FOLHA DE S.PAULO
Tribunal de paraíso fiscal julga processo contra Maluf
A Justiça da Ilha de Jersey, paraíso fiscal britânico, começou a julgar a ação da Prefeitura de São Paulo que tenta recuperar US$ 22 milhões que o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) teria desviado quando comandou a cidade pela última vez (1993-96). A causa é um desdobramento das investigações do Ministério Público paulista sobre corrupção em obras como a construção da avenida Roberto Marinho e o Túnel Ayrton Senna, ambos na zona sul da cidade.
No Brasil, as investigações resultaram em duas ações criminais no Supremo Tribunal Federal e duas ações civis na Justiça de São Paulo contra Maluf, ainda sem desfecho. O processo na Ilha de Jersey tem como rés duas empresas sediadas no exterior, a Durant International Corporation e a Kildare Finance Limited, que são controladas por filhos de Maluf, segundo as apurações da Promotoria.
A assessoria de Maluf nega as acusações e diz que o deputado e familiares nunca tiveram contas no exterior. A assessoria não quis tratar de detalhes do caso, que é acompanhado de perto por advogados do ex-prefeito. O Ministério Público diz ter reunido documentos bancários e societários das companhias, alguns assinados por parentes do deputado, que comprovariam a acusação. De acordo com Promotoria, o dinheiro desviado por Maluf na prefeitura foi enviado para contas nos Estados Unidos por meio de doleiros.
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Procuradoria quer repatriar dinheiro de ex-juiz
O Ministério Público Federal requereu ao Ministério da Justiça providências para obter o repatriamento de cerca de US$ 13 milhões depositados na Suíça pelo ex-juiz federal João Carlos da Rocha Mattos. Os recursos estão bloqueados naquele país.
O bloqueio foi feito com base em notícias sobre a Operação Anaconda, em 2003, quando Rocha Mattos foi acusado de ser o mentor de uma organização criminosa que negociava decisões judiciais. A recuperação de dinheiro de origem ilícita depositado no exterior compete ao Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional, do Ministério da Justiça.
No pedido ao titular do órgão, Ricardo Saadi, a Procuradoria alega que a Anaconda apurou vários crimes praticados por Rocha Mattos em detrimento da administração pública. A repatriação depende de condenação transitada em julgado – quando não cabe recurso – por crime reconhecido pela Suíça como delito que envolva dinheiro público.
Doações ligam governador de Tocantins a Cachoeira
Quase metade do dinheiro recebido pelo comitê do PSDB de Tocantins na eleição de 2010 veio de empresários que, segundo a Polícia Federal, atuavam em parceria com Carlinhos Cachoeira. O tucano Siqueira Campos venceu as eleições e é o atual governador. Foi dos cofres do comitê do partido que saíram 98% dos recursos de sua campanha.
De R$ 10,5 milhões de receita declarada à Justiça Eleitoral, R$ 4,3 milhões (41%) foram doados por citados na investigação da Polícia Federal na Operação Monte Carlo. Os dados indicam que a influência de Cachoeira no Tocantins não se limitava ao petista Raul Filho, prefeito de Palmas, flagrado negociando o apoio do empresário.
Nas interceptações telefônicas feitas pela PF, Cachoeira diz a um auxiliar ter um encontro marcado com o governador. Siqueira Campos diz que só houve um encontro “fortuito”, sem dar detalhes. O maior doador de todo o PSDB tocantinense foi o empresário Rossine Aires Guimarães, com R$ 3 milhões. Sua convocação pela CPI do Cachoeira já foi aprovada.
Governador diz que comitê não investiga doações
O governador Siqueira Campos disse que as doações foram feitas ao comitê financeiro da coligação e não serviram só para sua campanha. Segundo ele, o comitê não tem como investigar a vida dos doadores e que as supostas ligações dos mesmos com Cachoeira só foram conhecidas após a operação da PF.
A Delta diz que foi incluída de forma indevida na ação. A assessoria de Marcelo Limírio diz que o empresário estava em viagem, mas informou que a doação foi legal. A JM Terraplanagem negou ter relações com Cachoeira e disse que a doação foi legal.
