A assessoria de comunicação do instituto informou que lamenta o ocorrido e que a pichação deve ter ocorrido na madrugada. De acordo com o Instituto, um grupo de apoiadores do ex-presidente Lula decidiu grafitar o local da pichação e “responder a agressão com arte”.
Ontem (4), Lula foi conduzido coercitivamente para depor na sala da Polícia Federal no Aeroporto de Congonhas, zona sul paulistana. Durante as três horas de depoimento, o ex-presidente foi questionado sobre a ligação com um sítio em Atibaia, interior paulista, e com o apartamento tríplex no Guarujá, no litoral de São Paulo, e os bens que recebeu nos dois mandatos na presidência do país, que devem ser mantidos por ele como acervo histórico. Depois do depoimento, Lula fez um discurso na sede do PT.
No pronunciamento, na capital paulista, Lula disse que as denúncias são infundadas e que não se calará diante do que diz ser perseguição política. O ex-presidente também criticou a condução coercitiva e disse que jamais se recusou a dar depoimentos à Polícia Federal nas investigações da Operação Lava Jato. “Não precisaria levar uma coerção à minha casa, dos meus filhos. Não precisava, era só ter me comunicado. Antes dele, já fazíamos a coisa correta nesse país. A gente já lutava para fazer a coisa certa nesse país. Lamentavelmente preferiam usar a prepotência, a arrogância, o show de pirotecnia. É lamentável que uma parte do Judiciário esteja trabalhando com a imprensa”, disse, na sede do PT, em São Paulo.
O procurador da República, Carlos Fernando Lima, que integra a equipe de investigação da Operação Lava Jato, disse que há indícios de que o ex-presidente Lula recebeu o pagamento de vantagens, seja em dinheiro, presentes ou benfeitorias em imóveis das maiores empreiteiras investigadas na operação policial. “As investigações são exatamente no sentido de comprovar ou não a participação do ex-presidente nas decisões de beneficiamento de partidos da base aliada. As investigações já vêm acumulando evidências que o principal beneficiário era o governo do PT, fica claro que os benefícios políticos colhidos foi de Lula e da atual presidenta [Dilma Rousseff]”, disse o procurador em entrevista à imprensa na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba.