A família do último presidente do Brasil antes do Golpe de 64 suspeita que ele tenha morrido envenenado. Os parentes de João Goulart, o Jango, abriram uma representação na Procuradoria Geral da República (PGR) pedindo investigação sobre um complô para matar o líder do PTB.
De acordo com o jornal O Globo, o pedido inclui uma entrevista gravada feita pelo filho de Jango, João Vicente Goulart, com o uruguaio Mario Neira Barreiro, de 53 anos – preso no presídio de segurança máxima de Charqueada, perto de Porto Alegre, por roubo, formação de quadrilha e posse ilegal de armas. Num trecho da conversa, o presidiário diz:
“Não me lembro se colocamos no Isordil, no Adelpan ou no Nifodin. Conseguimos colocar um comprimido nos remédios importados da França. Ele não poderia ser examinado por 48 horas, aquela substância poderia ser detectada.”
Exilado pelo regime militar após o golpe de 64, Jango morreu em 6 de dezembro de 1976, motivo oficialmente de ataque cardíaco, na cidade de Mercedes, na Argentina. “O corpo do ex-presidente foi enterrado em São Borja, sua cidade natal, no Rio Grande do Sul, sem passar por autópsia”, lembra o jornal. “Há seis anos, uma comissão externa da Câmara dos Deputados investigou a morte de Jango, sem chegar a uma conclusão.”
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