Prefeito de Palmas tem contas contestadas
Apontado na prestação de contas do PT de Palmas como doador de um showmício nas eleições de 2004, o sócio de uma empresa no Tocantins negou ter colaborado com a campanha do prefeito petista da cidade, Raul Filho. Na prestação enviada pelo PT à Justiça Eleitoral, em 2004, a RJ Comunicações aparecia doando um show de R$ 30 mil de Amado Batista.
Nesta semana, Filho disse que o show havia sido pago por Carlinhos Cachoeira. O Tribunal de Contas e o Ministério Público do TO investigam contratos da Prefeitura de Palmas com a empreiteira Delta, responsável pela limpeza urbana na cidade. Cachoeira é apontado pela PF como sócio oculto da Delta.
A declaração do prefeito sobre o show foi feita após a divulgação de vídeo gravado na época da campanha em que aparece com Cachoeira. Ambos tratam na ocasião de um “grande show” para ajudá-lo e discutem o que seriam possibilidades de contratos na prefeitura em troca de apoio na campanha.
Ex-cunhado de Cachoeira é preso por ameaça
A Polícia Federal prendeu ontem o ex-cunhado de Carlinhos Cachoeira, Adriano Aprígio, sob suspeita de ameaçar a procuradora da República Léa Batista, uma das responsáveis pela Operação Monte Carlo. Aprígio é um dos réus na ação penal decorrente da operação, apontado como “laranja” de Cachoeira. A ameaça à procuradora teria sido feita por e-mail. Segundo a defesa de Aprígio, não houve intimidação e a prisão é “desproporcional”.
Demóstenes diz que seu patrimônio é ‘pequeno’
Em novo discurso para se defender da suspeita de ter atuado em favor de Carlinhos Cachoeira, o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) disse ontem ter um patrimônio “pequeno”. Sua cassação será decidida na quarta pelo plenário em votação secreta.
Demóstenes critica falta de perícia em áudios da PF
“Não tenho chácara, fazenda, gado, ações de empresas”, disse. “Sou promotor, procurador de Justiça por quase três décadas. São funções com bons salários, e ainda assim meu patrimônio é pequeno.” À Justiça Eleitoral ele declarou R$ 375 mil em bens em 2010.
Serra critica ‘fogo amigo’ no PSDB, e Haddad abre campanha sem Marta
No primeiro dia oficial da corrida à Prefeitura de São Paulo, os candidatos José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT) tentaram contornar as divergências em suas campanhas e pediram que os aliados se unam para ajudá-los. O tucano reclamou do “fogo amigo” entre os grupos ligados ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) e ao prefeito Gilberto Kassab (PSD). O conflito se acirrou com a escolha do vice Alexandre Schneider, da sigla de Kassab.
Haddad fez caminhada no centro sem seu principal cabo eleitoral: o ex-presidente Lula, que se poupou por recomendação médica. Ele elogiou as ex-prefeitas Luiza Erundina (PSB) e Marta Suplicy (PT), que também faltaram, e desconversou sobre o novo boicote da petista. “Respeito muito a postura da Marta e tenho muito orgulho de ter participado da sua administração”, disse.
Dilma é alvo de protesto no Rio, e segurança abafa manifestantes
A presidente Dilma Rousseff foi alvo, pelo segundo dia consecutivo, de protestos de estudantes e professores de universidades federais, em greve há mais de um mês. Seguranças da Presidência empurraram manifestantes e rasgaram um cartaz.
No primeiro dia de campanha eleitoral, Dilma acompanhou o prefeito Eduardo Paes (PMDB), candidato à reeleição, em dois eventos. No primeiro deles, a entrega de 460 unidades do Minha Casa, Minha Vida, na zona norte, cerca de 20 estudantes protestaram durante o discurso da presidente. Pediam a aprovação de projeto que destina 10% do PIB para a educação.
Por duas vezes, Dilma teve que parar. Na segunda, disse ao prefeito: “Meu querido, não vou brigar com eles”. Nesse momento, Paes -que não falou durante o evento- levantou-se e batendo palmas, puxou o coro “olê, olá, Dilma” para abafar os manifestantes.
