O presidente da CPI dos Grampos, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), desafiou as autoridades do Judiciário a romperem com o segredo de Justiça da Operação Satiagraha da Polícia Federal. Em tom veemente, ele reclamou da falta de acesso aos dados pela comissão. Ao terminar de falar, bateu na mesa da CPI e deixou a sala.
“É para as coisas serem claras e públicas”, disse Itagiba ao Congresso em Foco, pouco antes de retornar à sala da comissão. Hoje (24), a CPI ouve o ex-agente do Serviço Nacional de Informações (SNI) Francisco Ambrósio Nascimento.
O deputado não acredita que isso atrapalhe a Operação Satiagraha, que ainda está em curso. “Atrapalhar o quê? A investigação já acabou”, argumentou ele.
Itagiba ainda reclamou do “conluio” das operadoras de telefonia para boicotar o repasse de dados à CPI.
Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) concordou com o colega. “Acho um desafio forte, mas quanto mais informações, mais é aprofundado tema. A comissão tem de ter acesso a tudo e guardar sigilo disso.”
O deputado avaliou que o depoimento de Ambrósio pouco acrescentou à investigação. “Ele é uma pessoa secundária na investigação, mas o fato é que ele sabe mais do que diz.”
Rollemberg lamentou que a CPI não tenha instrumentos para retirar mais informações do ex-agente do SNI. Ambrósio presta depoimento com apoio de um habeas corpus que lhe concede o direito de não responder todas as questões. (Eduardo Militão)
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