O ESTADO DE S. PAULO
Após crise com Marina, PSB escolhe Erundina para coordenação de campanha presidencial
A deputada Luiza Erundina (PSB-SP) foi designada na noite desta quinta-feira, 21, substituta do primeiro-secretário do partido, Carlos Siqueira, na coordenação da campanha à Presidência da República da ex-ministra Marina Silva. Erundina terá como coordenador-adjunto o deputado Walter Feldman (PSB-SP), escolhido pela agora candidata ao Planalto. A escolha de Feldman por Marina motivou uma crise no PSB e a demissão de Siqueira, que acusou a candidata de querer se apropriar do partido e de não ser herdeira do legado do ex-governador Eduardo Campos, que morreu num acidente aéreo no dia 13.
A escolha de Erundina foi feita pelo presidente do PSB, Roberto Amaral, depois de consultar a deputada, em São Paulo, e falar da necessidade de ter alguém do partido na coordenação. A parlamentar chegou a ser cotada para vice na chapa de Marina – e disse que cumpriria qualquer missão -, mas o escolhido foi o líder do partido na Câmara, Beto Albuquerque (RS).
Coordenador-geral diz que Marina não representa Campos e deixa campanha
Descontentes com a candidatura de Marina Silva, coordenadores da campanha presidencial do PSB deixaram nesta quinta-feira seus cargos, no dia seguinte ao anúncio oficial da nova chapa. Ex-coordenador-geral da campanha de Eduardo Campos – que morreu na semana passada em um acidente aéreo -, o primeiro-secretário da sigla, Carlos Siqueira, se demitiu dirigindo duras críticas à ex-ministra e provocando a primeira grande crise na campanha.
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“Ela está longe de representar o legado de Eduardo Campos”, afirmou Siqueira, que deixou a coordenação-geral depois que Marina impôs dois nomes de sua confiança na cúpula da campanha: Bazileu Margarido no comitê financeiro e o deputado Walter Feldman (PSB-SP) na coordenação. O primeiro-secretário chegou a dizer que a candidata é apenas uma hóspede na legenda. Na noite de quinta-feira, a direção do PSB anunciou que a deputada Luiza Erundina (SP), próxima de Marina, vai assumir a coordenação-geral, tendo Feldman como adjunto na função.
Em novo cenário, campanha vai usar ‘mais Lula’
O comando da campanha à reeleição de Dilma Rousseff avalia que a candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, será a principal adversária do PT daqui para a frente e já prepara uma ofensiva com “mais Lula” para enfrentá-la.
Se antes havia uma preocupação com a presença exagerada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha da presidente, a cúpula do PT diz agora que a associação da imagem dele com Dilma será fundamental, sobretudo no Nordeste.
As últimas pesquisas que chegaram ao Palácio do Planalto mostram que a ex-ministra do Meio Ambiente ultrapassou em oito pontos porcentuais o candidato do PSDB, Aécio Neves. Ela está agora em segundo lugar, e não mais em situação de empate técnico com o tucano. Os números foram discutidos na noite de quarta-feira, durante reunião de coordenação da campanha petista com Dilma e com Lula, no Palácio da Alvorada.
Dilma cobra gestão FHC na Petrobrás e defende Graça
A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, atacou a gestão da Petrobrás durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, que exerceu a Presidência de 1995 a 2002 e é cabo eleitoral do nome tucano ao Planalto, Aécio Neves (PSDB). Aproveitou para defender a atual presidente da estatal, Graça Foster, após a revelação de que ela transferiu imóveis para os filhos em meio à crise envolvendo a refinaria de Pasadena.
“Eu me pergunto por que ninguém investigou com tanto denodo o afundamento da maior plataforma de petróleo, que custava US$ 1,5 bilhão a preços atuais”, afirmou Dilma em referência à P-36, que naufragou em 2001. “Por que, apesar de estar em ação popular, ninguém investiga a troca de ativos feita com a Repsol?”, questionou, referindo-se, nesse segundo caso, a uma operação feita pela estatal quando José Jorge era ministro de Minas e Energia do governo FHC e comandava o Conselho de Administração da Petrobrás.
