FOLHA DE S.PAULO
A 35 dias da Copa, país tem série de protestos em capitais
A 35 dias da Copa do Mundo, o país voltou a ter uma série de manifestações, relacionadas direta ou indiretamente com o Mundial. Foram registradas mobilizações em 12 regiões metropolitanas.
Em São Paulo, sem-teto que criticam os gastos com o evento invadiram sedes de três empreiteiras que participam da construção de estádios. Pouco depois, líderes do grupo foram recebidos pela presidente Dilma. A oposição criticou o encontro e atribuiu os protestos a um sentimento de rejeição ao governo.
No Rio, motoristas e cobradores em greve por aumento de salário danificaram 467 ônibus, segundo as empresas. Apenas 30% da frota circulou, prejudicando o deslocamento de milhares de trabalhadores.
Em SP, sem-teto invadem sedes de empreiteiras
Manifestantes picharam paredes e colaram cartazes contra gastos públicos do Mundial
As sedes paulistanas das empreiteiras Odebrecht, OAS e Andrade Gutierrez foram invadidas ontem, ao mesmo tempo, por grupos de sem-teto carregando bandeiras e gritando palavras de ordem.
Eles ocuparam as entradas dos prédios, picharam paredes e colaram cartazes para condenar o uso de recursos públicos em obras da Copa feitas pelas três empresas. Para realizar os atos simultâneos, o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-teto) organizou três marchas em pontos distintos, que fecharam o trânsito no trajeto.
Leia também
Contratos de construtoras somam R$ 6,3 bi
Alvos de protestos ontem na capital paulista, Odebrecht, OAS e Andrade Gutierrez são responsáveis pelas obras de oito dos 12 estádios da Copa do Mundo. A soma desses contratos é de R$ 6,3 bilhões.
As empresas evitaram comentar o assunto, emitindo apenas notas curtas sobre as manifestações.
Em Florianópolis, passageiros fazem ‘protesto contra protesto’
Uma paralisação de motoristas e cobradores ontem em Florianópolis levou um grupo de passageiros a protestar contra a greve. A categoria interrompeu os trabalhos às 7h30 e deixou 300 mil pessoas sem ônibus.
Contrários a paralisação, um grupo de cerca de cem passageiros tentou fechar a ponte Colombo Salles, única saída de Florianópolis. A PM interveio, e impediu o fechamento.
Não houve confronto, mas duas manifestantes foram atropeladas por um motorista que tentou furar o bloqueio. Uma delas teve ferimentos leves. Com a intervenção policial, os manifestantes foram ao terminal central e gritaram contra os trabalhadores do transporte coletivo.
Após invasões, Dilma recebe líder sem-teto
Segundo militantes, presidente cogitou destinar área invadida próxima ao Itaquerão a habitações populares. Grupo também foi recebido por secretários de Alckmin, que quer evitar confronto em eventual reintegração.
A presidente Dilma Rousseff (PT) recebeu ontem em São Paulo líderes sem-teto e, segundo os militantes, admitiu estudar a possibilidade de destinar uma área próxima ao estádio do Itaquerão, invadida no último sábado, para habitação popular. O encontro ocorreu pouco depois da série de protestos promovidos pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) com o apoio do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Atos mostram insatisfação com PT, diz Aécio
Líderes da oposição atribuíram ontem a série de protestos em grandes cidades do país à insatisfação da população com o governo federal.
Pré-candidato do PSDB à Presidência, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse que os protestos são reflexos da gestão do PT. “Há um sentimento generalizado de insatisfação na sociedade. Corremos o risco de ter nas eleições uma presidente que não pode se apresentar em público”, disse à Folha.
Análise: Com pré-campanha em ebulição, manifestantes têm a atenção de políticos
Movimentos sociais, sindicatos, associações de moradores e outros diferentes tipos de manifestantes aproveitam um momento único de visibilidade no país.
As pré-campanhas eleitorais estão pegando fogo e uma Copa do Mundo se aproxima com legado discutível e obras ainda em andamento.
