Ela é uma das responsáveis pela gestão do contrato com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) para a realização do concurso do Senado. É ela uma das pessoas que tem a responsabilidade de avaliar a lisura do processo de seleção. Deveria, assim, ter uma postura imparcial quanto ao processo. Mas a servidora Lúcia Maria Medeiros de Souza, integrante da Comissão do Concurso Público do Senado, também queria participar do concurso, para concorrer a um cargo de consultor legislativo.Ela comunicou sua inscrição, por e-mail, ao presidente da comissão, Davi Anjos Paiva. Lúcia é responsável pela gestão administrativa do contrato entre a Casa e a Fundação Getúlio Vargas (FGV), organizadora do processo seletivo. O e-mail provocou estranheza ao presidente da comissão, que se antecipou divulgando uma nota sobre o caso. Esta é a segunda vez que o Senado dá explicações sobre polêmicas envolvendo o concurso. Como foi mostrado pelo SOS Concurseiro/Congresso em Foco, o edital de consultor legislativo teve parte do conteúdo copiado da seleção de 2001 e cobrava conteúdos desatualizados e leis revogadas.
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Em nota divulgada pela Agência Senado (íntegra aqui), Davi Anjos afirmou que “a atitude da servidora causou estranheza e constrangimento”. Ele avaliou como agravante a participação da servidora na reunião do colegiado no dia 6 de fevereiro, um dia após o fim do prazo de inscrições, sem nada comunicar aos integrantes da comissão.
A inscrição foi confirmada pela FGV e, em função disso, Lúcia foi desligada do grupo organizador, destituída da gestão do contrato com a banca e será aberta uma sindicância para apurar os fatos. Também foi solicitada a eliminação dela do processo seletivo .
Retificação
As denúncias com relação ao conteúdo programático de consultor legislativo provocaram a publicação de um edital retificador (veja aqui), além de uma nota explicando outros pontos polêmicos como o alto valor de taxa de inscrição, cobranças do Teste de Aptidão Física, entre outros.
O concurso do Senado oferece 246 vagas para técnico, analista e consultor e é de responsabilidade da FGV, a mesma banca que elaborou a seleção de 2008, também alvo de denúncias de irregularidades. As inscrições terminaram em 5 de fevereiro e as provas estão marcadas para 25 de março em todas as capitais e em Brasília. Quem for aprovado terá remuneração de até R$ 23 mil.