Réu liga tesoureiro do PT a grupo de doleiro
Num depoimento prestado à Polícia Federal, um dos integrantes do esquema investigado na Operação Lava Jato afirmou que o secretário nacional de finanças do PT, João Vaccari Neto, ligado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, era um dos contatos de fundos de pensão com a CSA Project Finance Consultoria e Intermediação de Negócios Empresariais, empresa que o doleiro Alberto Youssef usou para lavar R$ 1,16 milhão do Mensalão, segundo a PF.
“João Vaccari esteve várias vezes na sede da CSA, possivelmente a fim de tratar de operações com fundos de pensão com Cláudio Mente”, relatou o advogado Carlos Alberto Pereira da Costa, apontado como laranja de Youssef e do ex-deputado José Janene (moto em 2010).
Vaccari afirma que nunca fez negócios com advogado
Procurado ontem pelo Estado, o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, informou, por meio da assessoria do partido, que Cláudio Mente, da CSA, é seu amigo pessoal e que o visitou “eventualmente” na empresa. Ele disse nunca ter feito negócios com ele.
Vaccari disse que não conhece o advogado Carlos Alberto Pereira da Costa e que, entre 2005 e 2006, época da operação com o Petros, não era tesoureiro do PT, mas sindicalista. Ele lamentou a acusação do depoente, segundo a qual, “possivelmente”, tratava de fundos de pensão na CSA. O tesoureiro também afirmou que está à disposição da Justiça para eventuais esclarecimentos.
Suplicy usa funcionários em programa eleitoral
Dois funcionários da campanha de Eduardo Suplicy (PT), candidato à reeleição ao Senado, foram personagens do primeiro programa eleitoral do petista, que foi ao ar anteontem no rádio e na TV. A maquiadora e o operador de áudio da campanha apareceram em metade dos depoimentos colhidos para compor as inserções publicitárias do petista para o dia.
Eles participaram juntos de um trecho do programa conhecido, segundo o jargão de TV, como “fala povo”, que consiste na gravação de várias entrevistas encadeadas, feitas geralmente com pessoas abordadas na rua.
“Quando você pensa num político honesto, qual é o primeiro nome que vem na cabeça?”, pergunta a narradora da peça publicitária. “É o Suplicy”, afirma a maquiadora. “Senador Eduardo Suplicy. Nele eu confio”, completa o operador de áudio da campanha petista, usando um boné preto, com aba vermelha.
Lei da Anistia foi uma ‘bênção’, diz ministra do STJ
As ações destinadas a responsabilizar agentes de Estado por possíveis violações de direitos humanos ocorridas no período da ditadura não têm procedência legal, uma vez que eles foram beneficiados pela Lei da Anistia de 1979. A ideia foi defendida ontem no Superior Tribunal de Justiça pelo ministra Nancy Andrighi, relatora do processo que envolve o coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, que comandou o Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), do 2.º Exército, em São Paulo, entre 1970 e 1974.
A ministra votou favoravelmente ao recurso especial apresentado pelo militar contra uma decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo, que reconheceu a responsabilidade dele, enquanto agente de Estado, por violências que teriam ocorrido no DOI-Codi no período em que comandava a instituição.
FOLHA DE S.PAULO
Marina acena ao mercado com lei para BC autônomo
Maria Alice Setubal, a Neca, coordenadora do programa de governo de Marina Silva, afirma que a candidata a presidente pelo PSB reafirmará os compromissos feitos anteriormente por Eduardo Campos a respeito de conceder autonomia formal, por lei, ao Banco Central. Em entrevista à Folha e ao UOL, Neca disse que, ao longo da campanha, mais economistas “estarão se aproximando” e terão mais o perfil de “operadores” do mercado, para compensar a característica mais acadêmica da maioria dos atuais conselheiros.
Essa é uma tentativa de Marina se qualificar mais como uma candidata confiável aos olhos do establishment financeiro e empresarial. O programa de governo da campanha presidencial do PSB deve ser lançado no próximo dia 29. A candidata também estuda fazer um discurso ou um documento mais sucinto a respeito de seus compromissos na área econômica.
Candidata e desafeto viajam no mesmo voo
O voo 3717 que saiu de Brasília no fim da tarde desta quinta-feira (21) com destino a São Paulo pegou de surpresa a cúpula do PSB. Dois dos principais dirigentes do partido compraram passagem de última hora para tentar se reunir com Marina Silva longe dos holofotes e resolver a crise que acometeu sua campanha à Presidência. Após a oficialização da candidatura, Carlos Siqueira, primeiro-secretário do PSB, deixou o comando da campanha, alegando que havia sido tratado com deselegância e grosseria pela candidata.
O presidente nacional do partido, Roberto Amaral, e Márcio França, presidente do PSB-SP, encontraram a ex-senadora na sala de embarque. “Foi coincidência, a gente queria achar Marina em São Paulo”, disse França. Alguns metros atrás da dupla, Siqueira caminhava vagarosamente. Ao avistar Marina, atravessou para o outro lado da sala: não queria cruzar com ela.
Dilma sai em defesa de presidente da Petrobras
Em visita de campanha a Pernambuco nesta quinta (21), Dilma Rousseff afirmou que a presidente da Petrobras, Graça Foster, “respondeu perfeitamente” sobre a doação de três imóveis que fez para os filhos após a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, começar a ser investigada pelo TCU.
A transferência das propriedades levantou dúvidas se Graça teria agido para evitar que os bens fossem bloqueados pela corte numa eventual condenação. O TCU, que investigará o repasse de seu patrimônio, estimou em US$ 792 milhões o prejuízo ao erário na compra da refinaria, em 2006. “Eu repudio completamente a tentativa de fazer com que a Graça se torne uma pessoa que não pode exercer a presidência da Petrobras”, disse Dilma em Floresta (PE).
Comitê petista já considera Marina como 2ª colocada
A cúpula da campanha de Dilma Rousseff avalia que a ex-senadora Marina Silva (PSB) já está consolidada na segunda colocação na disputa pelo Palácio do Planalto e que o tucano Aécio Neves, se quiser reverter o quadro atual, terá de bater na nova adversária da disputa. Em reunião na noite de quarta (20), com a presença de Dilma e do ex-presidente Lula no Palácio da Alvorada, os coordenadores da campanha analisaram pesquisas que mostrariam a petista com cerca de 40%, Marina acima de 20% e Aécio com 15%.
Segundo um dos participantes da reunião, estes levantamentos mostram ainda que, num cenário de 2º turno, Marina já aparece na frente de Dilma, fora da margem de erro. A cúpula petista está dividida, porém, sobre quem seria o melhor adversário num segundo turno.
Eleitora ganha prótese dentária antes de ver Dilma
Uma moradora do sertão da Bahia recebeu dentes novos um dia antes de gravar imagens com a presidente Dilma Rousseff, nesta quinta-feira (21), para a propaganda de sua campanha à reeleição. A trabalhadora rural Marinalva Gomes Filha, 46, da zona rural de Paulo Afonso e beneficiária do programa Água para Todos, disse à Folha que a prótese, com dois dentes da frente, fora dada por Dilma.
“Tudo que tenho aqui foi Dilma que me deu”, disse Marinalva, conhecida como dona Nalvinha. Ela afirmou que a prótese dentária também estava entre os benefícios. No fim da tarde, após a gravação com Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e depois de a Folha questionar a campanha do PT a respeito, ela mudou a versão. Disse que tinha sido chamada por um dentista que atende num centro odontológico da prefeitura. Segundo ela, o dentista afirmou que ela iria pôr os dentes “para receber a presidente Dilma”.
Lula diz que mídia é o pior partido de oposição
O programa do PT desta quinta-feira (21) exibiu discurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no qual ele criticou “certa imprensa” que “se transformou no pior partido de oposição”. Lula disse ainda que a presidente Dilma Rousseff “enfrentou a crise mundial” como se enfrenta “touro a unha” e pediu para o eleitor “não deixar o Brasil parar”. A propaganda do PT priorizou a exibição de grandes obras do governo federal como símbolos da eficiência dos governos Lula e Dilma.
Ex-senadora falará ao ‘JN’ na próxima 4ª
Marina confirmou presença na bancada do “Jornal Nacional”, da TV Globo, na próxima quarta (27). Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Pastor Everaldo (PSC) já tiveram entrevista de 15 minutos no telejornal, a exemplo de Eduardo Campos (PSB), morto no dia 13.
O GLOBO
Dilma sai em defesa de Graça
A presidente Dilma Rousseff fez ontem uma veemente defesa da presidente da Petrobras, Graça Foster, um dia após o site do GLOBO revelar que Graça e Nestor Cerveró, ex-diretor da estatal, doaram imóveis aos filhos durante a investigação da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Dilma disse que o repasse de bens aos parentes já foi explicado, referindo-se à nota oficial da Petrobras em que Graça diz que tomou a iniciativa de transferir os apartamentos em junho de 2013, antes do escândalo.
TCU vai investigar se houve ‘dissimulação de patrimônio’
O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, determinou ontem que os auditores responsáveis pelo processo sobre a refinaria de Pasadena solicitem aos cartórios do Rio os registros das doações de imóveis a parentes feitas pela presidente da Petrobras, Graça Foster, e pelo ex-diretor Nestor Cerveró. Nardes se reuniu ontem, no Rio, com o secretário de Controle Externo de Estatais do TCU, Osvaldo Perrout, e pediu que os dados oficiais sejam obtidos para que se verifique se houve “dissimulação” do patrimônio na iniciativa de Graça e Cerveró.
Anteontem, a votação do pedido de bloqueio de bens da presidente da Petrobras foi adiada em razão da revelação feita pelo GLOBO sobre a doação de imóveis. Os ministros decidiram, então, que uma diligência será realizada para comprovar a veracidade das informações.
Marina enfrenta resistências no PSB
Como forma de neutralizar resistências de vários setores à sua candidatura à Presidência pelo PSB, Marina Silva adotou um discurso mais ameno em relação a temas sensíveis, como agronegócio e energia, a partir do momento em que seu nome foi oficializado como substituta de Eduardo Campos. Mesmo sem um documento, Marina transformou seus posicionamentos numa espécie de declaração de pontos de vista e do que deve nortear o programa de governo.
PSB corre o risco de perder palanques em alguns estados
Além dos problemas na escalação da sua nova equipe de coordenação, Marina Silva também deve ter dificuldades para tocar a campanha nos estados. A presidenciável do PSB corre o risco de perder palanques e também de aparecer em santinhos ao lado de candidatos a governador que rejeita.
Em muitos locais, será necessário contornar antigas desavenças. No Mato Grosso do Sul, por exemplo, o apoio do candidato do PMDB, Nelson Trad Filho, é incerto. Ele afirmou ontem que, antes de tomar uma decisão, quer conversar pessoalmente com Marina. A Rede, partido não oficializado da ex-senadora, se recusou a apoiar o candidato.
Uso de jato acidentado violava lei eleitoral
O avião Cessna PR-AFA que caiu em Santos no último dia 13, matando o candidato à Presidência Eduardo Campos e mais seis pessoas, não poderia ter sido usado na campanha do PSB, segundo duas autoridades da Justiça Eleitoral ouvidas pelo GLOBO. Até hoje, o jato está registrado na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em nome da AF Andrade, um grupo de usineiros de Ribeirão Preto.
Pela resolução 23.406 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), uma empresa só pode doar produto ou serviço relacionado a suas atividades fins. Porém, não há registro de que a AF Andrade atue como empresa de táxi aéreo. Os gastos com o avião também não foram incluídos na primeira prestação de contas do PSB ao TSE.
Empresa que bancou gastos dá endereço de escola
A empresa Lopes e Galvão Ltda, que pagou à Líder Táxi Aéreo todas as despesas de apoio em solo do jato usado por Eduardo Campos no Aeroporto Santos Dumont, forneceu como sede o endereço de uma escola, em Campinas (SP). O serviço foi executado pouco antes da decolagem do jatinho Cessna prefixo PR-AFA, que caiu em Santos matando Campos e outras seis pessoas de sua campanha.
Ministra do TSE se diz impedida para julgar recurso de Arruda
A ministra Luciana Lóssio, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), se declarou impedida ontem para julgar o recurso em que José Roberto Arruda (PR) pede o registro de sua candidatura para governador do Distrito Federal. Ela não explicou a razão. Disse apenas tratar-se de “foro íntimo”.
Segundo reportagem do GLOBO, Luciana foi advogada de Arruda na Operação Caixa de Pandora, que revelou o chamado mensalão do DEM em Brasília. Ela também defendeu o político em processo no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) por infidelidade partidária.
PF intima Serra a falar sobre cartel de trens
O ex-governador de São Paulo e atual candidato ao Senado, José Serra (PSDB), foi intimado pela Polícia Federal para prestar depoimentos sobre seus contatos com empresas do cartel de trens que atuou entre 1998 e 2008 no estado. A informação foi revelada ontem pelo jornal “Folha de S. Paulo”.
A assessoria do tucano disse que “estranha a inclusão do nome dele no inquérito às vésperas da eleição”. O depoimento de Serra está marcado para 7 de outubro, dois dias depois das eleições do primeiro turno.
Comandante impõe silêncio ao Exército
O comandante do Exército, general Enzo Peri, proibiu os quartéis de colaborar com as investigações sobre as violências praticadas em suas dependências durante o regime militar. Em ofício datado de 25 de fevereiro, o general determinou que qualquer solicitação sobre o assunto seja respondida exclusivamente por seu gabinete, impondo silêncio às unidades. Por entender que a medida é ilegal, o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPF-RJ) vai pedir à Procuradoria Geral da República que ingresse com representação contra o comandante.
CORREIO BRAZILIENSE
PSB confirma Luiza Erundina como a coordenadora-geral da campanha de Marina
O PSB segue o processo de mudanças nos bastidores da chapa presidencial após a confirmação de Marina Silva como a candidata do partido ao Planalto. Em nota divulgada às 22h44 desta quinta-feira (21), a cúpula da legenda confirmou que a deputada federal e ex-prefeita de São Paulo Luiza Erundina será a coordenadora-geral da campanha de Marina.
Erundina, que deixou o PT em 1998 e se filiou ao PSB naquele ano, substituirá Carlos Siqueira, que deixou o cargo após divergências com Marina Silva. De acordo com integrantes da legenda, Erundina atuará em parceria com Walter Feldmann (SP), homem de confiança da nova presidenciável do partido e que articulou a criação da Rede Sustentabilidade. A tendência é que Feldmann atue como o coordenador-geral adjunto da campanha.
Carlos Siqueira, o coordenador da campanha de Eduardo Campos (PSB) à Presidência, deixou, na manhã desta quinta-feira (21/8), o posto na composição da nova chapa, encabeçada por Marina Silva. Militante antigo do partido, Siqueira rompeu com a campanha presidencial alegando desentendimentos com Marina.
Candidata Marina Silva causa desconforto e provoca debandada no PSB
A crise na campanha presidencial de Marina Silva cresce na mesma proporção das justificativas dadas por dirigentes do PSB e da Rede de que tudo está dentro da normalidade. O coordenador-geral da campanha, Carlos Siqueira, personagem central na história do PSB, entregou ontem o cargo, disse para Marina “mandar na Rede dela” e acrescentou que ela está muito longe de representar o legado de Eduardo Campos. “Eu sei o que ele sofreu para manter essa coalizão.” A debandada não para por aí: Milton Coelho, do comitê de mobilização, deixou a campanha. Responsável pela arrecadação, Henrique Costa pensa em retornar a suas atividades profissionais. E o marqueteiro Diego Brandy só permaneceu após receber o aval de pessoas próximas a Campos.
O sentimento de Siqueira permeia parte dos integrantes do PSB, embora a cúpula do partido tente reverter a crise. O ex-coordenador-geral da campanha é um nome histórico dos socialistas, foi secretário de governo de Miguel Arraes, conhecia Eduardo desde pequeno. Depositou nele as esperanças de ver o PSB chegar ao Planalto, senão agora, que fosse em 2018. Marina, nesse contexto, não representa a história que ele imaginava ser escrita.
Dilma e Aécio intensificam a agenda no Nordeste de olho nos votos de Campos
Oito dias após o acidente aéreo que matou Eduardo Campos (PSB), os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, e Aécio Neves (PSDB) deram a largada em uma corrida particular: a busca pelos votos que o socialista tinha na região. Na última pesquisa Datafolha com Eduardo no páreo, feita entre 15 e 16 de julho, ele aparecia com 12% da preferência dos nordestinos. O percentual corresponde a cerca de 4,5 milhões de votos na região, levando-se em conta dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que indicam a presença de 38,2 milhões de eleitores nos nove estados do Nordeste. Não à toa, a petista esteve em Pernambuco e na Bahia ontem, acompanhada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (ver reportagem abaixo). Aécio, por sua vez, passou a quinta-feira no Rio Grande do Norte e na Paraíba.
O líder do PSDB na Câmara e candidato à reeleição, Antônio Imbassahy (BA), colaborador da campanha de Aécio, lembra que o “périplo nordestino” do tucano já estava programado, mas foi adiado após a morte de Eduardo. “Havia o planejamento para essas visitas, que foram postergadas em decorrência da tragédia, e que agora estão sendo retomadas. Não há nenhum motivo novo, adicional”, comentou.