Em 15 dias, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, promete resolver o problema de dois cargos vagos na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Jobim afirmou que busca perfis técnicos para susbstituir a ex-diretora Denise Abreu, que renunciou na última sexta-feira (24), e o coronel Jorge Veloso, responsável pela área de aviação da Anac, que pediu demissão do cargo hoje (28).
Jobim disse que precisa também contar com a ajuda do Congresso para viabilizar, nesse prazo, as mudanças na diretoria do órgão regulador. "A orientação do presidente é a despartidarização total da Anac", disse o ministro. "Antes, todo mundo queria, mas agora não é bem assim", afirmou, em referência às dificuldades para encontrar novos ocupantes para os cargos.
Segundo Jobim, o Ministério da Defesa precisa indicar ao Senado alguém que entenda de sistema regulatório, outra pessoa que conheça o funcionamento do transporte aéreo e e um economista que entenda do mercado do setor. Ao se referir a três indicações, o ministro sinaliza que as trocas no comando da agência não devem se restringir a Denise e a Veloso, já que, no momento, apenas esses dois cargos estão vagos.
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Jobim apresenta agora aos deputados da CPI da Crise Aérea o planejamento de novas rotas e reestruturação de vôos comerciais em todo o país. Segundo ele, a principal alteração é a redução de até 343 mil passageiros por mês no aeroporto de Congonhas e o deslocamento das conexões e partidas para outros aeroportos.
O ministro citou como exemplo o Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, que deverá concentrar a partir de agora a maior parte dos vôos internacionais. Atualmente, segundo os dados do Ministério da Defesa, o Tom Jobim tem uma operação diária de 438 vôos, embora tenha capacidade para 1.296 vôos. "Alega-se o poder aquisitivo de São Paulo, mas a lógica é de encher os vôos. Aos poucos esses vôos foram se deslocando para São Paulo", ponderou o ministro. (Lúcio Lambranho)