Hoje, diante desse cenário, qualquer tipo de reivindicação ou ameaça de greve ganhará não apenas os holofotes da mídia –inclusive a estrangeira–, mas principalmente a atenção redobrada e assustada dos governantes.
Justiça manda quebrar sigilo da Petrobras e de ex-diretor
Suíça bloqueia contas de ex-diretor da CPTM
O ex-diretor de engenharia da CPTM Ademir Venâncio e a mulher dele tiveram cinco contas bancárias bloqueadas na Suíça em razão da origem suspeita dos recursos. A informação foi transmitida pelo Coaf (órgão de fiscalização do Ministério da Fazenda) ao Ministério Público.
Em depoimento sigiloso à Promotoria, o ex-diretor de sistemas de transportes da multinacional alemã Siemens Jan Orthmann afirmou que a empresa de Venâncio, a Focco, esteve envolvida no esquema de formação de cartel e pagamento de propinas em concorrências públicas de trens entre 1998 e 2008 em São Paulo, em sucessivos governos do PSDB.
Além de serem investigados por promotores e procuradores da República, Venâncio e o ex-sócio dele, João Roberto Zaniboni, já foram indiciados no ano passado pela Polícia Federal sob a acusação de participação em atos de corrupção nas licitações da CPTM e do Metrô.
Dilma rebate críticas sobre suposta falta de diálogo
Presidente afirmou que é muito difícil governar sem reforma política. Em evento fechado a empresários do varejo, petista disse não ter medo de ser criticada “por A, B, C ou D”.
Em palestra a empresários do varejo, a presidente Dilma Rousseff rebateu ontem críticas de que não é afeita ao diálogo nas negociações com o Congresso Nacional.
“Falam muito que não gosto de negociar, falam que não gosto de conversar. Mas não é essa a questão. É que tem um certo tipo de padrão de política que você não pode aceitar. Se você aceitar, não vale a pena”, disse ela, em São Paulo.
Leia no Congresso em Foco: Má articulação de Dilma piorou economia, diz petista
Aécio sobe, e chance de Dilma ser reeleita no 1º turno diminui
Diminuiu a chance de a presidente Dilma Rousseff vencer no primeiro turno a eleição de 5 de outubro. Uma das principais razões foi o crescimento das intenções de voto do pré-candidato do PSDB, o senador Aécio Neves (MG).
Segundo o Datafolha, no cenário mais provável a petista teria hoje 37% das intenções de voto e os outros candidatos estariam com 38%, somados. É uma situação de empate técnico, pois a margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
O levantamento do Datafolha foi feito ontem e anteontem com 2.844 entrevistas, em 174 municípios do país.
Apesar de ter variado na margem de erro, a curva de Dilma não é estável. Ela tem recuado gradualmente nos levantamentos do Datafolha –enquanto seus dois principais rivais estão em ascensão.
No cenário hoje mais provável para a disputa de outubro, liderado por Dilma com 37%, o segundo colocado é Aécio, com 20%. Ele tinha 16% no início de abril. O tucano ganhou quatro pontos e apresentou a maior variação entre todos os candidatos.
O terceiro colocado é Eduardo Campos (PSB), que registrou 11% agora e também apresenta curva ascendente, sempre dentro da margem de erro –tinha 10% em abril e 9% em fevereiro. O pessebista é conhecido muito bem ou um pouco por 25% dos eleitores. Essa taxa é de 86% para Dilma e de 42% para Aécio.
VALOR ECONÔMICO
Tributação sobre lucros no exterior vira caso eleitoral
A ameaça de vetos à MP 627, que criou o novo sistema de tributação para as multinacionais brasileiras, transformou-se em um pesadelo para o governo, com consequências que podem chegar à base de apoio no Congresso e desagradar grandes doadores de campanhas eleitorais.
