Leia também
A votação de um eventual processo de cassação de João Paulo será aberta, conforme regras aprovadas pelo Congresso após a absolvição de Donadon em plenário. O deputado diz não ter medo do futuro. “Não temo enfrentar, se for necessário, um novo julgamento na Câmara dos Deputados. Deste caso, já fui absolvido pelo plenário da Casa e nas urnas, em duas eleições, em disputas (2006 e 2010) marcadas pelo uso deslavado e leviano do chamado mensalão contra o PT”, disse João Paulo, na “Carta aberta à sociedade brasileira, em defesa da verdade e da Justiça”. “Nos pleitos eleitorais sempre estimulei o debate e dialoguei com a população, esclarecendo todos os fatos. Portanto, os mais de 255 mil eleitores que em 2010, pela segunda vez seguida, me elegeram o deputado federal mais votado do PT no Estado de São Paulo, fizeram-no de maneira consciente, informados e convencidos de que jamais me envolvi em ilegalidades.”
Leia a íntegra da carta aberta do deputado João Paulo Cunha
No mensalão, João Paulo foi condenado por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro. Ao todo, tem que cumprir pena de nove anos e quatro meses de cadeia e mais multa de R$ 370 mil. Entretanto, ele ainda recorre de acusação de lavagem de dinheiro para tentar se livrar do regime fechado. Se tiver sucesso, poderá pedir à Justiça para cumprir pena no regime semiaberto, quando é possível trabalhar durante o dia e passar as noites no presídio.
Inocente
Na carta aberta, o deputado reafirma ser inocente das acusações como desviar dinheiro da Câmara por meio de contratos de publicidade com a agência SMP&B, do empresário Marcos Valério, o operador do mensalão.
PublicidadeEle disse que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator do caso, o ministro Joaquim Barbosa agiu contrariamente às leis e de forma arbitrária. Para Cunha, o magistrado sustentou quase integralmente a “frágil” acusação da Procuradoria Geral da República. “Cresce o número de ministros, ex-ministros e juízes de todos os tribunais, advogados, estudiosos e pesquisadores que questionam a orientação jurídica e a conduta da presidência e da relatoria do STF, no julgamento da AP 470”, afirma o deputado na carta.