Mas esse não foi o motivo de sua saída da Casa Civil. Em março do ano passado, Dilma convidou o ex-presidente Lula para ocupar a pasta, decisão que foi considerada pelo Supremo uma tentativa de blindar o petista e garantir a ele foro privilegiado. Wagner assumiu, então, a chefia de Gabinete Pessoal da Presidência. Mesmo com o impasse sobre Lula, ele acabou não retornando à Casa Civil nos dias derradeiros do governo Dilma.
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Jaques Wagner foi delatado pelo ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, que o acusou de ter recebido recursos desviados da Petrobras para sua campanha eleitoral ao governo baiano em 2006. Mensagens de texto apreendidas pelos investigadores indicaram que ele tratou de doações para a campanha do PT em Salvador, em 2012, com o ex-presidente e sócio da OAS Leo Pinheiro. O empresário se referia a ele como “JW” e “Compositor”, em alusão ao compositor alemão Richard Wagner. Nas mensagens, também há pedidos para que ele intercedesse com o governo federal a favor da empreiteira.
No final do ano passado, quando já havia assumido cargo no governo da Bahia, Wagner foi citado em delação da Odebrecht. O ex-vice-presidente do grupo Cláudio Melo Filho contou que o petista lhe cobrou um repasse de R$ 10 milhões que não teria sido feito pela empreiteira, às vésperas da eleição de 2014, em troca da liberação de dinheiro de uma dívida de R$ 290 milhões do governo com a empresa. Desse total, R$ 30 milhões seriam destinados a campanhas petistas, conforme o delator. Cláudio Melo, que se refere a Wagner como “Polo”, disse ainda que deu um relógio avaliado em US$ 20 mil e outro, de US$ 4 mil, de presente ao ex-governador baiano. As investigações contra ele desceram do Supremo, mas não estão nas mãos do juiz Sérgio Moro. O ex-ministro assumiu a Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Bahia, o que lhe garante foro privilegiado (só pode ser julgado no Tribunal Regional Federal).
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