Ministro que articulou aliança PT, PSB e PSDB diz estar arrependido
Articulador da aliança PT- PSB-PSDB em Belo Horizonte, o ministro Fernando Pimentel (PT) disse se arrepender do acordo e que os responsáveis pelo fim da união poderão “colher o fruto do que praticaram”. Antecessor de Márcio Lacerda (PSB) na Prefeitura de Belo Horizonte, Pimentel acusou o prefeito de romper primeiro a aliança com o PT.
“Na medida em que o prefeito não cumpriu o documento, não cumprindo também a sua palavra, a ruptura era inevitável”, afirmou anteontem o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O PT rompeu a aliança e lançou o ex-ministro Patrus Ananias como candidato após Lacerda negar ao partido coligação na chapa de vereadores.
Malufista contrata ‘modelos’ para animar caminhada do PT
Candidato a vereador pelo PP, o empresário Marcello Frisoni, 42, contratou um grupo de 25 meninas para animar o início da campanha do petista Fernando Haddad. Elas receberam R$ 100 cada para sorrir do alto de um carro de som, com shortinhos e blusas amarradas sobre o umbigo.
Segundo o agente Paulo Araújo, três vão posar na revista “Sexy”. Frisoni, marido da apresentadora Ana Maria Braga, disse que entrou na política “pelas mãos do doutor Paulo [Maluf]”. Seu mote: “fazer a cidade mais feliz”.
Deputado federal renuncia ao mandato depois de deixar PT
O deputado federal Maurício Rands (PE) formalizou ontem a renúncia ao seu mandato. A decisão ocorre poucos dias após ele deixar o PT, em represália à interferência da direção nacional do partido na definição do candidato petista em Recife.
A interlocutores ele afirmou que preferiu renunciar ao mandato a enfrentar um processo de cassação por infidelidade partidária. De acordo com a legislação, nessas condições, o mandato pertence ao partido, e não ao político.
A formalização da renúncia foi feita em texto lido no plenário da Câmara dos Deputados. Antes, ao deixar o PT, Rands divulgara uma carta na qual criticava seu antigo partido.
Governo costura plano para baixar conta de luz
O governo federal deve enviar ao Congresso duas novas medidas para reduzir o custo da energia elétrica no país. Uma delas terá efeito no curto prazo: retirar encargos da tarifa. A outra, de médio prazo, visa exigir preço mais baixo na renovação das concessões das distribuidoras, transmissoras e geradoras, que vencem até 2015. A avaliação do governo é que o custo da energia é um dos principais entraves à competitividade da indústria e desestimula investimentos.
Setores que usam muita energia, como o de alumínio, têm cogitado transferir a produção para o Paraguai, o que o governo quer evitar. Em reunião recente com empresários, Dilma disse, diante de ministros da área econômica, que tinha pressa e orientou sua equipe a formatar uma proposta o mais rápido possível.
A parte técnica está praticamente fechada e deve ser submetida à presidente na próxima semana. A indústria esperava que as mudanças chegassem ao Congresso antes do dia 17, início do recesso, mas o prazo pode ser estendido.
Governo não cogita reajustes para servidores
Mesmo sob o risco de enfrentar uma greve geral do funcionalismo, o governo não trabalha com a possibilidade de garantir reajuste aos servidores públicos em 2013. A fatura com o aumento dos três Poderes pode chegar a R$ 92 bilhões por ano, de acordo com o Ministério do Planejamento.
Segundo a Folha apurou, a justificativa é a fraca recuperação da economia diante de um cenário de crise financeira internacional. A equipe econômica já abandonou a meta de crescimento acima de 4% para este ano e nos bastidores já fala em 2%.
Para assessores presidenciais, a recuperação de julho será decisiva para definir os rumos da política econômica e, inclusive, se haverá alguma brecha para conceder a elevação dos vencimentos. No segundo semestre, o governo deve lançar novas medidas de incentivo à produção, com desonerações.
