A indefinição do presidente Lula quanto à formação do novo governo já começa a atrapalhar as atividades de alguns ministérios. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, na Esplanada foram criados dois grupos: os que estão trabalhando normalmente, comandados por ministros dados como certos no segundo mandato, e os que trabalham em ritmo lento diante da incerteza sobre a permanência do atual titular.
Em um dos casos mais claros, a indefinição prolongada alimentou uma disputa entre delegados da Polícia Federal (PF) para nomear o novo diretor-geral da entidade, o que já prejudica o andamento de algumas operações.
Situação parecida ocorre na área militar. O atraso na troca dos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica tem prejudicado outras nomeações nas Forças Armadas. Além disso, a previsão de troca no Ministério da Defesa fez com que a discussão da desmilitarização do controle de tráfego aéreo se arrastasse por mais dois meses.
No Desenvolvimento Agrário, pouca coisa ocorre até a “virada do ano político”. Em relação à divulgação detalhada do balanço da reforma agrária, por exemplo, a ordem é segurar o documento até a reforma ministerial. Isso porque a exposição dos dados tende a desgastar a imagem da atual administração da pasta.
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A agenda de alguns ministros também reflete o que a indefinição do novo governo está causando. O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, está em férias pela segunda vez este ano.