José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Lula, admitiu ontem que é dele a voz que aparece em uma gravação da Polícia Federal (PF), advertindo Genival Inácio da Silva, o Vavá, indiciado pelos crimes de tráfico de influência e exploração de prestígio.
Irmão de Lula, Vavá é investigado pela Operação Xeque-Mate, deflagrada na semana passada pela PF. O diálogo ocorreu em 20 de maio. Na conversa, ele chama o irmão para um encontro reservado em Brasília, por causa de uma "bronca".
Veja a transcrição feita em relatório da PF:
“Não identificado: O Lula quer que você vá lá ouvir uma coisa.
Vavá: Hein?
Não identificado: Vai conversar com ele à noite.
Vavá: Ahã.
Não identificado: Tá? Ele quer conversar na casa dele, tranqüilo, ta? Então vamos pensar um dia aí.
Vavá: Tá. Mas eu vou de tarde e vou voltar. Não vou ficar lá não.
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Não identificado: Eu quero saber, Vavá, porque tem umas broncas lá que você anda apresentando uma pessoa lá no ministério.
Vavá: Eu?
Não identificado: Vavá, depois nós conversa, tá?"
Em entrevista à Rede Globo, Frei Chico confirmou que ligou para o irmão no último dia 20. “O Vavá disse qualquer coisa que estava indo a Brasília. Eu falei pra ele: ‘Não vai, Vavá, porque você sabe que o Lula, desde o começo, não deixou nenhum parente se meter’. O Vavá falou: ‘Não, mas é um amigo meu’, naquele jeito dele. ‘É um amigo meu e tal’, ele disse. Eu falei: ‘Não vai’. Aí, depois, não sei que outras conversas eu tive a mais. Não sei”, afirmou.
A PF havia identificado o homem que conversa com Vavá como Roberto. Frei Chico disse ontem que há um Roberto na família. "É um primo de segundo, terceiro [grau], casado com uma prima nossa, em segundo [grau]", contou. (Edson Sardinha)
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