Hitler quis dar proteção a juiz judeu, diz historiadora
Adolf Hitler teria agido para proteger um juiz judeu com quem havia servido durante a Primeira Guerra Mundial. A notícia foi publicada em um jornal da Alemanha e repercutida pelas agências de notícias ontem.
O texto é de autoria da historiadora germânica Susanne Mauss. Mauss aponta como prova para essa alegação uma carta de agosto de 1940 assinada por Heinrich Himmler, então chefe da temida organização paramilitar nazista SS.
No texto, Himmler pedia que o juiz Ernst Hess fosse poupado da perseguição devido à “vontade do ‘führer'”. Hess, herói de guerra condecorado, havia sido por um breve período o comandante da unidade em que servia Hitler. Após o conflito, ele trabalhou como juiz, até ser forçado a renunciar em 1936 devido às leis raciais nazistas.
Líbia tem primeiro pleito livre em 60 anos
Os líbios vão hoje às urnas sob a expectativa da primeira eleição livre e multipartidária no país em 60 anos. Mais de 1.400 candidatos disputam os 200 lugares do Congresso Nacional, que formará um governo interino e redigirá a nova Constituição.
O risco de desintegração do país e atos de violência recentes confirmaram as expectativas mais pessimistas que precederam a queda do ditador Muammar Gaddafi, morto por rebeldes em outubro, após 42 anos no poder. Ontem um helicóptero com material de votação foi derrubado a tiros no leste do país, supostamente por milícias contrárias à eleição.
As milícias do leste, berço da revolução e principal região produtora de petróleo, exigem o mesmo número de assentos no Parlamento que o oeste, mais populoso e onde fica a capital, Trípoli. Mas há também sinais de otimismo e recuperação, como no setor de petróleo, responsável por 70% do PIB.
O ESTADO DE S. PAULO
Em MT, 90% dos magistrados recebem acima do teto
No Tribunal de Justiça do Mato Grosso, a folha salarial de abril divulgada na Internet mostra que, de um total de 370 magistrados ativos e inativos, inclusive pensionistas, 322 (quase 90% deles) receberam valores acima do teto constitucional, que é de R$ 26,7 mil, o equivalente ao que ganha um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Os valores variaram de R$ 27 mil a 68 mil, recebido por um desembargador.
Leia tudo sobre salários e supersalários nos três Poderes aqui neste site
Em Sergipe, o quadro se repete e 190 magistrados aparecem na folha de janeiro com salário acima do teto. O maior deles, pago a um desembargador, somou R$ 118.529,02. Entre os servidores, 15 marajás faturaram entre R$ 27 mil e R$ 52 mil. Em São Paulo, a folha de janeiro mostra 381 com vencimentos entre R$ 27 mil e R$ 52 mil. Em Rondônia, 42 magistrados, de um total de 131 também registraram valores acima do permitido. No Acre, a folha divulgada não registra extrapolação de valores.
A situação desses tribunais não é tão grave como a de Brasília, onde um desembargador recebeu R$ 230 mil no mês de maio e mais de 400 pessoas estavam acima do teto, 76 delas com valores acima de R$ 100 mil, entre as quais um analista que embolsou R$ 182 mil. Mas confirma o descalabro que tomou conta da quase totalidade dos tribunais de justiça dos estados, que terão de dar publicidade à remuneração dos seus servidores, por força da Lei de Acesso à Informação, regulamentada em maio deste ano.
Ex-presidente da Valec soube antes de operação
O ex-presidente da Valec José Francisco das Neves, o Juquinha, e seus familiares, souberam das investigações da Polícia Federal meses antes de ser deflagrada, na quinta-feira, 5, a Operação Trem Pagador, que resultou na prisão do ex-servidor e de mais três pessoas por suspeita de corrupção, lavagem de dinheiro, ocultação e dissimulação de bens. Os investigadores interceptaram em setembro uma mensagem de celular, na qual o advogado Aurelino Ivo Dias, de Goiás, avisava um dos filhos de Juquinha, Jader Ferreira das Neves, também preso, das apurações.
O torpedo foi enviado um mês após o início das investigações. A partir daí, os acusados trocaram os telefones e ficaram mais cautelosos nas conversas para dificultar o trabalho dos policiais.
A Polícia Federal deve abrir um inquérito específico para apurar como o advogado teve acesso aos dados. Segundo as investigações, ele não tinha relacionamento com Juquinha, que é presidente do PR em Goiás. Após o episódio, no entanto, passou a advogar para o partido. Na quinta-feira, Aurelino foi conduzido à Superintendência da PF em Goiás para prestar esclarecimentos. “Estamos levantando o nível de informações que ele passou. O fato é que ele tinha informações da existência das interceptações e passou isso para o Jader”, diz um dos investigadores.
Justiça Federal solta empresário suspeito de envolvimento em fraude dos Transportes
A Justiça Federal mandou soltar nesta sexta-feira, 6, o empresário Marcelo Araújo Cascão, que havia sido preso na quinta-feira, 5, pela Operação Trem Pagador sob suspeita de lavagem de dinheiro e envolvimento com o ex-presidente da Valec Engenharia, Construções e Ferrovias, José Francisco das Neves, o Juquinha. A decisão é do juiz federal Urbano Leal Berquó Neto, da 11.ª Vara Federal em Goiás.
A própria Polícia Federal, que conduz inquérito sobre o caso, manifestou-se pela revogação da prisão temporária de Cascão, que atua no ramo imobiliário. O delegado da PF Eduardo Telles Scherer considerou que não havia mais necessidade de manter o empresário sob custódia porque ele colabora com a investigação.
Em seu interrogatório, Cascão respondeu a todas as indagações e comprometeu-se a exibir documentos solicitados pela PF. Orientado por seu advogado, Carlos Márcio Rissi Macedo, ele esclareceu detalhadamente operações financeiras que estão sob investigação da PF. O empresário abriu mão espontaneamente de seu sigilo bancário e fiscal. “A Justiça foi feita”, disse Rissi Macedo, do escritório GMPR – Gonçalves, Macedo, Paiva & Rassi Advogados.
Jefferson diz que é hora de virar a página do mensalão
O presidente nacional do PTB e pivô das denúncias do escândalo de compra de votos de parlamentares, conhecido como mensalão, o ex-deputado federal Roberto Jefferson afirmou à Agência Estado que “está na hora de se julgar o caso e de virar essa página da história”, numa referência ao início do julgamento do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), previsto para começar no dia 2 de agosto.
Fumando um charuto no bar de um hotel de luxo na capital paulista, o ex-deputado disse estar sereno com o processo e pediu que os ministros do STF “não se contaminem pelo sentimento político” criado pela aproximação do término do processo na justiça. O presidente do PTB disse que pelo que ouviu dos políticos, o julgamento será jurídico.
Agente da PF joga R$ 30 mil pela janela do apartamento
Um agente da Polícia Federal, cercado pela Operação Erupção, na fronteira do Paraná com o Paraguai, atirou R$ 30 mil em dinheiro vivo pela janela do apartamento onde mora. Quando se viu acuado pelo efetivo de policiais que foram prendê-lo por ordem judicial, o agente arremessou o pacote de dinheiro no terreno baldio ao lado do prédio onde reside. Mas a PF fez uma varredura no local e encontrou o dinheiro, que foi formalmente apreendido. As suspeitas é que o dinheiro tem origem em um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na fronteira.
A Operação Erupção foi desencadeada na manhã desta sexta feira, 7, em Guaíra e imediações para desarticular organização criminosa integrada por policiais federais e empresários suspeitos de facilitar o contrabando e descaminho de mercadorias em área de fronteira. Três agentes e um delegado da PF estão presos sob suspeita de receberem vantagens financeiras de contrabandistas para deixar de combater as ações ilícitas por eles praticadas. Os federais serão enquadrados também por crime de lavagem de dinheiro.
PSDB cobra taxa de R$ 2,5 mil de candidato a vereador em SP
O PSDB está cobrando uma taxa de R$ 2,5 mil para inscrever seus 38 candidatos a vereador nas eleições de outubro na cidade de São Paulo. O Diretório Municipal do partido enviou um e-mail aos filiados que concorrerão à Câmara Municipal solicitando que o valor fosse pago até o dia 30 de junho, com a documentação necessária para o registro dos nomes na 1ª Zona Eleitoral.
