Folha de S. Paulo
DF paga R$ 10,4 milhões a empresas de Paulo Octávio
O Distrito Federal pagou ao menos R$ 10,4 milhões para empresas do governador interino, Paulo Octávio (DEM), veicularem publicidade oficial. O valor se refere aos últimos três anos, quando ele já era vice de José Roberto Arruda (sem partido), hoje afastado e preso.
O levantamento da Folha mapeou as verbas distritais repassadas por agências de publicidade a empresas das Organizações Paulo Octávio -conglomerado de comunicação que inclui emissoras de rádio e TV.
Os valores se referem só aos contratos da administração direta -estão excluídas empresas públicas e fundações- e foram levantados no sistema de execução orçamentária do DF.
Dono de um complexo imobiliário em Brasília, além de shopping, concessionária de carros e hotel, Paulo Octávio também é proprietário da TV Brasília e das rádios JK, Voz do Cerrado, Gama e Principal.
Só em 2009, as empresas de comunicação do político receberam para fazer propaganda do governo R$ 5,2 milhões -valor 126% maior que o registrado no primeiro ano da gestão Arruda, R$ 2,3 milhões.
A reportagem não conseguiu levantar dados sobre publicidade anteriores a 2007.
A maior fatia do bolo publicitário foi repassada para a TV Brasília. Entre 2007 e 2009, a emissora ficou com R$ 3,3 milhões. Em seguida estão as rádios JK (R$ 2,3 milhões), Principal (R$ 2,1 milhões), Gama (R$ 1,6 milhão) e Voz do Cerrado (R$ 1,1 milhão).
Conforme revelou a Folha, o político omitiu na declaração de bens à Justiça Eleitoral sua participação societária nessa última emissora. Paulo Octávio alegou que, à época, a rádio não estava em funcionamento.
Embora repassada às empresas de comunicação pelas agências que venceram as licitações, as verbas eram distribuídas conforme critério da Secretaria de Comunicação do DF, então comandada por Weligton Moraes, preso na semana passada sob a acusação de tentar subornar uma testemunha do mensalão do DEM -motivo que também levou Arruda à prisão.
O governo do DF e o conglomerado de comunicação de Paulo Octávio afirmam que a distribuição da verba observa a audiência das emissoras.
No ano passado, o DF gastou com publicidade R$ 201 milhões -nessa conta, mais uma vez, estão excluídas empresas públicas e fundações. O jornal “Correio Braziliense” recebeu a maior parte dessa verba.
Emissoras dizem liderar audiência nos últimos anos
Por meio de seu advogado, Antônio Carlos de Almeida Castro, o governador interino do DF, Paulo Octávio, afirmou que a determinação para a distribuição das verbas de publicidade é da Secretaria de Comunicação do governo distrital, de “acordo e proporcional” à audiência das emissoras de rádio e TV.
O responsável por definir esses critérios era Weligton Moraes, ex-secretário de Comunicação detido sob acusação de tentativa de suborno -está no presídio da Papuda.
As Organizações Paulo Octávio, via assessoria, acrescentaram: “As emissoras registraram, nos últimos anos, um crescimento médio em audiência superior a 100% e sempre estiveram entre os primeiros lugares das pesquisas do Ibope. Se comparadas a outras emissoras, os valores são compatíveis aos registrados no mercado”.
Paulo Octávio, disse seu advogado, deixou o comando de todas as suas empresas, inclusive o das emissoras de rádio e TV, quando foi eleito vice-governador na chapa de Arruda, em 2006.
DEM adia encontro para decidir sobre expulsão
O DEM vai deixar para a semana que vem a reunião da Executiva Nacional que decidirá sobre a expulsão do governador interino do Distrito Federal, Paulo Octávio. Com isso, além do governador, o partido, indeciso, ganhará tempo para unificar sua posição.
A Folha apurou que, entre os dirigentes do partido, a intervenção no diretório da sigla em Brasília é dada como certa, mas a expulsão do governador ainda é dúvida. Vai depender dos apoios que ele conseguir atrair -deverá se reunir com Lula- e do destino que a Câmara Legislativa dará aos pedidos de impeachment contra ele.
Arruda também enfrenta três pedidos semelhantes, que serão colocados sob análise da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Legislativa na quinta-feira. A análise é vista como uma forma de tentar forçar a renúncia de Arruda.