A ameaça de vetos de alguns itens da Medida Provisória 627, que criou o novo sistema de tributação para as multinacionais brasileiras, transformou-se em um pesadelo para o governo, com consequências que podem chegar à base de apoio no Congresso e desagradar grandes doadores de campanhas eleitorais. Até terça-feira, a presidente Dilma Rousseff tem que decidir-se pela sanção ou veto a artigos que foram incluídos por deputados e senadores, como o perdão de multas a operadoras de planos de saúde e tributação diferenciada a empreiteiras, além da controversa reabertura do Refis.
A avaliação política é que o governo corre o risco de que os vetos venham a ser apreciados às vésperas da eleição, pois o Congresso terá poucas sessões em função do calendário eleitoral. Num cenário de maior risco, Dilma pode sofrer uma importante derrota semanas antes da eleição. Por isso a discussão detalhada do que será realmente vetado na MP 627 e das brigas que o governo irá comprar.
Às vésperas do Mundial, protestos se multiplicam
A pouco mais de um mês do início da Copa, o país assiste a uma série de paralisações de trabalhadores e protestos em várias capitais e grandes cidades.
A pouco mais de um mês do início da Copa, o país assiste a uma série de paralisações de trabalhadores e protestos em várias capitais e grandes cidades. Rodoviários cruzaram os braços no Rio, Florianópolis, Campinas (SP) e no Grande ABC, em São Paulo. Servidores públicos em greve em Salvador e garis de Fortaleza promoveram novas manifestações. Os policiais federais ameaçam cruzar os braços, inclusive durante a Copa.
Sem representação sindical, motoristas e cobradores de ônibus no Rio fizeram piquetes e cruzaram os braços por 24 horas por reajuste salarial superior aos 10% negociados em março. A quinta-feira foi violenta: 467 ônibus foram depredados e apenas 24% da frota circulou normalmente.
A presidente Dilma Rousseff encurtou visita ao Itaquerão, estádio de abertura dos jogos, para atender manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) que bloquearam vias importantes de São Paulo, invadiram o prédio da empreiteira Odebrecht, picharam o da OAS e protestaram em frente ao da Andrade Gutierrez. “São pautas nacionais que a gente já vinha apresentando. E ela demonstrou disposição de rever isso para o Minha, Casa Minha Vida 3”, disse Guilherme Boulos, líder do MTST.
Por Marina, ruralistas resistem a Campos
Em encontro com pecuaristas num bolsão de eleitores do senador Aécio Neves (PSDB-MG), Eduardo Campos, pré-candidato à presidência pelo PSB, tentou, sem sucesso, quebrar a resistência do setor em relação à sua companheira de chapa, Marina Silva. Ela é alvo de críticas de muitos empresários, que a veem como um obstáculo ao agronegócio. Durante a visita, Campos também endossou uma declaração de Marina, que previu derrota de Aécio caso ele vá para o segundo turno.
Campos saiu do encontro em Uberaba, no oeste de Minas Gerais, ouvindo os fazendeiros elogiarem o senador. Aécio – em segundo lugar nas pesquisas – é o preferido do setor, segundo empresários que estiveram com Campos e receberam o tucano e a presidente Dilma Rousseff (PT) na cidade na semana passada.
Raia Drogasil vai chegar a mil lojas
Maior rede de farmácias do país, a Raia Drogasil vai abrir suas primeiras unidades em Pernambuco, Alagoas e Sergipe. A companhia deve alcançar mil lojas, número que somente o Grupo Pão de Açúcar detém no varejo brasileiro, consideradas apenas as lojas próprias
Comunicação pode falhar nos estádios
Apesar de o governo tentar tranquilizar a população, nem tudo está resolvido em relação à infraestrutura de comunicações para a transmissão dos jogos da Copa em alguns dos 12 estádios
Ex-ministro alemão sugere que Brasil esqueça a energia nuclear
O Brasil deveria dar prioridade à energia renovável, aproveitando seu enorme potencial eólico e solar, e incluir as hidrelétricas no pacote. Essa é a opinião de Jürgen Trittin, ex-ministro do meio ambiente da Alemanha e nome mais famoso do Partido Verde alemão
Em 4 meses, apenas uma oferta de ações
Não fosse o aumento de capital da Oi, no fim de abril, os primeiros quatro meses do ano teriam passado sem nenhuma oferta de ações no Brasil. A ausência de operações nesse período marcaria uma situação inédita desde a retomada das captações em bolsa, em 2002
Com fusão, ALL planeja investir até R$ 8 bilhões
O futuro da ALL foi decidido numa típica assembleia de acionistas, que durou apenas sete minutos e aprovou a incorporação pela Rumo. Já há um plano de expansão sendo desenhado, com previsão de investimento de R$ 5 bilhões até aproximadamente 2023, que pode alcançar R$ 8 bilhões
Fracassa a fusão entre Publicis e Omnicom
A fusão entre Publicis e Omnicom, um negócio avaliado em US$ 35 bilhões, desmoronou, segundo fontes a par do assunto, depois que a operação – que criaria a maior empresa de propaganda do mundo – se viu envolvida em disputas administrativas, problemas regulatórios e tributários
O GLOBO
Justiça quebra sigilos da Petrobras e de ex-diretor
A Justiça Federal determinou a quebra do sigilo bancário das transações financeiras feitas entre a Petrobras, Camargo Corrêa e Sanko Sider a partir de contratos de construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. A 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba também autorizou uma devassa das contas bancárias do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, da mulher e de duas filhas do casal. As quebras de sigilo foram pedidas pela força-tarefa do Ministério Público Federal criada para reforçar as investigações da Operação Lava-Jato.
Grupo depreda 467 ônibus no Rio
Governo e oposição boicotam CPIs da Petrobras
A queda de braço entre PT e oposição sobre a CPI da Petrobras pode levar o início das investigações para as vésperas da Copa do Mundo. Os petistas se recusam a apresentar seus integrantes para a CPI Mista, composta por senadores e deputados, de forma que prevaleça a comissão no Senado, onde o governo tem maioria confiável. Senadores da oposição, por sua vez, não indicam nomes à CPI exclusiva do Senado para forçar a instalação da comissão mista, onde avaliam ter mais chances de superar a blindagem do Planalto.
O comando do PSDB já prepara uma contraofensiva à CPI Mista do Metrô de São Paulo, criada ontem na sessão do Congresso. O presidenciável Aécio Neves (MG) e o líder do partido no Senado, Aloysio Nunes (SP), levantaram casos que indicariam possibilidade de cartel em obras do governo federal com a Alstom.
Datafolha: Aécio sobe quatro pontos e diminui chance de Dilma ser reeleita no 1º turno
O Instituto Datafolha divulgou nesta sexta-feira pesquisa de intenção de voto para presidente da República. A pesquisa indica que diminuiu a chance da presidente Dilma Rousseff (PT) vencer a eleição no primeiro turno, já que houve um crescimento da intenções de voto do pré-candidato do PSDB, Aécio Neves. A petista lidera com 37% das intenções de voto, contra 38% dos demais candidatos somados. Como a margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, está caracterizado um empate técnico.
Aécio Neves apresentou a maior variação entre todos os candidatos. O tucano tem 20% das intenções de votos, um crescimento de quatro pontos em relação ao início de abril. Eduardo Campos (PSB) aparece tem terceiro lugar com 11% e também apresenta crescimento. Em abril tinha 10% e em fevereiro 9%.
Para especialista, atos de violência vêm da descrença nas instituições
Segundo pesquisa, 70,5% das pessoas não acreditam nas leis e 76,3%, no Congresso. Falta de confiança aumentou desde 2006
A descrença nas instituições pode estar por trás das manifestações de violência e de crimes bárbaros que têm ocorrido no país. Dados preliminares de sondagem do Núcleo de Pesquisa em Políticas Públicas da Universidade de São Paulo (NUPPs), feito em março deste ano com duas mil pessoas em todo o país, mostram que 70,5% das pessoas não confiam nas leis; 76,3%, no Congresso; e 73,7%, nos empresários. A instituição mais confiável no Brasil, de acordo com os brasileiros, são os Bombeiros (78%).
