O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) confirmou hoje ter recebido R$ 75 mil de um caixa dois montado dentro da estatal Furnas Centrais Elétricas. O petebista prestou depoimento na sede da Polícia Federal em Brasília e, na saída, disse fazer parte de uma lista com 150 nomes de políticos que supostamente recebiam dinheiro desviado de Furnas para campanhas em 2002. O chefe do esquema seria Dimas Toledo, então diretor de Engenharia da companhia.
A lista em que Jefferson aparece foi entregue à PF pelo lobista Nilton Monteiro, o mesmo que revelou o uso de recursos do valerioduto pelo PSDB de Minas Gerais na campanha pelo governo do estado em 1998. O ex-deputado disse que o documento tem “lógica política” e, em sua avaliação, parece ser verdadeiro.
“Creio que ela (a lista) é muito próxima da verdade, mas é um juízo meu porque ela é verdade em relação a mim (aos R$ 75 mil que recebeu). Em relação aos outros, é como sempre funcionou eleição no Brasil, com caixa dois. É uma lista de caixa dois”, afirmou. O ex-deputado disse que, pela lista, os partidos maiores receberam mais dinheiro.
Aparecem na lista nomes de candidatos a presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual de diversos estados e partidos que teriam recebido recursos de Furnas nas eleições de 2002. Estima-se que o caixa dois da estatal chegasse a R$ 40 milhões – cerca de R$ 3 milhões por mês.
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A lista exibe nomes de caciques tucanos como representantes do repasse irregular. Não constam nomes de petistas na lista ou contribuições para campanhas do partido. Jefferson disse não estranhar esse detalhe. “O Dimas estava lá colocado pelo PSDB. Ele não estava lá para ajudar o PT”, avaliou.
A cópia da contabilidade tem autenticação em cartório e firma reconhecida para a assinatura de Dimas Toledo, que consta da quinta folha, logo após o registro de local e data no qual o documento teria sido elaborado: “Rio de Janeiro, 30 de novembro de 2002”.
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