O e-mail foi repassado ao estadão.com.br pela candidata Daniela Schwery, de 31 anos, descontente com a cobrança. “Lembramos que há uma taxa de inscrição de R$ 2.500,00 por candidato, destinada a cobrir os gastos com escolha e registro”, diz a mensagem, que tem como remetente a secretaria geral do diretório. Concorrendo pela primeira vez em uma eleição, a comerciante Daniela disse que só soube da taxa no dia 28 de junho, quando recebeu a mensagem, dois dias antes do fim do prazo dado pelo partido para o fim das inscrições.
O GLOBO
De olho na lei eleitoral, governo libera R$ 421 milhões em emendas
Na reta final das liberações de recursos orçamentários por conta do prazo imposto pela legislação eleitoral, que terminava à meia-noite de sexta-feira, o governo acelerou o empenho de emendas parlamentares para favorecer prefeituras. Para conter uma rebelião pela baixa liberação de verbas até maio, só nos primeiros cincos dias de julho o governo empenhou R$ 421,5 milhões. Com isso, conseguiu elevar o atendimento dos pedidos para R$ 1,4 bilhão, apenas 7% dos R$ 20,8 bilhões aprovados no Orçamento da União de 2012 para emendas individuais e coletivas de senadores e deputados.
A área técnica do governo só atualizará os números finais dos empenhos feitos ontem na próxima semana, mas a expectativa dos parlamentares é de que o Planalto tenha cumprido a promessa de que, pelo menos, R$ 2,4 bilhões tenham sido empenhados no ano. Em junho, o governo fez o maior empenho do ano: R$789,8 milhões no mês. Em ano eleitoral, o governo costuma fazer o empenho antes da proibição eleitoral e retoma as liberações depois de outubro. O empenho não é o pagamento imediato do dinheiro, apenas a garantia de que haverá o pagamento, conforme a execução da obra ou do convênio.
A pressão dos parlamentares para garantir o dinheiro do orçamento se justifica porque a legislação eleitoral proíbe, a partir deste sábado, transferências de novos recursos para municípios, só permitindo o cumprimento de convênios e a execução de obras já existentes. O acordo fechado junto ao Palácio do Planalto é o de garantir o empenho de R$ 4,5 milhões de cota individual para os parlamentares da base governista e R$ 1,5 milhão para os parlamentares da oposição. Além disso, o acordo prevê destinação de R$ 1 milhão por parlamentar para a Saúde.
Levantamento feito por técnicos da Liderança do DEM com base em acompanhamento das liberações no Siafi mostra a intensificação dos empenhos a partir de meados de junho deste ano. De janeiro a maio, apenas R$ 263,5 milhões das emendas tinham sido empenhadas, o que gerou várias críticas por parte de deputados e senadores.
Ao lado de Caetano Veloso, Freixo critica Paes e pede segundo turno
Acompanhado do músico Caetano Veloso e de outras personalidades, o candidato a prefeito do Rio Marcelo Freixo (PSOL) criticou na noite desta sexta-feira o prefeito Eduardo Paes (PMDB), que tenta a reeleição este ano, por ter participado da inauguração de obras públicas ao lado da presidente Dilma Rousseff. Freixo fez as declarações durante o lançamento da sua campanha na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Centro. Mais de mil pessoas estiveram presentes.
– Foi um abuso inaceitável, usar a máquina pública na campanha. Eu lamento que o prefeito tenha convidado a presidente, mas lamento mais ainda a Dilma ter aceitado este convite. Freixo também fez um apelo ao público presente para que participem ativamente da sua campanha, para que ocorra um segundo turno nas eleições do Rio.
