres ao aborto, cobra das autoridades uma reforma política e propõe que os candidatos à Presidência registrem oficialmente sua sugestão sobre o tema. Um dos primeiros votos de Barroso no STF foi decisivo para dar aos condenados no mensalão o direito a um novo julgamento. Para ele, no entanto, algumas críticas ao Supremo foram injustas por não considerarem que há condenações gravíssimas neste processo que não serão modificadas.
O STF é como o senhor imaginava?
Embora eu conhecesse o tribunal como um observador externo, o volume e a diversidade do trabalho ainda assim me surpreenderam, assim como a quantidade de coisas que eu acho que não deveriam estar lá. Há no Supremo um varejo de miudezas maior do que o que eu imaginava e que consome muito o tempo dos ministros. Parte do meu trabalho e da minha equipe é identificar, num oceano de processos, o que justifica uma atuação do Suprerho. Em três meses de tribunal, continuei o meu sentimento de que é preciso fazer tuma revolução no modo como o Supremo atua, sobretudo em como escolhe sua agenda.
Mas como fazer isso?
Acho que o sistema da repercussão geral, que é o filtro do que pode chegar ao Supremo, precisa ser aperfeiçoado. Todos os tribunais constitucionais do mundo, pelo menos os mais importantes, de alguma forma selecionam as causas que vão julgar. Uma ideia que eu já tinha desde antes de entrar para o Supremo e confirmei é que o tribunal devia escolher as causas que vai julgar combinando um critério quantitativo com um critério qualitativo. O critério quantitativo envolve uma definição realista de quantos casos o Supremo pode julgar em um ano.
Perimetral: projeto original não previa o elevado que está prestes a ser demolido
A Perimetral, que começa a se despedir da paisagem do Rio, foi responsável pela demolição de dezenas de prédios históricos, como o Mercado Central da Praça Quinze. Mas as primeiras versões da ligação expressa entre o Parque do Flamengo e o Gasômetro não previam o elevado que está prestes a virar pó, e, sim, um túnel que só agora vai sair do papel.
Supostos confrontos: polícia mata 5 por dia no Brasil
Em 2012, a polícia matou pelo menos cinco pessoas por dia em supostos confrontos no país. O Rio tem a maior taxa de mortes, apesar de uma redução de 69% desde 2007.
Recuperação judicial: credor aprova só 23% dos planos
Apenas um quarto das 4 mil empresas que pediram proteção, como a OGX, de Eike, teve o plano aprovado.
Colunistas
Elio Gaspari: a quebra da OGX de Eike Batista era pedra cantada
Ancelmo Gois: Zahar e outras editoras foram alvo da ditadura
FOLHA DE S. PAULO
OGX sabia em 2012 que poderia ter lucro menor
Reservas de petróleo teriam só 17,5% do divulgado; empresa de Eike nega irregularidade
Julgamento ameaça deixar Maluf fora de eleições por oito anos
Após participar de 13 eleições nos últimos 31 anos, Paulo Maluf (PP-SP) pode ser proibido de se candidatar no ano que vem, quando encerra seu mandato de deputado federal. Aos 82 anos, ele poderá ingressar na categoria dos fichas-sujas, que não podem concorrer em eleições por causa de condenações.
Nesta segunda-feira, o Tribunal de Justiça de São Paulo julga recurso que ele apresentou contra uma condenação sofrida num processo sobre o superfaturamento das obras do túnel Ayrton Senna, executadas em sua gestão como prefeito da capital (1993-1996).
Se o tribunal confirmar a sentença inicial do caso, Maluf ficará proibido de participar de eleições por oito anos.
Dilma cobra entrega de obras a ministros
De olho nas eleições de 2014, a presidente Dilma Rousseff cobrou ontem, em reunião de sete horas com 15 dos seus 39 ministros, a definição de um calendário de obras tidas como vitrines para o governo federal. Elas deverão ser usadas na campanha à reeleição da petista.
Dilma pediu que as obras sejam aceleradas para que, antes do fim de 2014, parte delas seja entregue à população.
No encontro, a presidente destacou positivamente o programa Mais Médicos e reclamou dos atrasos nas obras de transposição das águas do rio São Francisco, tema explorado pela oposição.
A ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) citou alguns dos projetos que Dilma pretende inaugurar. Entre eles, unidades básicas de saúde e casas do Minha Casa, Minha Vida, além do aumento de profissionais do Mais Médicos e o Pronatec –programa de capacitação profissional.
A estratégia do Planalto é acelerar obras e projetos para que Dilma tenha o que mostrar na campanha à reeleição.
Em busca da igualdade
Preenchimento automático do Google para frases sobre o que mulheres devem ou não fazer inspira campanha das Nações Unidas para combater práticas de discriminação contra o sexo feminino
Caetano ataca Roberto em debate sobre biografias
O racha entre os artistas da Associação Procure Saber, noticiado ontem pela colunista da Folha Mônica Bergamo, ficou mais explícito: Caetano Veloso, um dos integrantes do grupo, criticou a atitude de Roberto Carlos, que “só apareceu agora, quando da mudança de tom” no debate sobre biografias.
Em sua coluna dominical no jornal “O Globo”, o baiano critica a participação do advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, 56, nas ações do grupo.
“Kakay é advogado de RC, não fala oficialmente pela associação. E RC só apareceu agora, quando da mudança de tom. Apanhamos muito da mídia e das redes, ele vem de Rei”, escreveu Caetano.
Carreira executiva
Especial mostra que líder moderno precisa saber tratar cada funcionário de modo único
Limpeza aérea
Londres e Nova York têm respectivamente 100% e 72% da rede elétrica no subsolo, enquanto em São Paulo esse valor é de apenas 7%
Fiscal procurou secretário de Haddad quando era investigado
Suspeito de cobrar propina, Ronilson Rodrigues marcou reunião com Antonio Donato (Governo) quando era investigado
Bolívia tem 25 mil alunos de medicina brasileiros
‘Fábricas de médicos’ atraem 16 vezes mais que a principal universidade do país
CORREIO BRAZILIENSE
O ranking dos gazeteiros da Câmara Legislativa
De janeiro a outubro, os distritais apresentaram 283 documentos para justificar ausências. Cristiano Araújo (PTB), Raad Massouh (PPL), que teve o mandato cassado, e Patrício (PT) faltaram a 30% das sessões em plenário. Entre as desculpas oficiais, estão encontro com eleitores e até “clamor público”.
A segunda queda
Paloma Alves nasceu em um camburão, de mãe presidiária, na época em que a Papuda abrigava uma ala feminina. Hoje, aos 25 anos, cumpre pena por roubo e vê uma “sina” em sua vida. Número de brasileiras presas aumentou 240% desde 2002.
Vandalismo
Governo não sabe reprimir black blocs, dizem especialistas
Espionagem
Países europeus teriam a própria rede de vigilância
O “é agora ou nunca” de Dilma
A presidente passou o feriado reunida com 15 ministros com o objetivo de “destravar” o país e preparar o cenário da reeleição. Pastas das áreas sociais e de infraestrutura foram as mais cobradas. Obras tocadas pelo Exército se tornam modelo de eficiência e baixo custo.
Um mercado que desconhece crise
É o da tecnologia da informação, que não para de se expandir. Para suprir a demanda, empresas estão de olho nos estudantes de cursos técnicos, como Darlan e Letícia.