Se Paulo Octávio não for processado e conquistar o apoio de Lula, avaliam democratas, a tese da expulsão se enfraquece -assim como a possibilidade de uma intervenção federal.
Arruda preocupado
Após cinco dias preso na Superintendência da Polícia Federal, o governador afastado José Roberto Arruda (sem partido) começa a dar sinais de preocupação com as denúncias que surgiram nos últimos dias, segundo o advogado que o visita diariamente.
“Ele começa a demonstrar alguma preocupação em relação à dinâmica dos fatos”, disse Thiago Bouza, da equipe que defende o governador.
Em clima eleitoral, ministra dança com gari no RJ, e Serra entra no mar de roupa e tênis
Os pré-candidatos à Presidência da República Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) aproveitaram o périplo carnavalesco para chegar mais perto do eleitorado.
Um dia após acompanhar o Carnaval em Salvador, o governador de São Paulo, José Serra, conduziu ao mar ontem uma banhista com deficiência física em Praia Grande. De roupa e tudo.
Usando calça de ginástica e tênis, deixou-se molhar até a cintura. Ainda no meio da água, cercado por banhistas, consultou um assessor sobre quais redes de TV registravam a cena. Foi no lançamento do programa Praia Acessível, com entrega de “cadeiras anfíbias” (flutuantes), que permitem o acesso de deficientes ao mar.
Já a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), após passar pelo Carnaval de Recife e de Salvador, no sábado, foi anteontem ao sambódromo do Rio de Janeiro assistir aos desfiles das escolas de samba, convidada pelo governador Sérgio Cabral (PMDB).
Lá, Dilma dançou com o gari Gilson Lopes, 47, segurou a vassoura e rodopiou. O gari lhe atribuiu nota 9,5.
No sambódromo, Dilma dividia espaço no camarote de Cabral com a cantora Madonna, que apareceu com o namorado brasileiro, o modelo Jesus Luz, além das filhas Lourdes Maria e Mercy.
A ministra e Madonna ficaram bem próximas por diversas vezes. Dilma chegou a segurar Mercy no colo por alguns segundos, na sacada do camarote, mas logo entregou a menina a uma pessoa da equipe da Madonna.
À ministra foi oferecida uma dose de cravo escarlate, bebida forte tradicionalmente distribuída aos ritmistas. Dilma tomou um gole, mas acabou tossindo.
O pique da ministra encerrou-se à 1h40. “Hoje eu me energizei”, afirmou ela.
Provável rival de Dilma na disputa pela sucessão presidencial, Serra também teve um fim de semana carnavalesco. No sábado, o tucano esteve em Recife, onde, assim como Dilma, assistiu ao desfile do bloco Galo da Madrugada. À tarde, foi para Salvador e acompanhou, do camarote da cantora Daniela Mercury, o circuito Barra-Ondina.
Anteontem, o governador foi a outro circuito de Salvador, o Osmar, e viu passar o bloco de Ivete Sangalo.
Planejado por tucanos, o périplo carnavalesco foi um estímulo para que o governador entre em campanha. No partido, a expectativa é que, ainda em fevereiro, Serra afaste dúvidas sobre seu destino político.
Semana que vem, ele encontrará o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), pela primeira vez desde que o mineiro saiu da disputa.
Novata na web, Marina já tem estratégia na internet
Marina Silva já tem cara e slogan na internet, obra de seus estrategistas de campanha, mas que uma militância espontânea, reunida numa comunidade que existe há três anos, tratou de espalhar na rede.
Novata na web (no final de janeiro, participou de um “batismo digital” na Campus Party Brasil, maior encontro de tecnologia do país), a pré-candidata do PV à Presidência é a primeira a se mostrar na internet entre os postulantes ao cargo de Luiz Inácio Lula da Silva. Por imposição da legislação eleitoral, a senadora ainda não se apresenta como candidata.
“O PV é um partido muito presente na web. Conta com uma forte militância on-line, atuante em blogs e redes sociais, fundamental nesta caminhada”, afirma João Ramirez, que está por trás da comunicação de Marina na rede.
Ramirez é um dos criadores do Migux, a maior rede social concebida e construída no Brasil (possui 2,3 milhões de usuários, número bem expressivo visto que se trata de um site de nicho -o segmento infantil).
