Eduardo Militão
O presidente nacional do PTB, o ex-deputado Roberto Jefferson (RJ), criticou neste domingo (5) o candidato à Presidência apoiado por ele, José Serra (PSDB). Tudo porque o tucano reclamou, na televisão, do apoio que o senador Fernando Collor (PTB) presta a Dilma Rousseff (PT) e do fato de Collor ter explorado em 1989 a filha fora do casamento que o então candidato Lula teve à época. Serra chegou a comparar Dilma a Collor, usando o caso da violação do sigilo fiscal de sua filha Verônica Serra.
Hoje, Jefferson foi duro com Serra, o candidato que decidiu apoiar usando sua força dentro do PTB, embora vários líderes partidários estejam com Dilma – a exemplo de Collor. “Nós, do PTB, estamos coligados ao PSDB na campanha nacional e, além de sistematicamente deixados de lado na discussão de estratégias e caminhos para a candidatura, ainda somos vítimas de ataques no tempo de TV ao qual contribuímos”, reclamou Jefferson, em seu site na internet.
O presidente do PTB disse que Serra dá golpes “abaixo da linha da cintura” em Collor, candidato ao governo de Alagoas. “Repudiamos as agressões contra um dos nossos. O que os tucanos estão querendo com os insultos, uma ruptura?”
Jefferson ainda afirmou que o PSDB não aceita críticas internas para melhorar a campanha de Serra e tentar vencer Dilma. E expôs uma ferida aberta, o mensalão do DEM, histórico aliado dos tucanos.
“Não vi, em nenhum momento, a campanha tucana criticar envolvidos no mensalão do DEM, por exemplo. Por que o PTB?”, diz Jefferson. Para ele, trata-se de uma ação para beneficiar a reeleição do governador de Alagoas, Teotônio Vilella Filho (PSDB).
O presidente nacional do PTB – cassado em meio ao escândalo do mensalão do PT – diz que os ataques a Collor são gratuitos e ineficientes. “Usar Collor pode atingir a classe média, não o povão, o grande eleitor de Lula-Dilma (no passado, os “descamisados”, e, hoje, beneficiários do Bolsa Família).”
Jefferson, que foi da tropa de choque do governo Collor no Congresso no início dos anos 90, defendeu o correligionário. Disse que o ex-presidente da República já quitou suas dívidas com o passado. “O ex-presidente, se errou, já pagou pelos erros que cometeu, e cabe, portanto, ao eleitor, decidir se ele deve ou não voltar a ocupar o governo de Alagoas.”
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