Segundo o cientista político José Veríssimo Romão Netto, do NUPPs, a série da pesquisa de confiança nas instituições públicas, realizada desde 1989, revela um aumento na falta de confiança dos brasileiros de 2006 para cá. Romão Netto vê nas manifestações e atos de violência atitudes que revelam ojeriza por tudo o que é político, como partido, representação e poder. Para ele, a maioria da população segue sentindo-se excluída das decisões no país:
— As leis só protegem quem é parte da patota, é o pensamento. “Se não participo, o que faz essa gente não me diz respeito”. “Se eu não cuidar do que é meu, ninguém cuida”. “Se alguém roubou, faço justiça com as próprias mãos”. A ponto de achar uma bruxa e colocar na fogueira, como na Idade Média.
Barbosa veta trabalho fora da prisão
Jair Rodrigues (1939-2014): Rei da Alegria
CORREIO BRAZILIENSE
Cocaína, R$ 4 milhões na conta e casa no ParkWay
Apontado pela polícia como o maior traficante do DF e de Goiás, Marcelo Oliveira tem patrimônio estimado em R$ 80 milhões e levava vida de luxo e ostentação em Brasília. Oito integrantes do bando também foram presos, com armas, dinheiro e 400kg de produto usado para fabricar droga.
A Copa do barulho já começou
Manifestantes saíram às ruas em pelo menos oito cidades no país. Em São Paulo, onde Dilma visitou o estádio em que o Brasil estreia contra a Croácia daqui a 34 dias, cinco protestos criticando os gastos da Copa e cobrando moradias populares interditaram vias importantes da capital. O escritório da OAS e o de outras duas construtoras foram invadidos por sem-teto. No Rio, rodoviários infernizaram a cidade: 467 ônibus acabaram depredados. Em Brasília, servidores ameaçam parar a Esplanada.
O silêncio de Dilma no Itaquerão
Depois de receber manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que promoveram manifestações em São Paulo contra os gastos com a Copa do Mundo e por moradias populares, a presidente Dilma Rousseff fez, na tarde de ontem, uma breve visita de reconhecimento ao estádio que receberá a abertura do torneio, a Arena Corinthians, em 12 de junho. Foi a primeira vez que Dilma esteve no Itaquerão, e o que ela encontrou foi um palco ainda em obras, longe de estar 100% concluído: as cadeiras provisórias ainda estão sendo instaladas, o telão não foi finalizado e toda a parte de acabamentos, camarotes, lanchonetes e transmissão de dados ainda precisa de ajustes. Do lado de fora, as obras viárias também continuam em andamento. Ela chegou à região de Itaquera de helicóptero, evitando o intenso trânsito local, e ficou menos de uma hora no estádio. Ao deixar o gramado, a presidente limitou-se a dizer que o “estádio está uma maravilha”, mas deixou o estádio sem conceder entrevistas.
Governo minimiza atos
Apesar de os protestos de ontem causarem transtornos nas duas maiores cidades do país, sedes de jogos da Copa do Mundo, o governo não vê relação entre as ações e a proximidade do Mundial e tenta minimizar a preocupação da comunidade internacional. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ressaltou que os atos não estão sintonizados. “São situações muito diferentes. No Rio de Janeiro, tivemos um problema localizado específico, que diz respeito às empresas de ônibus com empregados. Uma situação muito ruim”, destacou o ministro. Em São Paulo, os atos por moradia só foram encerrados após a Secretaria-Geral da Presidência intermediar uma reunião com a presidente Dilma Rousseff.
O discurso oficial contrasta com o temor do próprio Planalto quanto ao recrudescimento das manifestações. Em junho do ano passado, quando os brasileiros ocuparam as ruas para reivindicar, entre outras demandas, melhorias nos serviços públicos, a popularidade de Dilma foi abalada. Imagens de vandalismo e de confrontos com a polícia se espalharam pela imprensa mundial. Além da preocupação com a Copa, o fator eleitoral pesa bastante nas ações do Planalto.
DF, onde quase todos sabem ler e escrever
Meta estabelecida pela ONU é cumprida pelo Distrito Federal, que recebe hoje o selo de Território Livre de Analfabetismo. Mais de 96% da população acima de 15 anos sabe ler e escrever. “É uma vitória da sociedade”, diz o governador Agnelo Queiroz.
Petrobras: Justiça quebra sigilo bancário da estatal
Reguffe sai candidato ao Senado
Ao optar por não ser vice em chapa ao Buriti encabeçada por Rodrigo Rollemberg (PSB), o deputado federal Antônio Reguffe (PDT) se torna alvo de pedetistas e petistas que ainda tentam garantir o apoio dele a Agnelo.
O PDT lançou, ontem, o deputado federal José Antônio Reguffe como candidato ao Senado. Apesar de o parlamentar ter anunciado apoio à campanha de Rodrigo Rollemberg (PSB) ao governo, a formação completa da chapa ainda pode sofrer reviravoltas. Continua forte a pressão de setores do PDT em defesa do apoio à candidatura de Agnelo Queiroz (PT). Em reunião com dirigentes pedetistas, na manhã de ontem, realizada na sede do partido, Reguffe anunciou a disposição em concorrer ao Senado e reafirmou apoio ao senador do PSB. Apesar de oficialmente os pedetistas apoiarem os planos do deputado federal, nos bastidores ainda é grande o lobby para boicotar a aliança com o PSB e fechar acordo com o PT.
Uma terceira estratégia eleitoral foi cogitada ainda durante o encontro de ontem. Dirigentes do PDT sugeriram a possibilidade de o governador Agnelo Queiroz não lançar candidato ao Senado e, em contrapartida, Reguffe se tornaria o escolhido a senador, sem um cabeça de chapa. Seria uma forma de enfraquecer a candidatura de Rollemberg, mas o deputado pedetista rejeitou a hipótese. Na tumultuada reunião, também se considerou a retomada da tese de candidatura própria. Dirigentes sugeriram o nome do recém-filiado Joe Valle, ex-PSB. Mais uma vez, a proposta não foi para frente.
Participaram do encontro os integrantes do diretório regional do PDT e o presidente nacional do partido, Carlos Lupi, além de parlamentares do partido. O presidente do PDT-DF, Georges Michel, afirmou que Reguffe terá liberdade para ser candidato ao Senado na chapa de Rollemberg. “Como combinado, ele comunicou seu desejo à executiva, que foi o de concorrer a senador ao lado de Rodrigo Rollemberg. O Reguffe obteve o apoio do partido por unanimidade, não houve divergências”, afirma Michel. “O Lupi também reafirmou que apoiaria a decisão do Reguffe e disse que o desejo dele era o desejo do partido”, acrescentou. O presidente regional disse, entretanto, que o PDT não participará diretamente da montagem da chapa e que essa missão ficará sob a responsabilidade do deputado federal e do senador pedetista Cristovam Buarque.
Agilidade no caso Argôlo
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), disse ter pedido ao corregedor Átila Lins (PSD-AM) que “agilizasse” os prazos relativos à investigação contra o deputado Luiz Argôlo (SDD-BA). Interceptações da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, ligam o parlamentar ao doleiro Alberto Youssef, preso pela PF. “Eu já falei com o corregedor, pedi a ele que agilizasse os prazos. O deputado terá os cinco dias regimentais para apresentar a defesa e imediatamente virá o parecer da corregedoria. Eu o levarei à Mesa em 24 horas. Esse caso não pode perdurar do jeito que está”, disse Alves.
A Corregedoria informou que Argôlo foi citado na manhã de quarta-feira, momento a partir do qual começou a correr o prazo de cinco dias para que ele apresente a defesa por escrito ao órgão. A partir daí, a Corregedoria tem até 45 para fazer a coleta de provas e de indícios sobre o caso. A expectativa, entretanto, é de que a decisão saia antes.