A web é crucial para as pretensões da pré-candidata. Num cálculo do PV, a sigla não deverá ter mais do que um minuto e 40 segundos diariamente no programa eleitoral gratuito de rádio e TV, já contabilizando as possíveis alianças. Projeção preliminar do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), porém, é de um tempo é de só 43 segundos.
“Na campanha, serão utilizadas ferramentas que possibilitem engajamento e envolvimento no debate político”, afirma Ramirez, que defende o uso de plataformas abertas na internet -ou seja, que podem ser modificadas pelos usuários.
O uso de programas “open source” pode ser uma das grandes novidades da campanha eleitoral neste ano. Normalmente, os sites dos candidatos publicam seus dados em ambientes fechados, impossibilitando que os internautas aprimorem a navegação ou criem aplicativos para otimizá-la.
No caso de Marina, Ramirez já encontrou uma rede pronta e espontânea. Criado em 2007, o Movimento Marina Silva reúne 13 mil membros e está, como esperado, alinhado à campanha. Tanto que já promove peças com a imagem estilizada da candidata -a mesma do blog da senadora, recém-levado ao ar.
A militância incluiu até um slogan (“A cara do Brasil”) ao desenho, que lembra peça de campanha que ficou famosa na eleição do democrata Barack Obama nos Estados Unidos.
A estratégia do PV para aproximar Marina Silva do eleitor prevê também postagens no Twitter, plataforma de microblog mais acessada do mundo. A conta da senadora no serviço (@silva_marina) revela a chegada tardia ao site: há dezenas de homônimos e até “fakes”, ou seja, pessoas que se apropriaram de seu nome no microblog.
O Estado de S. Paulo
Aliados articulam renúncia de Arruda
Aliados do governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), apostam em sua renúncia como saída para escapar da já acertada cassação do mandato, na Câmara Legislativa, e da prisão. Na tentativa de impedir a intervenção federal no DF e pressionar Arruda a renunciar, os deputados distritais fizeram um acordo para aprovar, na quinta-feira, o pedido de abertura de impeachment do governador licenciado. Ao mesmo tempo, com o abandono do cargo, aumentam as chances de Arruda ganhar o habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF), para ser libertado.
“O recado para o Arruda já foi dado. É um sinal para ele. A Câmara não pode ficar inerte, sem dar uma punição. Espero que ele tenha bom senso”, afirmou ontem o deputado Wilson Lima (PR), presidente da Câmara Legislativa. Segundo um aliado do governador, Arruda já teria assimilado a ideia de renunciar ao cargo ainda esta semana, antes da abertura formal do processo de impeachment.
Assim que a Câmara Legislativa aprovar, depois de amanhã, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) pelo menos um dos três pedidos de cassação do mandato de Arruda, ele perde os direitos políticos por oito anos, caso venha a ser condenado. A renúncia serviria para salvá-lo dessa punição.
“O governador terá um período curto para se manifestar para não ter os direitos políticos cassados”, observou Lima. O deputado Raimundo Ribeiro (PSDB) fez ontem o mesmo raciocínio: “Para não perder os direitos políticos, Arruda tem um pequeno intervalo para se decidir.” Os dois deputados referem-se à possibilidade de o governador renunciar entre a decisão dos deputados e a notificação, escapando assim da perda de direitos políticos.
Governador toma banho de sol na PF e recebe visitas
A rotina do governador afastado José Roberto Arruda, preso na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, passou a incluir um banho de sol, de 15 minutos, desde domingo. Um médico também visita Arruda duas vezes ao dia – uma delas depois do banho de sol, por volta das 17 horas. Além da mulher, Flávia Arruda, que ontem levou seu almoço, ele recebeu ainda a visita do advogado Thiago Bouza.
O advogado disse que o governador “começa a demonstrar preocupação com os novos fatos”. Não quis dizer quais eram, mas acrescentou que Arruda está preocupado com a “dinâmica” desse fatos. A visita foi para tratar, basicamente, do recurso no STF para tentar tirá-lo da prisão – que pode ser julgado amanhã ou depois.
Duas pessoas tentaram ontem visitar o governador. O atual secretário interino da Educação, Afonso Brito, não teve sucesso porque a visita não havia sido agendada, mas lhe deixou um livro de autoajuda. Outra pessoa deixou uma Bíblia para o governador.
Para ajudar Dilma, ministros aceleram convênios e obras
Enquanto os principais líderes do governo e da oposição disputam publicamente qual lado foi mais eficiente para o Brasil, na ponta da campanha ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus principais auxiliares percorrem o País acelerando a liberação de convênios e a entrega de obras, no chamado “varejo político”. A ação faz parte da estratégia definida pelo próprio presidente, durante a última reunião ministerial, há 15 dias, na qual instruiu seus auxiliares a ampliarem as ações de cada órgão e a defenderem publicamente o governo.
A estratégia tem três efeitos práticos. O primeiro deles serve para ajudar a impulsionar a candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que aparece em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, atrás do governador de São Paulo, o tucano José Serra, embora venha crescendo. Cada convênio assinado ou obra entregue ajudam o governo a consolidar a candidatura da ministra nas cidades que foram beneficiadas pelas medidas.
O segundo efeito é o de reforçar a tentativa do presidente de consolidar uma espécie de legado perante a opinião pública. O presidente já repetiu para os auxiliares que teme um relaxamento da equipe durante o último ano de governo, especialmente quando os ministros que serão candidatos nas eleições deixarem seus postos em abril para iniciar suas campanhas e as vagas forem ocupadas pelos secretários executivos.
O terceiro efeito beneficia os próprios ministros candidatos. Vários deles intensificaram suas ações no Estado de origem em busca de atrair mais eleitores para suas candidaturas. No fim de janeiro e em fevereiro, não faltaram ações desse tipo sendo feitas pelos ministérios. Um dos alvos favoritos desse varejo têm sido as prefeituras.
No último dia 12, por exemplo, o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, pré-candidato ao governo de Minas, foi a Unaí, na região noroeste do Estado, inaugurar três cozinhas e padarias comunitárias, ao custo de R$ 627 mil.
No dia 25 de janeiro, a Secretaria de Desenvolvimento do Centro-Oeste, subordinada ao Ministério da Integração Nacional, entregou convênios num total de R$ 60,5 milhões, beneficiando 55 prefeituras de Mato Grosso do Sul. Em 8 de fevereiro, 29 cidades de Alagoas assinaram convênios com a pasta para a compra de carros-pipa, no valor de R$ 8 milhões, como forma de combater os efeitos da seca no interior do Estado.
O ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) se desligará em abril para concorrer ao governo da Bahia e as medidas anunciadas em Alagoas e Mato Grosso do Sul ajudam seus aliados, como o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e o governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB).
Patrus ganha palanque e sai em defesa de Lula
Sob um calor de mais de 30 graus da cidade de Unaí, localizada na região noroeste de Minas Gerais, o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, fala para uma plateia de aproximadamente 500 pessoas. De cima do palanque, já sem paletó, Patrus enxerga as faixas que agradecem sua presença no município para inaugurar três cozinhas e padarias comunitárias, em um repasse total de mais de R$ 627 mil. As faixas, espalhadas por todo o local, são típicas de um comício eleitoral, repletas de elogios ao ministro.
Patrus é pré-candidato ao governo de Minas, mas cumpre, naquele momento, outra tarefa política mais estratégica. Além de inaugurar as cozinhas e padarias, está ali para falar a favor dos “feitos” do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Exatamente como o presidente recomendou a seu primeiro escalão na reunião ministerial há 15 dias. Uma tática conhecida no meio político de Brasília como “bater o bumbo” a favor do governo.
“Estamos acabando com a fome no Brasil”, discursa o ministro, para a plateia da cidade mineira, grande produtora nacional de grãos. “E isso é uma conquista histórica. Não é uma conquista só do nosso governo federal. Não é uma conquista apenas do presidente Lula. Não é uma conquista apenas do nosso Ministério do Desenvolvimento Social. É uma conquista da sociedade brasileira.”
