De acordo com o levantamento divulgado hoje (21) pelo jornal Folha de São Paulo, 42% dos deputados afirmam que são favoráveis ao impeachment, o que representa 215 votos. Porém, ainda são necessários mais 127 para se alcançar os 2/3 previstos pela Constituição Federal para dar continuidade ao processo de impedimento, ou seja, 342 votos.
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Dentre os deputados que se posicionaram pró-impeachment, 26% são de partidos que compõem a base governista. No PMDB, partido do vice-presidente Michel Temer, a taxa sobe para 33%.
No outro lado da disputa, 31% dos parlamentares disseram ser contra o impeachment de Dilma, o que representa 159 votos. Porém, para impedir o andamento do processo é preciso conquistar mais 12 para se chegar ao número mínimo de 171 deputados.
Caso o Plenário da Câmara aprove a admissibilidade do impeachment, o processo segue para o Senado, onde precisa passar por maioria simples – conforme estabeleceu o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada. Somente após a instauração no Senado é que a presidente deve se afastar do cargo.
No levantamento anterior, realizado no final de outubro, 39% dos deputados se diziam favoráveis ao impeachment, enquanto 32% eram contrários e 29% estavam indecisos ou preferiram não responder à pesquisa.
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A pesquisa também apurou como os deputados se posicionam em relação ao presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Constatou-se que 62% dos parlamentares acreditam que Cunha deve renunciar, 18% discordam e 20% preferiram não se posicionar. No levantamento anterior, 45% eram a favor da renúncia do peemedebista, 25% eram contra e 30% não se posicionaram.
Questionados sobre como votarão se um processo de cassação contra Cunha for aberto, 60% disseram que serão a favor, 8% serão contra e 32% não se posicionaram.
Cunha responde a um processo no Conselho de Ética na Câmara, acusado de mentir em seu depoimento na CPI da Petrobras, em março, quando negou ter conta no exterior – informação contradita pelo Ministério Público da Suíça. O presidente da Câmara também foi um dos primeiros denunciados ao STF por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção descoberto pela Operação Lava Jato na Petrobras. Na semana passada, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao STF o afastamento cautelar de Cunha de suas funções no comando da Casa.