Reportagem publicada pela Folha de S. Paulo revela que a Polícia Federal concluiu que o empresário Marcos Valério, apontado como operador do mensalão, utilizou contas bancárias de suas empresas para girar dinheiro público e privado de um caixa dois que teve como beneficiários o senador tucano Eduardo Azeredo (MG) e aliados dele na eleição de 1998.
O Ministério Público Federal aponta que houve crime de peculato. Além de Azeredo, segundo a repórter Andréa Michael, devem ser acusados pelo mesmo crime Marcos Valério e Cláudio Mourão, tesoureiro de Azeredo na sua frustrada campanha de reeleição.
“Um laudo do Instituto Nacional de Criminalística, que integra a conclusão do inquérito, indica que, em 1998, Valério fez 27 operações para injetar R$ 38 milhões em contas de suas empresas. Em nove empréstimos, contraídos dos bancos Rural e BCN, obteve R$ 34milhões. Segundo a PF, por meio de saques e transferências, parte do dinheiro foi para campanhas", diz a jornalista.
A reportagem explica que parte dos repasses a políticos foi comprovada em documentos obtidos pela CPI dos Correios, dados do BCN (total de R$ 1,16 milhão) e outros do Rural, feitos em 28 de setembro, às vésperas do primeiro turno da eleição de 1998, que somam R$ 718,02 mil.