Imagens de horror e luta em fotos da ditadura liberadas ao público
O Arquivo Nacional liberou o acesso ao público a cerca de cinco mil fotografias tiradas por agentes da ditadura militar. O acervo era do extinto Serviço Nacional de Informações (SNI) e estava na Agência Brasileira de Informação (Abin) até 2005, quando foi transferido para o Arquivo Nacional. As imagens só foram divulgadas agora devido à edição da Lei de Acesso à Informação. No acervo, há seis fotos, algumas inéditas, da militante Maria Lúcia Petit da Silva morta, envolta em um paraquedas na mata. Ela atuava na Guerrilha do Araguaia.
Há ainda outras imagens da guerrilha, como a de Osvaldo Orlando da Costa, o Osvaldão, quando foi preso pelos militares. Ele foi um dos primeiros a chegar ao local, com o intuito de organizar o movimento no Araguaia. Os agentes da ditadura também fotografaram acampamentos militares e tinham um mapa detalhado da região.
O Arquivo Nacional liberou acesso a fotos de centenas de presos acusados de subversão ao sistema. Muitos deles foram obrigados a posar para as lentes da ditadura em roupas íntimas ou até mesmo totalmente nus. Desses presos, 67 foram fotografados em fevereiro de 1971, momentos antes de serem transferidos para outros países, na condição de exilados. Eles foram trocados pela liberdade do embaixador suíço Giovanni Enrico Bucher, que havia sido sequestrado pela Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) em dezembro do ano anterior.
Patrus diz que Dilma se engajará na campanha de Belo Horizonte
O candidato do PT a prefeito de Belo Horizonte, o ex-ministro Patrus Ananias (PT), disse que recebeu da presidente Dilma promessa de engajamento em sua campanha. Em discurso à militância petista, na noite de sexta-feira, Patrus afirmou também ter recebido garantias do ex-presidente Lula: — O próprio companheiro Lula me ligou para dizer que estará conosco. A presidente Dilma usou os termos: “Você vai enfrentar uma guerra. E eu estarei do seu lado”.
O PT terá dificuldade para construir seu discurso contra o ex-aliado Marcio Lacerda (PSB), uma vez que participou de sua gestão por três anos e meio. Dilma, há três semanas, esteve em BH e chamou Lacerda de “um dos melhores prefeitos do Brasil”. Na sexta, nove secretários petistas, que comandavam pastas importantes, como Educação e Obras, entregaram seus cargos.
Haddad faz campanha com pagodeiro e ex-jogador
Ainda sem popularidade entre os eleitores, o candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, iniciou nesta sexta-feira a campanha ao lado de candidatos a vereador famosos de sua coligação. Durante caminhada pelo Centro da capital paulista, o petista foi acompanhado de um lado pelo pagodeiro Netinho de Paula (PC do B) e de outro pelo ex-jogador do Corinthians, Marcelinho Carioca (PSB).
Ao discursar na praça da Sé, Haddad criticou o seu principal adversário na disputa, o tucano José Serra, por ter optado por um evento fechado no primeiro dia de campanha. – O nosso principal adversário lançou a sua campanha num recinto fechado. Nós não vamos para recinto fechado, não. Nós vamos para a rua, falar com o povo. Nós não temos medo do povo.
A caminhada foi bastante tumultuada com empurra-empurra entre militantes. Haddad percorreu cerca de um quilômetro de braço dado com a mulher, Ana Estella. De acordo com a última pesquisa do Datafolha, divulgada no final de junho, o petista é conhecido apenas por 52% dos eleitores.
CORREIO BRAZILIENSE
Documentos mostram que empresa fantasma foi abastecida pela Delta
As informações contidas nas quebras de sigilos enviadas à CPI do Cachoeira esta semana comprovam que a Alberto e Pantoja não foi a única empresa irrigada pela construtora Delta a realizar depósitos para o radialista Luiz Carlos Bordoni, que trabalhou na campanha do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). A Adécio e Rafael Construções também foi agraciada com vultosos recursos vindos da empreiteira: R$ 13,3 milhões entre julho de 2011 e fevereiro deste ano. O extrato da conta da filha do jornalista Bruna Bordoni aponta dois lançamentos de R$ 45 mil cada: um da Pantoja e outro da Adécio. Ele afirmou em seu depoimento que esses R$ 90 mil se referem ao pagamento por serviços prestados ao atual governador.
A comprovação de que, a exemplo da Pantoja, a Adécio também foi abastecida pela Delta reforçam as suspeitas de que Marconi usou empresas de fachada ligadas à organização criminosa de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, que seria sócio oculto da construtora. A Polícia Federal concluiu que a empreiteira possui forte influência no estado de Goiás. As investigações já haviam apontado ainda a ligação tanto da Pantoja quanto da Adécio e Rafael com a quadrilha. Os dados enviados pelo Banco Central à comissão mostram, porém, que a segunda também faz parte da rede de abastecimento da empreiteira. Só de uma das contas da Delta saíram 34 lançamentos de diferentes valores, que variam de R$ 60 mil a 623 mil.
Dilma inaugura obra com Paes e é vaiada por universitários e servidores
No último dia autorizado pela legislação eleitoral para inauguração de obras, a presidente Dilma Rousseff foi ao Rio de Janeiro prestigiar o prefeito Eduardo Paes e acabou vaiada. Durante o lançamento de 460 unidades do Minha Casa, MinhaVida, um grupo de estudantes e servidores interrompeu o discurso da presidente por diversas vezes e o protesto acabou em confusão. Questionada se havia visto o protesto, Dilma disparou: “Vi, querido. Nós vivemos em uma democracia. Vocês querem o quê?”.Os manifestantes pediam atenção à greve das universidades, que já dura quase três meses. Dilma tentou ignorar as interrupções e seguiu o discurso.
“Meu querido, eu não vou brigar com eles, deixa eles gritarem”, recomendou. Na tentativa de contêlos, seguranças rasgaram cartazes e houve tumulto. Em meio à confusão, o prefeito Eduardo Paes se levantou e começou a cantar “Ole olá, Dilma, Dilma”, na tentativa de fazer a plateia cantar com ele e abafar o tumulto. Durante a tarde, na cerimônia de entrega da Coordenação de Emergência Regional do Hospital Miguel Couto, a presidente também enfrentou protestos, dessa vez dos servidores da saúde.
Polícia portuguesa vai apurar esquema de adoções de falsos pais europeus
O esquema de adoções fraudulentas de adultos brasileiros por europeus será investigado pelo governo português. A Unidade Contra Terrorismo da Polícia Judiciária de Portugal vai apurar o envolvimento de cidadãos do país na fraude, denunciada pelo Correio em série de reportagens publicada desde a última segunda-feira. As autoridades lusitanas querem identificar também brasileiros beneficiados pela prática criminosa da adoção de fachada, com o objetivo de erradicar essa nova modalidade de imigração. Apesar de os processos judiciais terem ocorrido no Brasil, os países europeus são os maiores prejudicados, já que os cidadãos brasileiros que solicitam a cidadania com base em documentos forjados passam a usar os serviços públicos estrangeiros, com altos custos para as nações de destino.
A embaixada portuguesa em Brasília enviou informações ao país, depois que a Interpol abriu investigação sobre o crime. A Polícia Judiciária de Portugal vai aguardar o recebimento desses documentos remetidos pela representação no Brasil para aprofundar o trabalho. Uma das hipóteses levantadas pela Interpol até agora é de que a fraude das adoções esteja relacionada ao tráfico internacional de pessoas. Essa possibilidade também deve ser analisada pela Unidade Contra Terrorismo do governo português.
Brasília é a segunda capital do país com maior número de endividados
Brasília está em segundo lugar no ranking nacional de endividados, conforme mostrou uma pesquisa divulgada ontem pela Fundação Getulio Vargas. Os dados, segundo o documento, indicam que a alta renda per capita, advinda principalmente dos salários pagos pelo funcionalismo público, é também o principal motivo de a cidade ter alcançado essa incômoda posição.
Na capital, 23,5% dos consumidores possuem mais da metade da sua renda comprometida com o pagamento de dívidas, percentual somente menor que o de Salvador, onde o indicador chega a 27,3%. As outras cidades que aparecem na lista são Rio de Janeiro (20,8%), Recife (20,2%), Belo Horizonte (19,8%) e Porto Alegre (16,8%).