Policiais federais responsáveis pela Operação Lava Jato se mostraram decepcionados com a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, que, nesta segunda-feira (19), determinou a soltura de réus como o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e os doleiros Alberto Youssef, Nelma Kodama e Carlos Habib Chater.
Além de livrar da cadeia os acusados de crimes de lavagem de dinheiro envolvendo R$ 10 bilhões, Teori determinou a suspensão de todos os processos abertos. Tudo porque há indícios de envolvimento do deputado André Vargas (PT-PR), que tem direito a foro privilegiado no STF.
Os investigadores disseram que o deputado nunca foi investigado – “Ele caiu na investigação, é diferente”. E reclamaram, mais uma vez, dos privilégios que facilitam a impunidade, impedem ou atrasam a apuração de condutas de certas pessoas. “Sem o foro privilegiado, poderíamos investigar até por que o ministro Teori deu essa decisão”, desabafou um policial ao Congresso em Foco.
A reclamação ao STF foi feita por Paulo Roberto Costa, mas o ministro determinou que todos os processos e mandados de prisão fossem suspensos, e não somente os dele.
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Os policiais disseram sequer entender detalhes técnicos, como a suspensão do mandado de prisão. Para eles, o correto seria revogar as prisões e, só assim, soltar os presos. Nesse caso, só Paulo Roberto Costa deveria ser solto, e não todos os réus.
Para os investigadores, o juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro, vai questionar Teori sob pontos obscuros na decisão de Teori. Um deles é saber quem realmente deve ser solto e quais processos devem ser remetidos ao Supremo. Alguns envolvem até tráfico de drogas.
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