E Patrus segue. “Quando Lula tomou posse como presidente do nosso país, eu não era ministro ainda. E, como deputado federal, ouvi o discurso do presidente e fiquei muito emocionado no momento em que ele disse: “se no final do meu mandato todas as pessoas tiverem assegurado o direito a três refeições por dia, terei cumprido a missão da minha vida”. É bem verdade que a missão do presidente Lula vai além. Ele está cumprindo outras e grandes missões a serviço do nosso povo, especialmente dos mais pobres, daqueles que mais precisam da ação eficaz do poder público para que possam ter melhores e mais dignas condições de vida.”
A visita de Patrus à cidade de Unaí é tratada como evento festivo. Mesmo sendo petista, o ministro é recebido com entusiasmo pelo prefeito tucano Antério Mânica, irmão do fazendeiro Norberto Mânica, investigado pelo assassinato de três fiscais do trabalho e um motorista, em janeiro de 2004, quando apuravam denúncias de trabalho escravo na cidade. O próprio Antério foi preso em meio às investigações.
Além de cumprir a tarefa dada pelo presidente de divulgar os feitos do governo, Patrus sabe que também pode colher dividendos eleitorais. Perto de deixar o cargo para disputar um mandato eleitoral, o ministro mineiro busca conquistar votos na região com a entrega das padarias e das cozinhas comunitárias e com a lembrança dos repasses feitos pelo ministério por meio de seus programas sociais, como o Bolsa-Família.
Correio Braziliense
Bolsa, cueca, meia, oração… E eles ficarão impunes?
Quase três meses depois da Operação Caixa de Pandora, os oito deputados distritais que protagonizaram as cenas de corrupção mais explícitas do país continuam em plena atividade. Antes da prisão de Arruda, o grupo barrou as iniciativas para confisco do mandato. Agora, podem ser réus em processo disciplinar na Câmara Legislativa. O corregedor Raimundo Ribeiro promete entregar relatório à Comissão de Ética da Casa até dia 26.
Mais um na fila
Vice-presidente da Câmara Legislativa, Cabo Patrício (PT) seria o terceiro na linha sucessória do DF, depois de Wilson Lima e antes do presidente do Tribunal de Justiça. É o que determina a Lei Orgânica.
Conexão goiana
Senador Demostenes Torres (DEM-GO), que recebeu doação de R$ 58 mil da Linknet na campanha de 2006, defenderá na executiva nacional do partido a dissolução do diretório brasiliense e a expulsão de Paulo Octávio.
Dias de espera
STF deve julgar os pedidos de habeas corpus em favor de Arruda e de intervenção federal no DF somente na próxima semana. Tribunal ainda precisa receber pareceres do MP e explicações do governo local.
Público ignora escândalo na homenagem a Brasília
Ao contrário das expectativas, desfile da Beija-Flor no Rio foi aplaudido pelos foliões. Carnavalescos acreditam que reação positiva pode até ajudar a escola.
O Globo
Do Éden ao paraíso fiscal
A segunda e última noite de desfiles do Grupo Especial, na Sapucaí, foi aberta ontem com muita empolgação pela Mocidade, que chegou disposta a encontrar o paraíso perdido em outros carnavais. O enredo “Do paraíso de Deus ao paraíso da loucura, cada um sabe o que procura” – de Cid Carvalho – começou com Adão e Eva no Éden e acabou falando dos paraísos fiscais, onde se lava dinheiro como quem brinca carnaval. Na primeira noite, a Unidos da Tijuca se destacou. As três últimas escolas a desfilar foram Viradouro, Salgueiro e Beija-Flor. Anunciada de última hora e quase proibida de desfilar, a rainha de bateria da Viradouro, a pequena Júlia Lira, de apenas 7 anos, filha do presidente da escola, Marco Lira, chamou a atenção.
Apesar do enredo sobre Brasília – patrocinado pelo Distrito Federal, cujo governador, José Roberto Arruda, está preso -, a Beija-Flor de Nilópolis passou sem constrangimentos. “Acho que o carnavalesco Paulo Barros conseguiu manter segredo, foi feliz. Mas eu confio no Salgueiro. Posso dizer que a briga vai ser muito boa”, disse Renato Lage, do Salgueiro.
Corte de gastos é desafio para era pós-Lula
O presidente Lula chega ao fim de seu segundo mandato com a estabilidade econômica consolidada. Ao mesmo tempo, dizem economistas, deixa lacunas e desafios para quem vencer as eleições, como o descontrole dos gastos e a elevada carga tributária.
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