A diplomacia é uma daquelas carreiras dos sonhos. Além de trabalhar em diferentes países, em contato com culturas diversas, e representar o Brasil pelo mundo, quem segue a carreira diplomática tem a oportunidade de atuar em iniciativas que podem fazer a diferença para muita gente em projetos de cooperação e políticas internacionais. Os candidatos mais experientes sabem, no entanto, que este é um dos concursos mais exigem em termos de conteúdo. Eles também estão cientes de que a aprovação depende de muita dedicação e preparação, o que pode levar anos. Em 2012, o Itamaraty abrirá somente 30 oportunidades para o Instituto Rio Branco com remuneração inicial de R$ 12.962. O concurso será organizado pelo Cespe/UnB.
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Apesar do glamour que faz brilhar os olhos dos mais inexperientes, o conteúdo cobrado e o nível de exigência nas seleções representam um grande filtro de candidatos. Nos últimos três anos, o número de concorrentes não passou dos 9,2 mil em cada concurso. Em 2011, a concorrência foi de 276,15 inscritos por vaga (veja edital do último concurso). Uma disputa muito mais acirrada, por exemplo, do que a registrada no último vestibular para o curso de medicina da Universidade de Brasília (UnB), no qual cada candidato concorreu com outros 82 pelas vagas disponíveis.
A seleção é feita todos os anos e o número de postos em missões diplomáticas brasileiras vem crescendo. De acordo com o Itamaraty, o governo federal abriu 20 novos postos somente no continente africano entre 2003 e 2011. As regras que vão nortear o próximo concurso foram divulgadas na semana passada. Foram mantidas as quatro fases de provas bem como as disciplinas exigidas, o que não significa que as avaliações serão mais simples. Uma das fases mais temidas, porém, já não é realizada há algumas seleções: a prova oral.
Longa batalha
Luiz de Andrade Filho, de 29 anos, sabe bem como a preparação é longa: desde 2009 está estudando para conquistar uma das vagas para diplomatas. Além do curso preparatório específico para área, ele dedica de 20 a 25 horas semanais aos livros, exercícios e apostilas. Ele admite que os investimentos, até agora, foram elevados. “Já gastei o equivalente a um carro popular usado”, explica. No entanto, segundo o candidato, os investimentos e os anos de dedicação têm sido válidos. “Sinto que, a cada ano, estou mais perto. Já cheguei até as últimas fases em concursos anteriores, e espero ser aprovado em breve”, anima-se.
A escolha pela carreira no Ministério das Relações Exteriores foi pensada quando Luiz optou por se graduar em Relações Internacionais. “Tinha isso em mente, mas não como a única opção. Acabei percebendo que era uma excelente opção de carreira, por poder me proporcionar o que chamo de ‘estabilidade instável’: ser servidor público e estar em constantes mudanças de país e fazendo novos amigos”.
Confiante, o candidato já pensa em como será o trabalho após o curso de formação, que dura dois anos. “Será ótimo acompanhar a atual emergência do nosso país como um pólo importante de poder e, ao mesmo tempo, defender as ideias de um corpo diplomático reconhecido como um dos melhores do mundo”, afirma.
Confira as etapas que Luiz e os demais candidatos devem passar para fazer parte do corpo diplomático brasileiro:
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