A revista Istoé negou nesta segunda-feira (18), em nota, envolvimento na tentativa de compra de um dossiê que envolveria o ex-ministro José Serra (PSDB) com a máfia das ambulâncias. A publicação informou que "não compra e nunca comprou dossiês" e que a reportagem publicada no último fim de semana foi "resultado de trabalho jornalístico".
No último sábado, a revista divulgou uma entrevista em que os empresários Luiz Antonio Vedoin e Darci José Vedoin, donos da Planam e operadores da fraude no Congresso, afirmam que o esquema prosperou mais no período em que Serra era ministro da Saúde. Segundo a publicação, as acusações foram feitas com base em diversas provas.
O diretor da Istoé, Domingo Alzugaray, afirma na nota que a revista condena a venda de dossiês e reitera que a entrevista com os Vedoin foi divulgada porque os empresários "têm pautado as investigações e acusações em torno da CPI dos Sanguessugas".
Na quinta-feira, a Polícia Federal prendeu Valdebran Padilha da Silva e Gedimar Pereira Passos, ligados ao PT. Eles haviam acertado a compra do dossiê por R$ 1,7 milhão. Em depoimento, Gedimar afirmou que o negócio foi solicitado por pessoas ligadas ao partido e por uma grande revista.
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A publicação afirmou temer que a acusação seja uma manobra para tirar o foco central das investigações sobre a máfia das sanguessugas e pediu que a polícia investigue "com profundidade adequada" as acusações contra Serra.
Confira a íntegra da nota:
"A revista IstoÉ, em virtude das informações veiculadas nos últimos dias, esclarece que:
1) Não compra e nem nunca comprou dossiês ou entrevistas. A reportagem publicada na sua edição de número 1926, do final de semana, é resultado de trabalho jornalístico da sua própria equipe.
2) A decisão de publicar as denúncias envolvendo o nome do ex-ministro da Saúde José Serra deveu-se ao fato de que foram formuladas pelos empresários que têm pautado as investigações e acusações em torno da CPI dos Sanguessugas.
3) A revista condena a venda de dossiês e entende que cabe à Polícia Federal a investigação de tais fatos.
4) Da mesma maneira, a revista considera que as denúncias feitas pelos empresários Vedoin devem ser investigadas com profundidade para a adequada apuração dos fatos.
5) Por fim, a revista teme que manobras diversionistas possam tirar do foco central as investigações sobre as graves denúncias a respeito da máfia das ambulâncias.
Domingo Alzugaray
Editor e diretor responsável"
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