O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou nesta quinta-feira (4) que vai na próxima semana à CPI dos Grampos da Câmara admitir que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) tem equipamentos que são capazes de fazer escutas telefônicas, varreduras de rede e audição ambiental.
“Não conheço nada sobre o assunto de grampo. Minha participação em relação a este problema foi entregar ao presidente [Lula] a relação dos aparelhos adquiridos pela Abin”, afirmou Jobim, após encontro com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Carlos Ayres Britto.
Conforme explicou Jobim, o presidente Lula foi informado por ele que a Abin utilizou a Comissão de Compras do Exército para adquirir esses equipamentos. “Essa comissão também é utilizada por outros órgãos do governo. No caso das aquisições da Abin, elas foram feitas pelo GSI [Gabinete de Segurança Institucional], disse Jobim.
Ontem, além do ministro da Defesa, a CPI dos Grampos convocou o diretor-geral afastado da Abin, Paulo Lacerda, e o diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa. (leia mais)
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Após a divulgação de um diálogo, supostamente grampeado pela Abin, entre o presidente do Supremo Tribunal federal (STF), ministro Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), a CPI já ouviu o ministro Jorge Félix (Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República) e o diretor-adjunto afastado da Abin, José Milton Campana. Ambos negaram que Abin seja a responsável pelo grampo. (Rodolfo Torres)